Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Em Berlim
Agora em Berlim. Qualquer dia em Lisboa. Quando isto se aplicar a todas as áreas da vida é capaz de ser um pouco fastidioso. Mas que é prático, lá isso é!
Prático, e, certamente, muito menos dispendioso... Várias vezes dou por mim a relacionar aquilo que há uns anos pertencia à ficção cientifica e que agora se torna realidade. E, confesso que fico espantada, porque os exemplos já são consideráveis.. Hoje em dia vivemos, mesmo, muito depressa... Um enorme abraço
Cara Helena, Sem dúvida muito prático, mas muito frio. Por este caminho, a futura sociedade será tão controlada e automatizada que as relações entre os humanos, enfrentarão outros graus de dificuldades. Sempre com amizade.
- quando eu era uma desgraçada de uma jovenzíssima copywriter Junior mandaram-me "inventar" um filme para um Ford qualquer. Eu lá fui ao meu chefe com muito medo e uns esboços para ele me chacinar ou aprovar algum. Um deles era o dito Ford a andar sozinho sem condutor. E o Artur Portela, arrasador: "Ninguém vai lá dentro, ninguém guia, ninguém compra! "
Sei lá por que misericórdia, lá aprovou essa tal mesma ideia e .... o filme fez-se. Nem sei como aquilo conseguiu fazer-se naquele tempo sem computadores, sem videos, sem tecnologias, sem truques, sem nada. Foi um dos primeiros (se calhar foi mesmo o primeiro) filmes a ser feito por esta na altura miserável Junior, a qual ficou bastante banzada da vida dela (minha). Vida às escuras, tapadíssima, sem perceber nada como a coisa das ideias funcionava para "vender" os Fords ou a Laca Schwarzkopf ou o Ajax o Mais Poderoso ou os pneus Mabor. Nesse tempo o meu dia-a-dia eram apavorados dramas quotidianos entre slogans, estratégias criativas, ideias parvas e coisas igualmente tão herméticas para o meu pobre bestunto como é hoje a Física Quântica ou a definição de um off-side.
E, como dizia acima, o Ford lá foi para o ar, televisão a Preto/Branco, todo pimpão às curvas, aceleradelas, travagens, Mississipis, enfim os capítulos todos que são o dado num filme de carros. Mas sem ninguém a conduzi-lo. Se se vendeu nos stands - ainda estou para saber; mas que foi um sucesso na Pub. - foi.
Passados sei lá 30 anos - voilà, ao vivo e a cores, o Autonomous Taxi, na realíssima realidade .
E viva o Artur Portela que estava em dia sim quando proclamou o magnânimo ok, e que rais&coriscos iluminem tão avinagrado homem.
----------
Nota : lembrei-me agora de outra grande epopeia Porteliana. Consistiu em eu ter que desencucar um 3º nome para um concorrente de lavagem de vidros com Ajax: havia o Sr. Forte e o Sr. Valente já decididos para o filme e eu fui incumbida de desencasquetar o nome para o 3º concorrente. Foi uma penitência lacrimosa de 1 semana com terrores nocturnos até descobrir o Sr. Durão !!!!!
ResponderEliminarPrático, e, certamente, muito menos dispendioso...
Várias vezes dou por mim a relacionar aquilo que há uns anos pertencia à ficção cientifica e que agora se torna realidade. E, confesso que fico espantada, porque os exemplos já são consideráveis.. Hoje em dia vivemos, mesmo, muito depressa...
Um enorme abraço
«Concordo!»
ResponderEliminarCara Helena,
ResponderEliminarSem dúvida muito prático, mas muito
frio. Por este caminho, a futura sociedade será tão controlada e automatizada que as relações entre os humanos, enfrentarão outros graus de dificuldades. Sempre com amizade.
Ai fiquei muito triste: eu ADORO conversar com motoristas de taxi! (Quer dizer quando ainda andava de taxi....)
ResponderEliminarCom amizade
Maria de São Francisco
Curiosidade, by the way :
ResponderEliminar- quando eu era uma desgraçada de uma jovenzíssima copywriter Junior mandaram-me "inventar" um filme para um Ford qualquer. Eu lá fui ao meu chefe com muito medo e uns esboços para ele me chacinar ou aprovar algum. Um deles era o dito Ford a andar sozinho sem condutor. E o Artur Portela, arrasador: "Ninguém vai lá dentro, ninguém guia, ninguém compra! "
Sei lá por que misericórdia, lá aprovou essa tal mesma ideia e .... o filme fez-se. Nem sei como aquilo conseguiu fazer-se naquele tempo sem computadores, sem videos, sem tecnologias, sem truques, sem nada. Foi um dos primeiros (se calhar foi mesmo o primeiro) filmes a ser feito por esta na altura miserável Junior, a qual ficou bastante banzada da vida dela (minha). Vida às escuras, tapadíssima, sem perceber nada como a coisa das ideias funcionava para "vender" os Fords ou a Laca Schwarzkopf ou o Ajax o Mais Poderoso ou os pneus Mabor. Nesse tempo o meu dia-a-dia eram apavorados dramas quotidianos entre slogans, estratégias criativas, ideias parvas e coisas igualmente tão herméticas para o meu pobre bestunto como é hoje a Física Quântica ou a definição de um off-side.
E, como dizia acima, o Ford lá foi para o ar, televisão a Preto/Branco, todo pimpão às curvas, aceleradelas, travagens, Mississipis, enfim os capítulos todos que são o dado num filme de carros. Mas sem ninguém a conduzi-lo. Se se vendeu nos stands - ainda estou para saber; mas que foi um sucesso na Pub. - foi.
Passados sei lá 30 anos - voilà, ao vivo e a cores, o Autonomous Taxi, na realíssima realidade .
E viva o Artur Portela que estava em dia sim quando proclamou o magnânimo ok, e que rais&coriscos iluminem tão avinagrado homem.
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Nota : lembrei-me agora de outra grande epopeia Porteliana. Consistiu em eu ter que desencucar um 3º nome para um concorrente de lavagem de vidros com Ajax: havia o Sr. Forte e o Sr. Valente já decididos para o filme e eu fui incumbida de desencasquetar o nome para o 3º concorrente. Foi uma penitência lacrimosa de 1 semana com terrores nocturnos até descobrir o Sr. Durão !!!!!