domingo, 23 de junho de 2013

Quarteto

Há dias em que toda a gente vai para a praia e uns poucos vão para o cinema. Foi o meu caso. Fui ver «O Quarteto», que reúne vários grandes actores e é a estreia de Dustin Hoffman como realizador.
Tom Courtenay, Billy Connolly, Pauline Collins e Maggie Smith, representam um quarteto que, na juventude, alcançou um enorme êxito, sobretudo devido a uma interpretação de Rigoletto. 
Esse sucesso foi interrompido devido ao ego da personagem representada por Maggie Smith, a recém-chegada a Beecham House, um lar em que vivem músicos aposentados e onde decorre a acção.
A velhice, a mágoa, o ego e o perdão são os temas centrais desta bela película que, em nenhuma ocasião, descamba para a tragédia e que procura aborda-los sempre de uma forma irónica, típica do humor britânico.
Hoffman realiza uma obra onde o equilíbrio entre o drama e o humor estão acima até da morte, assunto sempre presente em filmes deste género, e que aqui é deixada de parte. Ela está lá, mas de forma muito lsubtil, algo que, a meu ver, é uma das  virtudes da abordagem feita.
A fotografia é uma enorme mais valia deste primeiro cartão de visita de um actor que quer passer para o outro lado do seu trabalho.
Nunca fiz da velhice um drama. Quando era nova até não era desengraçada. Mas gosto muito mais de mim, hoje, já velhota. Julgo que com Dustin se passa algo de semelhante…

HSC

8 comentários:

  1. tom courtenay, o homem do billy liar, pelicula de 1963, o da dolidão do corredor de longa distancia, agora sir tom courtenay, tambem esteve no dr jivago, o actor da geração de albert finney, mais discreto que este, ligados a escritores como john wain e Keith Waterhouse, a realizadores como tony richardson, o do olha para tás com ira, da geração de john osborn tambem, do momento e movimento dos angry young men, da renovação do teatro e cinema ingleses, pois tom courtenay dará gosto revê lo, dustin hoffmann escolheu bem o conjunto, ele que tambem é um inteligente homem de cinema, o pequeno grande homem visto na ilha do sal, na fotografia falta o 4to que não estou a ver quem é e assim são os gostos e as recordações do que gostamos, até do s. jorge e s. luis nos lembramos, etc etc

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  2. Adorei o filme ! A sua apreciação corresponde ao que pensei e senti. E acho que o filme foi injustamente ignorado entre nós. Com sua licença, partilho o seu post, a ver se ainda algumas pessoas vão a tempo de o não perder.

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  3. Cara Helena, quanta espiritualidade? maturidade? desperndimento? elevação? (diga-me o quê ...) há nessa frase "Nunca fiz da velhice um drama. Quando era nova até não era desengraçada. Mas gosto muito mais de mim, hoje, já velhota."
    Dizer isto, assim (sentindo mesmo, claro) é um presente dos deuses ou muita mão de obra pessoal? Penso que talvez as das coisas. Porém, infelizmente, essa graça não está ao alcance de todos ... Todo o meu carinho, fatima

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  4. É um filme maravilhoso com uma realização fantástica, duma beleza de imagem de som que envolvem toda uma interpretação que conseguiram me comover o que muito difícil acontecer. Também fui ontem pela 2ª vez ver o Quarteto.
    Um abraço,
    lb/zia

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  5. Também o vi este filme e é sempre um gosto ler as suas análises!
    Quando entrei nos 50 anos renasci! Até a menopausa teve medo de mim!(risos)Não sei o que vai ser daqui em diante. Para já, está melhor do que esperava!...

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  6. A velha senhora minha amiga confessa-se-lhe:

    'gosto muito mais de mim
    hoje' - sorte grande helena!
    gostaria eu ser assim?
    não o sou nem tenho pena
    velha e só no meu jardim
    morro lúcida e pequena

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  7. Dra. Helena: é a primeira vez que comento um post, aqui neste seu belo e sempre muito bem humorado cantinho. Mas já cá venho há muito tempo. E acho que a senhora tem toda a razão. A velhice é um belíssimo estádio, para todo aquele que teve a coragem e ousadia, de tornar os dias comuns, em momentos fantásticos. Como tenho a certeza que a senhora fez. E, se me permite, na minha modestíssima opinião, eu sou bem mais feliz agora, aos quarenta e três, que alguma vez fui aos vinte. E se Deus me der saúdinha? Aos 90 é que vai ser! É o ou não é verdade o que diz o adágio popular: "O vinho e os amores, os velhos são os melhores." Ah pois é! Com toda a meu respeito, estima e consideração.

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  8. Mia Sinhora drª Helena S Cabral,
    mi contaram qui aí em Lisboa na Quinta das Conchas passam filmes ao ar livre.
    É maningue bom.
    A sinhora já viu alguma vez?
    Diz que deram o filme Tabú,com sinhora actriz Laura Soveral,qui falava di África.Meus patrícios do tempo maningue longe.Como começou os guerra em Angola.
    Gostava mesmo di ver.
    Aqui no tempo do colono também tinha,saudade memo.

    Muito bom ver os filme ao ar livre sinhora.Assim pode espirrar que vizinho não cheira os micróbio da gente.
    Só tem de ter cuidado memo com os gambuzinos,sardão,pirilampos e gafanhotos e moskitos.

    Sinhora tenho de ir embora.

    Depois falamos mais um dia.

    Fica com Deus sinhora drª,
    os meus cumprimento di rispeito.

    Matumbo Feliz Kifala


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