O vendaval em Lisboa foi enorme. Como não estava cá, quando cheguei, decidi que o melhor era ir passear. É verdade, gosto de andar pelas ruas com mau tempo. Foi o que fiz.
Rumei a Campo de Ourique, o meu bairro de eleição, para tomar um café. Mas ao chegar à Ruacaná, não resisti ao cheiro do cozido - que, para mim, está para o Inverno, como as sardinhas assadas estão para o verão -, e atirei-me a uma meia dose. Só ficou uma batata...
Depois, depois era necessário "esmoer". E foi assim que resolvi abeirar-me da água e passear ao longo do rio. Como estava irreconhecível, gorro na cabeça, botas nos pés e um casacão que me cobria a cara, pude dar-me ao luxo de "flanner à Lisbonne". E com que gosto, Deus meu!
O bem que me fez. Conversei com o Miguel, ri-me comigo mesma e deliciei-me a ver a turbulência com que o Tejo se atirava à capital. Nem me lembrei da crise.
Uma mensagem do meu outro filho, a convidar-me para o bife do Império, tirou-me deste remanso, que retomei até cerca das cinco e meia. Não fora o temporal e teria chegado, de novo, a casa, com luz..
O meu maior problema agora, que já bebi um quarto de Água das Pedras, é saber onde vou meter o bife mail'a batata frita e mail'o ovo estrelado...
Tenho dias assim. E gosto!
HSC
Que bom que o seu dia de chuva lhe soube assim bem.
ResponderEliminarPor mim, que sou "movida a energia solar", já agradecia os dias de sol e (algum) calor.
Enfim... o tempo chegará.
Resta-me aprender a saborear o Inverno, mas também com a gripe que tenho estado quase nem saio de casa.
Bom Domingo,
Vania
Cara Helena,
ResponderEliminarO Povo diz que vale mais um gosto na vida... que tres vintens.
Não sendo o caso, não se preocupe, nada que não se resolva com um domingo mais regrado.
Bom proveito e uma boa noite.
Muito vento e chuva tentaram limpar e varrer algo... também me souberam bem!
ResponderEliminarQue dia lindo que teve, e o jantar veio lhe trazer mais um pouco de carinho!
Desejo-lhe um domingo feliz!
Grande abraço,
lb/zia
Cara Helena,
ResponderEliminarQue bem que sabe deixar-nos ir assim pela nossa Lisboa, faça sol, ou faça chuva sempre bela e, mesmo nestes tempos que atravessamos, é uma lufada de ar fresco que nos enche a alma.
Beijo e um Bom Domingo
Nikita
Maria (publicamente anónima)
ResponderEliminarDrª Helena que bom o seu passeio! Se lhe soube bem fez muito bem.
Eu não gosto de andar na rua com mau tempo e muito menos com o vendaval que nos assolou hoje, sou amante do sol e do bom tempo. Mas quando o tempo está a meu gosto também vou para a rua caminhar sozinha. Faz-me bem.
Neste momento, como estou com insónia, mas devido ao adiantado da hora não posso ir caminhar, leio e escrevo.
Mais uma vez obrigada pela partilha, abre-nos o apetite a passeios e a almoços.
Maria M
Hum que bom, faço isso tantas vezes com outra paisagem mas um espirito identico na génese.
ResponderEliminarBjinho
Sinto que está "Bem",quanto ao bife outra água das pedras claro...
Querida Helena,
ResponderEliminarO carinho e o respeito pela Senhora que é levam-me a tratá-lá assim.
Tivessem todos a mesma capacidade de aprender a viver e ser feliz com o que a vida nos dá.
Que todos os dias tenham a sua magia e que todos os dias lhe proporcionem momentos únicos.
Seja feliz a cada momento! E ria, de si e da vida! A sua gargalhada é contagiante!
Com carinho,
NG
Você é uma mulher deliciosa.reveijo-me tanto nestas suas atitudes,só que tenho uma vantagem "má" ninguém me conhece a "boa" é ser desconhecida.
ResponderEliminarO bife foi certamente um final de dia bom com o melhor da vida os filhos.
E que belo dia, querida Helena! Fazer o que gostamos, estarmos com quem amamos (em corpo ou em espírito) é uma benção, é já uma epifania!...E o resto... há sempre "uma Água das Pedras" que alivia!
ResponderEliminarCara Helena,
ResponderEliminarÉ tão bom quando se tira um tempo só para nós.
E, ainda, bem que falou no bife do Império porque me lembrou que ando "fugida"... Um dia destes, já tenho programa.
Quando andava no Liceu Filipa de Lencastre, de vez em quando, ia almoçar um bife do Império, depois sessão de cinema ao lado e lanche na Copacabana ou gelado na Surf... Que saudades desta opulência!!! :)))
Isabel BP
Não resisto a dizer-lhe que a crise ainda não chegou a si!Realmente mal irá a vida da maioria dos portugueses quando a Dra HSC vier aqui a dizer que o dinheiro não lhe está a dar para um "cozido a portuguesa" e um bife no Império (neste caso pago pelo seu junior, penso eu). Mas convenhamos que é muito para um dia só!
ResponderEliminarAlguém que me compreende, enfim! Quando saí porta fora para ver o mau tempo todos me chamaram de doida varrida para cima. Não entendem a beleza de um vendaval no rio, uma chuva desvairada ou uma trovoada medonha (esta não houve, infelizmente). Adoro temporais, o mar batido, a força do vento. A liberdade de estar só comigo longe de tudo e de todos.
ResponderEliminarSó faltou o cozidinho...inveja ! :)
~inês
Cara Helena:
ResponderEliminarGosto (gostava?) de passear sozinho nas grandes cidades e não só na minha, pelo anonimato que se pode ter e que percebo das suas palavras. Na cidade em que se vive, de facto, é mais fácil, em dia de temporal, ser-se anónimo. Mas não gosto do mau tempo e parece-me que já não gosto de passear, pelo menos aqui, coisa que fazia em dias de Sol. As pessoas estragam tudo.
Um desabafo…
Mas fico muito contente por saber que se sentiu muito próxima de si mesma e que falou com quem lhe é muito próximo… Os passeios são para isso mesmo!
Raúl
Cara Dalma
ResponderEliminarNão costumo queixar-me da vida. E penso sempre que só S. Bento é que sabe o que vai no Convento. Para sua informação a minha meia dose de cozido custou-me 6 euros. Será muito para uns, mas com a idade que tenho não vivo de subsídios. Vivo do meu trabalho e dou-me por muito feliz por isso, porque há quem não o tenha.
O meu meio hamburguer no Império custou os mesmos seis. Logo foram 12 euros para a minha parte. Há quem gaste por dia em tabaco bem mais do que isto. E o vício não é só das classes altas...
E hoje, Domingo, estive a cozinhar para semana inteira. Há muito quem o não faça.
Sabe, a crise maior é perder um filho. Porque essa não tem cura... A outra, Deus dirá!
Muito bem Helena! Tem muita razão, perder um filho é a maior crise de todas, tudo o resto perde a importância, nós que o digamos.
ResponderEliminarOntem não deu, mas hoje e apesar da chuva também fiz um passeio à beira mar e sentei-me a tomar um cházinho e a ver as ondas que vinham com força rebentar na areia. De seguida também fui comer uma dose de cozinho a meias com uma amiga, que me soube lindamente. Só não tive o bife, mas em contrapartida estive toda a tarde e até agora com o meu neto mais pequenino que é um doce.
Abraço com ternura.
Maria (publicamente anónima)
ResponderEliminarDrª Helena, li o seu comentário… tem toda a razão quando diz que “a crise maior é perder um filho”.
As verdadeiras mães sabem pensar o quanto difícil deve ser, não deve haver maior perda e maior dor. Tudo o resto logo se vê. Só precisamos de ter saúde para trabalhar, ganhar e gastar. A vida é sempre curta para fazermos o que queremos e o que nos dá prazer. Até podemos passar um dia bem passado e gastar pouquinho, como a Senhora diz nem ficou caro e soube-lhe bem.
Estou consigo quando diz que pior é o que não tem cura, porque o resto mais ou menos está curado.
Domingo a cozinhar. Também faço mesmo já hoje estive a prepara tudo para a semana porque durante a semana não tenho tempo para estar na cozinha.
Beijinho
Maria M
Helena, "falei com o Miguel", como me tenho esquecido de falar com o meu pai... e vim aqui para "ouvir" isso. obrigada.
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ResponderEliminarQuerida Dr.ª Helena
Acabei de ler todas as respostas, relativas a este post e, não consegui deixar de manifestar a minha admiração. Como leitora assídua do seu Blog, já sou capaz de elaborar um certo juízo que devo partilhar. Admiro imenso a sua educação e consideração pelos “Outros”, neste caso especifico, justificar-se, pelo facto de ter surgido a, simples, oportunidade de comer um “cozido” e um “bife” no mesmo dia (não acredito que alguém que leia o seu Blog não saiba o preço das refeições nos lugares que referiu). Como é possível que a chamem à atenção para “aqueles que têm fome”, procurando responsabilizar, castigando, alguém que vive do seu próprio trabalho, dignamente, e denegrir a beleza do acto, que teve, em partilhar momentos pessoais, confiando em todos nós. Felizmente, nem toda gente pensa assim, nem toda gente adopta a inveja como lema... Faça favor de ser feliz, querida Dr.ª Helena, á sua medida!! Essa é a maior obrigação que lhe assiste!...
Um enorme abraço
Olá Helena,
ResponderEliminarPasso por aqui para lhe dizer que só espero é que tenha saúde e energia e alegria e tudo o que há de bom para que, durante muitos e bons anos, faça o que muito lhe der na veneta: trabalhar, desfrutar, passear, escolher onde e o que lhe apetece comer, rir, namorar. E que possa sempre sentir o enorme prazer que é andar de cabeça erguida, senhora de si, sem ter que dar satisfações a ninguém.
Um abraço, Helena!
Cara Dalma,
ResponderEliminarEventualmente, nunca passou por um grande desgosto porque, caso contrário, a vida teria outro significado para si... e até outra côr!
Desde os 20 anos, com a morte do meu pai, aprendi a dar valor a tudo. Quando o destino nos prega rasteiras... "amansa-nos" e, acima de tudo, aprende-se a respeitar ainda mais o PRÓXIMO!
Isabel BP
Dra HSC
ResponderEliminarSão coisa que não se misturam e só mãe saberá o que isso é. Portanto isso está de lado!
O meu comentário só foi feito na medida em que muitas vezes se queixa da crise que também a afecta como nos deixou patente no post com a receita para a minimizar.Também há muitos meses (penso que em Agosto) quando veio dos Açores,fez post em que se interrogava se no próximo ano (2013) poderia voltar a faze-las. E apenas por isso!
Isabel BP
ResponderEliminarSim infelizmente já passei por esses desgostos a que se refere, a perda de um pai e de uma avó imensamente querida e esta deixou-me marcas acredite.
Só que não suporto pessoas que se queixam (está fora de questão a perda de entes queridos) sem motivos pois os seus rendimentos permitem-lhe passar incólume pela crise! Eu sou das tais privilegiadas e por isso no me queixo, apenas me irrita quem o faz "de barriga cheia" e que, I.BP, não tem nada a ver com o respeitar o PRÓXIMO como diz.
p.s. Drª HSC mais uma vez desculpa por utilizar o seu espaço.
Cara Dra. Helena,
ResponderEliminarSó a conheço dos seus blogs e pelos comentários que posta no blog do Alcipe.
São o bastante para ter-lhe profundo respeito e admiração.
Que pelo post, este.
Adorei sua "flanerie à Lisbonne".
Foi um lindo dia.
O vendaval pouco importa, mesmo para mim que sou brasileira e moro no Rio de Janeiro.
Já fiz longas caminhadas em lugares frios.
Caminhar, caminhar e caminhar e conversar com quem já se foi e ainda nos faz tanta dor, eu bem sei o quanto é bom, o quanto o ar puro, frio ou quente, pouco importa, recompõe, leva a doces fantasias e renova as esperanças.
Obrigada por ouvir-em.
receba um respeitoso e fraterno abraço.
Dra. Helena Sacadura Cabral , dias lindos, saborosos e com o seu sentido humor uma maravilha. Obrigada pelo seu exemplo. Abraço Ailime
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ResponderEliminarA tarde cinzenta e chuvosa.Muito vento.
Junto ao Tejo tentava perceber se, na outra banda, no cais do Ginjal, a nossa Jeito Manso se atrevia a tanto...
Atrás de nós, nas cadeirinhas do carro dormiam as gémeas " mais queridas e diferentes" que Deus criou.
A música da Comercial convidava a unir as mãos e fechar os olhos, ouvindo o gotejar nos vidros
Parecia perfeito.
Apenas parecia.
Para ser "Avó sitter" deixei de ser
neste dia, a filha que perdeu a mãe há exactamente um ano e queria, precisava de ter ficado em silêncio pensando apenas NELA, na infância, na saudade...em comunhão com o passado recente e distante, porque essa entrega total amacia e sublima a dor.
Há quem ache que não é assim. Cada um sabe de si.
(Há dias assim...não é?)
Minha querida ERA UMA VEZ
ResponderEliminarComo eu entendo essa necessidade e como me soube bem estar em silêncio com o Miguel, ele que também gostava de mares encapelados. Foi também por isso que escolheu o mar da Praia das Maçãs para repousar.
Mas as netas são uma compensação!
Helena...quando eu for "grande" quero ser assim uma mulher co "M"...
ResponderEliminarBeijinho
Srª Dº Helena
ResponderEliminarA senhora é "o máximo". Alguma vez pensei que fosse tão gira a comenter o bife e batata frita que são coisa de gente do povo?
Um grande abraço
Maria
Ó minha querida Maria, mas de onde havia eu de ser, senão do povo? O meu sangue é vermelho, cor da paixão. Não tem nada de azul.
ResponderEliminarTenho cinco livros de culinária publicados e gosto tanto deles como dos de economia. Cozinho com o mesmo prazer com que dou uma aula!
Pode crer.
Sra D Helena
ResponderEliminarAchei que seria mais do genero de soufle ou ratatouille, com o maximo respeito, ou daqueles pratos enormes com um niquinho no meio, com nomes elaboradissimos, que nos deixam eleganterrimas mas com imensa lariquinha, (digo larica porque sempre ensinei aos meus filhos que nós, graças a Deus não temos fome, temos larica)
Grande abraço e muito obrigada por ler e comentar o meu comentário
Maria