domingo, 9 de dezembro de 2012

As culpas...


De que se trata, afinal? De culpas, algo que lembra vagamente um passado judaico cristão. Um, tardiamente, assume-as. É António Guterres. O outro faz o contrário e nega-as. É Durão Barroso. Alguns mais deveriam ser chamados à colação. E confessarem-se. Jamais. Mas estes chegam para o que queremos dizer.
Dois antigos Primeiro Ministros de Portugal. Dois homens que fizeram parte do nosso destino e se ocupam, hoje, de importantes questões internacionais. Duas formas de olharem para si próprios e para o que os portugueses estão a passar, num país onde se sabe, à partida, que a culpa, quando existe, morre sempre solteira. Afinal dois tipos de carácter e, quem sabe, dois tipos de ambição futura. 
Salva-se a memória colectiva do país. Essa não morreu e está bem viva. Felizmente!

HSC

22 comentários:

  1. Até já há quem os aponte a Belém, estimada Helena.

    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  2. Caro Observador
    Daí a "subtileza" do último parágrafo...

    ResponderEliminar
  3. Personalizar em agentes politicos de um pequeno pais os erros sinistros de um sistema global politico, economico e sobretudo dominado pela financa internacional parece-me um pouco simplista e redutor, cara Helena. Claro que em Portugal se fizeram asneiras e muitos se aproveitaram ( e bem ) do sistema, para depois serem os reformados e os pobres (e quem ganha acima de 1000 euros e considerado rico no nosso pais!) a cobrirem as costas dos rendeiros e a adoçarem os espíritos mais salgados...Mas Portugal terá assim tanto peso no mundo para desencadear uma crise? Olhe, o meu avo perdeu as suas economias numa falência de um banco, ligada a crise dos anos 30 , a crise desencadeada na Wall Street em 1929. A culpa foi do Salazar ? Eu sou insuspeito de gostar do Salazar, mas acho que nao foi.

    ResponderEliminar
  4. Neste país em que cada vez mais os governantes, e não só eles, dizem e desdizem, nos tratam como se fossemos estúpidos, aparecer alguém que assuma alguma culpa nesta trapalhada, é quase um achado. Podiam muitos mais fazer o mesmo. Afinal, eles têem imunidade...mas, a palavra " honestidade " continuaria a fazer parte do nosso vocabulário. Temo que desapareça do dicionário.
    Abraço
    Carmen

    ResponderEliminar
  5. Se tratarem tão bem de questões internacionais(a prova está à vista de todos) como trataram das nacionais como 1º. Ministros...é caso para dizer...venha o diabo e escolha. Entre portas e como diz e muito bem "a culpa morre sempre solteira".

    Mas infelizmente na altura certa parece que dá uma "branca" na "memória" da maioria do povo!

    Um abraço


    ResponderEliminar
  6. Ó meu caro Alcipe eu apenas traduzi fielmente o que estes dois políticos afirmaram. Não lhes atribuí "erros sinistros de um sistema global politico, economico e sobretudo dominado pela financa internacional".
    Se um sente que tem culpas ( não a culpa) e as confessa é digno de algum respeito. Se o outro as nega - e eu julgo que teve algumas - é pena que o não reconheça.
    Ser político é também admitir o erro, como estes que nos governam agora deviam fazer. Mas não precisam porque a culpa toda é internacional...
    Ó Alcipe não estará a esquecer as auto estradas sem transito, os estádios desnecessários, a agricultura e as pescas abandonadas em prol da PAC? Ou isto foram os outros?

    ResponderEliminar
  7. Falta o principal: Sócrates. Foi o socialismo que multiplicou a dívida por dois, foi Sócrates que gastou meio milhão em refeições e ia comprar roupa de Falcon a RodeoDrive, foi ele que deu 10 000 euros de cartão de crédito a ministros, foi ele que pagou 700000 euros a Figo, foi ele que fez obra de betão e cimento em escala três vezes maior à que tinha sido feita. Foi no seu consulado que uma deputada viajava semanalmente a Paris à custa do contribuinte, foi ele que saneou todos os jornalistas que o incomodaram, foi ele que assinou contratos leoninos nas estradas,

    Criticaram Cavaco por fazer obra pública de betão e alcatrão: fê-la e era necessária pois não se podia viajar entre quaisquer cidades excepto Porto e Lisboa em tempo digno.

    Vieram os que criticaram e continuaram o mesmo: a crise é da esquerda e veio de políticas de esquerda

    ResponderEliminar
  8. Eu disse que houve muitas asneiras e muitas poucas vergonhas deste nosso lado. Com certeza, nao sou parvo de todo, como acha de mim o Feliciano da Mata. Agora esquecer o contexto global para por em causa os nossos como exclusivos culpados do que sofremos nao esta certo e sei perfeitamente que a Helena pensa assim também.

    ResponderEliminar
  9. e tanta coisa que se estão a esquecer... o alcipe e a Helena...

    ResponderEliminar
  10. É, cara Drª Helena, parece que a memória é muito curta! Vá lá, que um reconhece alguma culpa no estado do país, mas abdicam de alguma coisa para bem desse mesmo país? Nãaaaaaaaaao! Estão tão bem, nos lugares onde estão, que lhes importa o que se passa no seu país!?
    De facto, não me admiro nada que algum deles, ou os dois, se candidatem a Belém. Continuam com as mordomias, pagas por todos nós e, cá anda o "povinho" a trabalhar para eles.
    De facto, os valores estão completamente às avessas!!!
    Como diz, minha querida, e muito bem "salva-se a memória coletiva do país. Essa não morreu e está bem viva. felizmente!".
    Um beijo.
    Maria

    ResponderEliminar
  11. Para começar, fiquei muito bem impressionado com a assunção de "culpas" por parte de António Guterres. Independentemente de qualquer aspiração política futura, ficou-lhe muito bem e, sim, é revelador de um determinado carácter. Quanto a Durão Barroso, começou também por as aceitar, mas avançou dois factos indesmentíveis: a sua luta contra o défice e ter deixado uma dívida de 57% do PIB (em contraposição com os os 107% de 2011). Se há aqui questões de carácter a apontar, está na sua ambição serôdia, muito portuguesinha, em ser Presidente da Comissão Europeia.

    Quanto à crise aludida pelo estimado Alcipe: quem já está constipado, tem muito menos defesas contra uma pneumonia. Portugal, em apenas seis anos, constipou-se sucessivas e alucinantes vezes nas mais bizarras "festas"!

    ResponderEliminar
  12. Só mesmo este povo para ter a expressão "a culpa morre solreira", porque só este povo vive nos brandos costumes de empurrar e esconder as culpas.

    ResponderEliminar
  13. A culpa é , de facto, algo que o catolocismo carrega como fardo.

    O reconhecimento, embora tardio, de Guterres dignifica-o.

    A negação de Durão,,,é melhor nem comentar, porque não quero que fique com má impressão minha logo na primeira vez que aqui venho.


    Ah, deixe-me dizer-lhe que gostei muito da sua prestação em "Conversas com Vida" no Canal Económico.

    Fiquei a saber que não dá recados políticos a seu filho, mas seria muito bom ele não ficar ligado a esta política impiedosa e esem sentido que asfixia o povo português.

    Desejo de boa semana

    ResponderEliminar
  14. Bom dia,

    Creio discordar de si, D. Helena, quando diz que a memória colectiva do país está viva ... a maioria não! Não me parece nem nunca me pareceu, caso contrário, seguiríamos o exemplo da Islândia ou até da Irlanda em termos de justiça.
    Relativamente a estes dois senhores, não sou muito dada à esquerda, que respeito, mas devo dizer que a atitude de AG não me surpreende, pois considero-o uma pessoa de bem. Não que esta sua atitude resolva muito a actual situação, mas apenas engrandece a sua pessoa. Quanto a DB, bem, uma pessoa que gasta o pronome pessoal "eu" tanto como ele gasta, não é de espantar tal atitude de distanciamento, a vaidade sempre foi o seu principal epíteto.

    Cumprimentos,
    Cláudia

    ResponderEliminar
  15. Sobre o "consulado" Guterres: tem que se admitir que errou mas é honesto.

    E mais não digo,

    N371111

    ResponderEliminar
  16. Lembro-me do DB na faculde de direito - o pagode Chines, na altura-quando ele era do MRPP.
    Chamavamo-lo Um Olho para o Barda... e outro para o Oriente. Continua a ver o mundo desse modo? nem sei bem...

    ResponderEliminar
  17. Ó meus amigos, deixem a Senhora Engenheira tomar conta disso e vão ver.

    Vosso

    Feliciano da Mata

    ResponderEliminar
  18. desculpa e sem culpa duas posições antagonicas, mas são o triste espelho do país... e de como estamos na situação actual!
    desculpa que demonstra uma nobre humildade!
    sem culpa que demonstra autismo e preocupação com o próprio umbigo...
    será assim tão simples?!
    um grande abraço

    ResponderEliminar
  19. meu caro alcipe

    gostei muito da sua primeira intervenção, mas não tanto da segunda. não tem que se justificar, e muito menos desculpar, de ser de esquerda.
    o parvo do mata que diga o que quiser - e tem quase sempre muita piada no que escreve - mas a verdade é que muito do que de bem se fez neste país é à esquerda que se deve.

    a) franquelino da motta

    ResponderEliminar
  20. Franquelino, eu não tenho vergonha nenhuma de ser de esquerda, mas acho que temos que reflectir sobre os erros cometidos - lembra-se da "crítica e auto-crítica"?

    Cordialmente

    Alcipe

    ResponderEliminar
  21. Ai Alcipe você anda no seu melhor.
    Essa da da "crítica e auto-crítica" foi a palavra chave com que o meu filho Miguel me bombardeou durante 18 anos de Partido Comunista.
    Depois curou-se, mas a vacina deu numa esquerda intelectual, comandada por intelectuais, que se chama Bloco de Esquerda.
    Prefiro o PC porque sei com o que conto...

    ResponderEliminar