Mario Soares é um personagem curioso. E possuidor de uma surpreendente memória selectiva. Senão vejamos:
- governou por duas vezes com partidos de direita. Em 1977 com o CDS de Freitas do Amaral e em 1983 com o PSD.
- enquanto Primeiro Ministro, Portugal esteve por duas vezes sob intervenção do FMI
- em 2011 foi dos que aconselhou Socrates a que recorresse à intervenção externa e o FMI acabaria por vir acompanhado da Comissão Europeia e do BCE.
Apesar deste passado próximo agora vocifera para o grave risco de cisão no PS, caso o Secretário Geral venha a assinar um acordo com o PSD e o CDS.
Todos devemos a Soares não termos entrado por um beco sem saída. Mas a dívida está saldada e não impõe que calemos o passado.
Haja, pois, paciência para estes velhos do Restelo de memória curta e conveniente...
Penso de forma diferente. Devemos a Soares (entre outros)termos entrado no beco onde agora estamos. E como em todos os becos sem saída podemos sempre olhar para o alto.
ResponderEliminarO que eu ouvi na TSF foi mais grave. Disse que o Seguro iria ter nele um inimigo caso chegasse a acordo com o PSD e CDS...
ResponderEliminarNão gosto de atribuir estas declarações a "uma certa idade" por uma questão de respeito e boa educação, mas que as suas declarações não são normais, lá isso não são!
Olá Helena,
ResponderEliminarComo diria o outro, 'o diabo está nos pormenores'.
Convenhamos que a estatura política e a competência dos parceiros de coligação do tempo que refere eram bem diferentes das actuais.
Convenhamos também que poderíamos ter tido apoio externo e tê-lo gerido com inteligência (como aconteceu nas vezes anteriores) e não com pacóvia subserviência (como acontece agora).
Por isso, desta vez não concordo consigo.
Temos que saber escolher com quem nos comprometemos e temos que gerir com inteligência e responsabilidade os compromissos que assumimos.
Na actual conjuntura, face aos agentes políticos que estão no terreno, vejo muito difícil que seja possível fazer um acordo sério.
Falo agora por mim: se eu estivesse na política alguma vez eu era capaz de fazer um acordo com o Passos Coelho? Nem pensar. A criatura não tem uma linha de raciocínio com lógica, não tem sensibilidade social, não tem tino político, não sabe sequer fazer contas... e mesmo para falar mostra sérias dificuldades.
Ou seja, se o Soares é um velho do Restelo que o seja, mas, a dormir, tem mais argúcia política, mais amor ao País e mais bom senso social do que mil Passos Coelhos acordados.
Um abraço, Helena, e haja esperança!
Pois é!... A memoria curta afeta muita gente, e é terrível! Muito se parece com aquele ditado português: "Só vemos os argueiros nos olhos dos outros"
ResponderEliminarEu acho que neste país à gente a mais a comentar a política.
ResponderEliminarOuvi este senhor a dizer que não quer acordo. é engraçado vindo da parte dele, pois não pensa nos coitados que devido aos acontecimentos anteriores aumentamos a dívida e agora quer eleições? Que lhe tirem é as regalias que tem, pois nós trabalhadores temos de pagar tudo para ir trabalhar. E ainda querem mais auteridade. Não sei é para haver mais crianças com fome e pessoas na miséri.
Haja paciência
Totalmente de acordo consigo, HSC !
ResponderEliminarQue tristeza ( para mais não dzer... ).
Memória curta ou comprometida?
ResponderEliminarPois é, Mário Soares tem memória curta e selectiva e para quem já ocupou em Portugal os cargos que ele ocupou, fica-lhe muito mal este comportamento que tem vindo a demonstrar, não é nada patriótico, como é possível com o país neste estado aquelas afirmações que nada contribuem para o bem comum.
ResponderEliminarAgora com a declaração de A.J.Seguro até parece que há um muito bonzinho que tem a solução dourada para o país e dois muito muito maus que só querem tirar tudo ao povo.
Que raio de país é este que nem nesta altura se unem, mais uma vez o PS falha, o povo que acorde, nestes últimos 15 anos eles tiveram lá cerca de 12... o que será isto de novo naquelas maus, nem quero imaginar. Espero que o Presidente da República não perca mais tempo e dê posse à solução já apresentada.
Abraço
Inês Galvão
Infelizmente conheci o dr Soares antes do 25 de Abril 1974... e até hoje nada me surpreende desse senhor... só é pena continuar a ser ouvido.
ResponderEliminaros bons anos de "exílio em Paris" ele não deve estar esquecido...
Um abraço,
lb/zia
Minha cara amiga, escrevi hoje este comentário no meu facebook:
ResponderEliminarA história que estamos a viver hoje não tem nada que ver com a história que vivemos nos últimos trinta anos. A democracia hoje está ameaçada não pelos totalitarismos políticos, mas pelos constrangimentos financeiros e nomeadamente pela contradição explosiva entre os mercados financeiros e a economia real.
Amizade
a) Alcipe
Salut très amical!
ResponderEliminarCom Mário Soares a dívida estava saldada, há muito tempo... Neste momento, os portugueses, em geral, e o seu partido, em particular, ficam com um crédito enorme, e, incobrável....
Fica agora clara, a razão, porque durante dois anos, o PS nunca participou em nenhum consenso político. A luta pela Salvação Nacional está aquém dos interesses daqueles que controlam este partido, como provam os discursos dos seus líderes, que continuam a apresentar, apenas, um levantamento das necessidades e não o investimento na sua resolução. Apesar da tentativa de consenso alargado, proposta do P.R., a alternativa está, agora, gorada. Resta apenas ao País, confiar na maioria eleita e, na sua mudança de estratégia, forçando a negociação com a Troika, para que os portugueses comecem a avistar alguma “luz ao fundo do túnel”...
Um beijinho para si, cheio de esperança num futuro melhor
Só uma comunicação social medíocre daria antena a um homem que despreza o povo e vive na lua, já somerset maugham dizia, a lua e cinco tostões...
ResponderEliminarCara UJM
ResponderEliminarEu vivi no BdP essas épocas. Sei alguma coisa do que então se passou.
Passos Coelho não serve. De acordo.
Mas acha Freitas do Amaral, com quem Soares se coligou, melhor?! Eu não!
Meu caro Alcipe, é por todos sabermos isso, que quando oiço alguns dos pontos referidos por Seguro fico abismada. Ele sabe e nós sabemos que os mesmos não dependem deste ou doutro governo. Dependem da Europa. Portanto, trata-se de um jogo viciado.
ResponderEliminarPodem defender-se eleições antecipadas e eu defendo. Mas sei que quem ganhar não vai afastar-se do que nos espera. Passa é a ser legitimado pelo voto mais recente...
E, como dificilmente terá maioria absoluta, a escolha será à esquerda. Logo, renegociação da dívida. Eu gostava de ver!
Vejamos a coisa de forma mais “escalpelizada”: “Governou duas vezes com partidos de direita”. Sem dúvida. Todavia, Mota Pinto, o então líder do PSD, nada tinha a ver com este persongem que é Pedro Passos Coelho. Era um homem fiável, que não se servia da política, nem dela precisava, ao contrário de Passos, que veio da JSD, que se formou tardiamente, numa universidade que nada tem a ver com aquela onde se licenciou com distinção Mota Pinto, que se não fôr a política a dar-lhe a mão, não terá onde cair morto. E Mota Pinto, sendo de direita, tinha alguma sensibilidade social, que PPC não tem e seria incapaz de enveredar por políticas ultra-liberais como PPC. Quanto ao CDS de então, liderado por Freitas do Amaral, também nada tinha a ver com o actual CDS de Paulo Portas. Por muito que se possa criticar FA hoje, convenhamos que, sobretudo naqueles tempos, Freitas em nada se assemelhava a PP, pois não seria capaz de semelhantes piruetas políticas, irrevogáveis. Existe um fosso enorme entre aquela liderança do CDS (já nem falo de Adelino Amaro da Costa) à época de Soares como PM, com a de agora, de PP, que apadrinham este estado de coisas, este assalto ao Estado Social, este arruinar do tecido produtivo do país, estas “fitas irrevogáveis”. A política, nessa altura possuía alguma decência, que hoje não tem. Veja-se este espectáculo grotesco a que temos assistido desde há mais de um ano a esta parte, de Relvas, a Gaspar, a Passos, Portas, M.L Albuquerque, (Belém), etc, etc e compare-se com esse passado. Por outro lado, se é certo que Soares apelou ao FMI de então, as medidas rigorosas que nos foram impostas em nada se assemelham aquelas que hoje aviltam o país (e o colocaram na bancarrota), os contribuintes, as empresas, etc. E ninguém se prestaria, nesse tempo, a proteger a Banca, enterrando milhões (dos contribuintes) para a resgatar, ou salvar da falência, como sucede, despudoramente hoje. Quanto ao acordo dito de salvação nacional, em minha opinião, não faz sentido nenhum o PS vir a assiná-lo. Aliás, não se entende que se vote uma moção de censura ao governo e depois se vá negociar com representantes desse mesmo governo para “salvar o país e o governo” que se censurou e criticou, acusando-o de incapaz, na A.R. Por outro lado, este governo não irá permitir fazer-nos sair do fosso onde nos colocou, conforme o PS, ultimamente, tantas vezes o reafirmou. Os dados económicos provam-no. Pretender que estamos a caminho da recuperação é mentir aos portugueses. Estamos sim é a trabalhar e a pagar impostos para pagar a dívida. Um círculo vicioso que o governo não é capaz de inverter. Uma vez mais e voltando ao passado, Soares seria incapaz de censurar um governo através de uma moção no Parlamento e depois estar a negociar acordos com esse mesmo governo. Por muito que se queira criticar Mário Soares, não se pode comparar o que não é comparável. Depois de ouvir a propaganda de PPC ontem ao seu partido, transmitido em directo pelas TVs, só apetece, de facto, é não assinar nenhum acordo com ele. Em Democracia há sempre soluções para grandes males, como é o caso deste governo.
ResponderEliminarP.Rufino
PS: Sabemos agora que não houve acordo. Ouvi e li o que Seguro propôs e, concorde-se ou não, há ali, pelo menos, algo de concreto (e com algumas preocupações de carácter social). Já aquilo que o PSD propõe, numa linguagem redonda, é que o PS aceite a cartilha ultra-liberal por ele defendida para os próximos 2 anos de legislatura, que já provou falhar. Um tipo lê aquilo e fica revoltado! Ainda bem que o dito acordo foi ás malvas. Só faltava agora que a culpa desta situação de gravíssima crise político-económica fosse da responsabilidade do PS, esquecendo as demissões de Gaspar e Portas, “to say the least”!
Esse senhor nunca me enganou e lembro-me bem dele em todas as ocasiões , as boas e as más. Para mim é um explorador do povo, que se aproveitou bem depois de ter sido o heroi da democracia. Fica-lhe mal ter lutado pelo povo e depois andar a sacar-lhe couro e cabelo.
ResponderEliminarAlém do mais está gága, com o devido respeito.
Dra Helena não insulte o Restelo. Vivi lá vinte anos e nunca vi nenhum velho desses:))
Bom fim de semana!
Para quem não gosta de política, a senhora tem jeitinho a argumentar... :-)
ResponderEliminarHelena,
ResponderEliminarQue Freitas do Amaral veio a revelar, depois do período em causa, um percurso errático e uma inconsistência política algo peculiar, concordo.
Contudo, na altura, parecia credível e responsável.
Ora, Helena, convenhamos que Passos Coelho já revelou à saciedade que não é uma coisa nem outra.
Como é que o PS poderia apoiar medidas ruinosas para o País e, ainda por cima, acordá-las com uma pessoa como Passos Coelho?
Para mim, Passos Coelho define o que é o 'ground zero' da política.
O que o PS defende é que se páre com a secagem que se tem vindo a proceder na liquidez circulante do país e que tem conduzido às falências sucessivas, ao desemprego, à quebra do PIB. Qualquer política que queira inverter esta situação, passa por fazer um stop imediato às políticas que vêm sendo seguidas. A austeridade (que é diferente de rigor!) já provou que destrói a economia e, sem economia a funcionar, os credores bem poderão esperar sentados.
Mas, claro, isto é o meu ponto de vista.
E aprecio o vigor que põe na defesa dos seus pontos de vista. Uma grande Bárbara Helena!
Um abraço!
Passos Coelho não aceitou o PEC 4. Então acreditava que os socialistas iriam aceitar este contrato?... Mas, quando houver eleições, se o PS ganhar e vier a governar este triste País, alguém acredita que são só benesses? Parece que todos pensamos como crianças a quem lhe dá um "rebuçado". Valha-nos Deus!...
ResponderEliminarNunca tive paciência para ele e fico-me por aqui para não dizer mais nada!
ResponderEliminarQue triste figura o ex-presidente M.S. tem ultimamente feito! Não só pelo aspecto físico degradado mas tamhém pela construção frásica e desconexão de ideias quando se expressa oralmente! Não haverá ninguém que aconselhe a preservar a sua imagem?
ResponderEliminarAqui está uma pessoa que já devia estar de pantufas no aconchego do lar...
ResponderEliminarIsabel BP
P.S. O MS é tipo Amália Rodrigues e andam até às últimas, depois admiram-se que as novas gerações não tenham admiração.
Devia ter vergonha na cara, este "senhor"!?
ResponderEliminarUm abraço.
Maria (seg.int.)
É disto que eles gostam!!! A gente a entreter-se com porcarias de comparações do que é incomparável. Cara HS. você tem que deixar que o amor filial a afecte! Se não o jogo sai sujo.
ResponderEliminarFA não é santo da minha devoção, nem MS, mas comparar FA a PPC é simplesmente provocante para não dizer pior.
Portugal caiu muito baixo em termos de liderança política e subiu muito alto em defesa de partidos que parecem clubes de futebol, para as suas claques são sempre o melhor e o maior.
O que se espera é que haja jornalismo com gente isenta e capaz de o ser quaisquer que sejam as circunstâncias.
Todos, os mais conscientes, sabem quem quem são e quem foram os interventores e mandatados para "arrasar" Portugal e as conquistas pós-25 de Abril.
Não se compare o incomparável, nem se prejudique a análise com sentimentos de família. Vale mais estar estar quieto, nada escrever ou dizer !
O Povo tem um ditado: " quanto mais se mexde na m... mais mal ela cheira".
Portugal precisa de contributos sérios, feitos por gente séria e isenta, por que se chegou a um estado de desgraça muito grande, e os grandes mentores e impulsionadores estão no exterior comandando uns badamecos que ajudarão a destruir a felicidade de milhões de portuguesas e portugueses.
A hora é para ter a cabeça desanuviada, limpa e esclarecida, não comprometida por laços de sangue, amizade, simpatia ou interesses ocultos muitas vezes a descoberto e a coberto de outros interesses bem maiores, alguns assassinos da liberdade.