"Com o tempo você vai percebendo que, para ser feliz
com outras pessoas, tem de começar por não precisar delas.
Aprende então a gostar de si, a cuidar de si e
principalmente a gostar de quem gosta de si.
O segredo não é correr atrás das borboletas, mas
sim cuidar do jardim para que elas venham ter consigo.
E, ao fim e ao cabo, vai encontrar não quem você
estava a procurar mas quem estava a procurá-lo a si".
Tenho estado a ler um livro que irei apresentar brevemente e que se ocupa do envelhecimento activo, tema para o qual só recentemente se começou a olhar com verdadeiro interesse e atenção.
A dada altura, deparei com a frase que cito acima, a qual constitui, há já alguns anos, um dos meus cavalos de batalha e que é, aliás, objecto deste meu último livro. De facto, nunca é demais sublinhar, que só quem sabe gostar de si próprio é capaz de saber gostar dos outros.
Durante muito tempo na minha vida, nomeadamente depois de passar por um divórcio, tive dificuldade em perceber isto. Na verdade, a fractura duma separação leva-nos, muitas vezes, a duvidarmos de nós próprios e do nosso valor, só porque atribuimos ao outro mais importância do que ele possivelmente merece. Eu recusei-me a aceitar isso, porque me não sentia nem inferior nem pior. E foi assim que percebi a importância de gostar de mim e de encontrar, afinal, não quem eu procurava, mas sim quem estava a procurar-me. Mario Quintana tem, mesmo, toda a razão!
Olhando agora, quem no seu perfeito juízo iria pensar que a Helena um dia duvidou que gostasse de si própria... Logo agora que são milhares, milhões, de pessoas que a procuram :-)
ResponderEliminarConcordo perfeitamente com esta sua visão da vida depois dos 50. Envelhecer, envelhecemos todos os dias, mas viver nem sempre se consegue quando se está atado a convenções, a pessoas que um dia amámos mas que não evoluiram.
ResponderEliminarSeparar-me foi a minha libertação, embora atravessasse um período difícil de descrédito não só de mim própria, mas também dos outros , em geral.
Maria Virgínia, prepare-se porque a vida é cheia de surpresas...
ResponderEliminarPaulo é para você ver como nós somos capazes de nos reconstruir. Basta ser-se normal e ter sido casada com quem tomamos por um "génio". Helas!
Não posso estar mais de acordo.
ResponderEliminarChegar aos sessenta com esta tranquilidade, paz e sentir um conforto no coração é muito bom. É uma conquista que valeu bem a pena.E gosto muito de mim...tanto como gosto de gostar dos outros...
Será que todos temos essa capacidade de nos reconstruir?!
ResponderEliminarQuero acreditar que sim ...
A clareza com que transmite os seus sentimentos comove-me.
Obrigada,
De facto, só gostando muito de nós e estando "muito bem resolvidos" interiormente, podemos gostar dos outros e emanar para fora toda a energia positiva que temos. Também concordo que estes processos não são lineares e que aquilo que somos hoje, nem sempre tenhamos sido... reconstruímo-nos progressivamente, sim senhor!!! Fico curiosa e à espera do livro! E para já, parabéns ao Mário Quintana!!!
ResponderEliminarTem razão o Mário Quintana e tem razão a Helena! Toda a razão do mundo...
ResponderEliminarTambém foi a vida que me ensinou que é de facto preciso saber gostar de nós para gostar dos outros e aprender a estar apenas connosco para depois poder "precisar dos outros".
É uma lição fantástica, mas acho que só o tempo no-la ensina ;)
Um beijinho
Isabel Mouzinho
Claro que subscrevo este post com toda a satisfação pessoal.
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ResponderEliminar;) "Só podemos oferecer aquilo que temos" e, quanto mais melhor. Sempre a crescer...
Um abraço para si
Cara Paula
ResponderEliminarO livro já está cá fora e chama-se "O Amor é difícil"
Não se pode amar o próximo sem nos amarmos primeiro a nós mesmos!
ResponderEliminarIdolatrar não é amar e muitas vezes idolatramos quem amamos dando-lhe uma importância exagerada esquecendo de nós.
Nenhuma relação resiste a isso, o amor equilibrado é que vence.
Lá está, cuidar do jardim para receber as borboletas!
Adorei, bonita reflexão.
FL
Talvez nunca tivesse pensado nisso, mas é uma grande verdade. Pensando bem quase toda a minha vida foi a tentar agradar a alguem: aos pais, ao marido e aos filhos. Esqueci-me de agradar a mim. E quando não me reconhecem o merito fico desiludida. Quem me mandou ter esperança nos outros e não em mim? Deveria ter tentado não precisar d ninguem e reconhecer eu mesma o meu merito.
ResponderEliminarMaria
Maria (publicamente anónima)
ResponderEliminarDrª Helena! Mais um post de grande valor. E que grande reflexão a sua! Ao mesmo tempo que nos ensina a auto reflectir sobre o que somos e o que temos sido ao longo da vida. Qual o nome do livro que vai apresentar? Mário Quintana tem toda a razão e a Drª Helena faz uma análise fabulosa e ilustrada com a sua experiência de vida. Tem toda a razão em não aceitar sentir-se inferior, porque não é.
Mas nós, as mulheres, nem todas, nem sempre, pensamos assim. Quase sempre somos mais para o “outro” do que para nós. Mas realmente as agruras da vida e a idade ajudam a perceber e ensinam-nos muito. Eu depois de ficar viúva (o que aconteceu muito precocemente e com dois filhos para acabar de criar), percebi do que era capaz. Aprendi a lutar sozinha por tudo o que quero e com muita garra tenho conseguido levar tudo em frente. Tudo o que depende de mim e está ao meu alcance tenho conseguido realizar. Embora nem sempre tenha sido reconhecida e compreendida por quem me rodeia. Mas acima de tudo aprendi a cuidar de mim ao mesmo tempo que cuidava de quem ainda precisava de mim (os filhos). Há situações que só com grande força é possível combater e vencer. São as adversidades da vida a que estamos sujeitos. É como a Senhora diz “só quem sabe gostar de si é capaz de sabe gostar dos outros”, tem toda a razão, todos somos importantes, todos somos capaz de vencer, uns numa coisa outros noutra, todos aprendemos uns com os outros não temos que nos sentir nem inferior nem pior que o “outro”.
Gostava de ter informação sobre este livro que vai apresentar e quando vai estar nas bancas.
Obrigada por tudo o que nos ensina
Beijinho
Maria M
Cara Maria M
ResponderEliminarO livro que vou apresentar chama-se "Envelhecer sem ficar velho", a autora é a Maria José Costa Felix e já se encontra à venda na Feira e livrarias, A editora é a Oficina do Livro que pertence ao grupo Leya.
Maria (publicamente anónima)
ResponderEliminarDrª Helena! Muito obrigada pela informação. Vou comprar.
Beijinho
Maria M
Helena, a Senhora é uma inspiração! Admiro a forma como respeita a vida, tratando-a com bom humor. Muito inteligente. Obrigada por escrever um blog.
ResponderEliminarCatarina