quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Amar é difícil...

Amar é difícil. Todos sabemos. Nunca me faltou amor, pese embora nem sempre ter sido amada como eu gostaria, porque as pessoas só amam como sabem e não como nós desejamos. Mas fui e sou uma privilegiada.
Belo intróito para algo bem mais simples. De facto, do óptimo jantar na varanda, que o temporal inviabilizou, passámos ao jantar dentro de casa com luzes e algumas velas.
Cumprindo a regra da família paterna, os netos educadamente avisaram que estavam atrasados. Como adoram o tio, fiquei mais tranquila porque as horas deste último nunca coincidem com as de ninguém. Logo, com atrasos de um lado e do outro, acabaram por chegar quase todos ao mesmo tempo. Raro!
Mas, eis que ao abrir a porta tive "uma surpresa surpreendente", como dizia uma antiga secretária minha. O meu neto Fred, louro de olho verde, apareceu-me com cinco rastas na cabeça num toque de exotismo euro-africano. Confesso que levei um baque.
Porém, como de parva não tenho nada, nem piei. Quando o tio chegou ainda exclamou um pálido "que fizeste ao cabelo?!" que eu cortei de imediato com o prato da sopa.
Quando todos saíram dei comigo a sorrir lá para cima a pensar no que diria o pai Miguel. Cheira-me que teria havido uma conversa de raiz politico filosófica pouco eficaz. 
Aqui a avó Helena vai tolerar rastas, cabelo azul ou encarnado, calça com a cintura no meio das pernas e tudo o mais que apareça. Porque nenhuma destas manifestações é essencial. Essencial é que eles saibam que são amados. O resto é fruto da época. Mas que amar é difícil...lá isso é! 

HSC

34 comentários:

  1. rsss.... adorei!!!
    e não sorri, soltei sim umas sonoras gargalhadas (há tanto tempo guardadas numa gaveta esquecida)
    passou a cena nos meus olhos como um filme divertido cheio de contenção nos bolsos da diplomacia
    o neto a saber do susto que ia pregar na avó, a avó com um nó na garganta a imaginar como salva-lo do susto do tio...
    ouvi até a avó a falar com os seus botões: o arco iris no cabelo, a calça a fugir pelo rabiote...
    ah... é fruto da época...

    e sim, amar, amar muito é preciso!
    que mulher fantástica!

    enorme abraço.
    Maria.

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  2. Admiro a sua sabedoria, mas o que verdadeiramente me enternece é o facto de ser tão querida! Acho que não exagero se disser que todos gostávamos de ser da sua família... E de certo modo somos... (pelo lado do coração!...)
    Um enorme beijinho
    Isabel Mouzinho

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  3. A avó Helena tem a inteligência, a sabedoria, tem o amor e a tolerância.
    Sabe o que é importante e o que é acessório.
    Obrigado pela partilha de tão lindos momentos.
    Bem haja,
    Pedro

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  4. amar é o que a vida tem de mais maravilhoso. com a idade é tão agradável reviver os amores que se teve.
    as rastas do seu neto e da malta dessa idade é lindo! é a expressão do que no nosso tempo eram os hippies (das poucas coisas que tenho saudades...). contudo ele devia ser informado de que as rastas matam o cabelo de que são feitas, é pena mas é a realidade! "rien n'est parfait!"
    um abraço para quem sabe amar tão bem! obrigada!
    lb/zia

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  5. Desculpe mas não consegui deixar de rir ao imaginar o susto que levou. Faz parte do crescimento. Mais tarde, ele irá sorrir quando olhar alguma foto de agora.

    Abraço com carinho

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  6. Mas que bela descrição!!
    Ao ler o seu texto não pude deixar de rir e descomprimir para logo de seguida sentir o coração repleto de uma enorme admiração pelo amor que consegue dar.
    Na verdade, cada um tem a sua medida...
    Um enorme abraço

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  7. Permita-lhe que lhe diga: A senhora, se não existisse, tinha de ser inventada. É uma senhora e uma avó absolutamente extraordinária: Quero ser uma avó assim! Adoro ler o que escreve.Um grande beijinho

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  8. Amar, pode ser difícil, mas é tão bom!

    Um beijinho,

    Vânia

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  9. Muito me ri...
    Lembrei-me do meu filho adoptivo hoje com 25 anos. Passou uma fase de longas melenas e t-shirt preta escorrendo tinta(sangue)vermelha.
    Ele e os amigos formaram um grupo que tocava na garagem todo(TODO)o fim de semana.
    Também tive baques mas fiquei atenta e acompanhei tudo com calma e...passou naturalmente, sem dramas.
    Entendi que ele andava à procura de si mesmo.
    Hoje tem um aspecto 'normal' e desportivo. Amar é difícil, como a entendo.

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  10. Helena, esse amor é difícil, mas é puro e genuíno!

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  11. Não me quero repetir mas sempre que leio o seu blogue sinto-me inspirada a ser uma pessoa melhor... Tão simples e tão claro como mostra o que de facto importa. Tenho que partilhar esta lição de amor! Amar nem sempre é fácil

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  12. Que ternura!
    Um beijo para esta senhora tão maravilhosa.

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  13. Amar é dificil, mas tão bom!!
    Que ternura de post, principalmente para mim que tenho dois filhos com idades aproximadas à dos seus netos, a quem faço questão de dizer e demonstrar todos os dias que amo!!
    É preciso entender os jovens e tolerar acompanhando atenta, estas fases.
    A Srª. é especial que sorte tem a sua familia e nós que a lemos!
    Um abraço
    FL

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  14. Helena:
    Achei graça à sua história e lembrei-me de uma conversa com a minha filha, sobre a minha neta.
    A miúda, na idade do armário, levanta-se às seis da manhã para sair toda produzida. Camadas de pintura, cabelos artisticamente despenteados, roupa escura e rota. Chamada à atenção pela mãe, a resposta veio rápida: é o meu estilo.
    Nós, mulheres de outro tempo, caras lavadas, vestidos airosos, tínhamos outro estilo. O deles é este.
    Eu nunca comento, mas fico um bocadinho chocada. Os meus quase 68 anos...
    Beijinho
    Maria

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  15. Eu diria que amar é o mais difícil... E dizer aos nossos que os amamos! Com palavras! Mas fazê-lo com gestos e atitudes como as da avó Helena já me parece um excelente princípio... Pq em teoria pode parecer fácil, mas é para lá de dificil na prática

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  16. Que bom ser tão amada...e tão bem humorada ri ao imaginar o ar familiar a olhar para o cabelo,mas tem razão isso passa o amor ficará
    Ob. por existir.

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  17. Ó Helena... fossem as rastas todas as dificuldades do Amor!

    Convivo diariamente com uma adolescente que teima em colorir unhas, cabelos e olhos com as cores mais bizarras... Haja coração!

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  18. A minha filha mais nova é responsável pela minha descoberta do seu blogue. Estou-lhe grata a ela por isso e a si pela alegria e ternura que me proporcionam os seus escritos. Lá que amar é difícil, ah lá isso é! Mas é tão bom!!!! Também eu me sinto uma privilegiada.
    Um beijo e obrigada
    Maria de São Francisco

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  19. se é... amar passa afinal pelo aceitar, respeitar e tolerar.Só mesmo uma bóbó (termo carinhoso usado no Porto para designar avó) para tolerar raspas. E a minha pensava assim, embora também se assustasse.

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  20. Você é realmente uma pessoa muito
    especial e compartilhar connosco
    "esses seus momentos" é sempre de
    um grande ensinamento sobre saber
    viver. Obrigada por isso.
    Beijinhos
    Irene Alves

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  21. Querida Helena, só a senhora...a ternura que vai nessa Família.. bem hajam... um beijinho

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  22. Depois de ler os comentários anteriores, faltam-me as palavras para aqui deixar uma mensagem original...E só escrevo o que costumo dizer de si: É a minha "heróia"!

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  23. Pois é minha cara, tenho por hábito dizer que mimo e amor demais, nunca matou ninguém. Não podemos escolher a embalagem de ninguém, mas podemos dar-lhes o que de melhor a vida nos deu. Abraço-vos.

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  24. Abençoados netos q têm uma AVÓ como a Dra Helena!Amor é isso mesmo!Também sou avó de dois rapazinhos ainda pequenos e tenho a Dra Helena como exemplo a seguir!Como diz Mariana B,também é a minha "heróia"!

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  25. Fez-me rir...mas a ternura como descreve é tal...que acho que sim...o "essencial é que eles saibam que são amados" e tudo o que é difícil ainda se torna mais valioso.

    Digo-lhe mais...esse look está maravilhoso!

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  26. Realmente...amei....e o mais importante alem de amar e sentirmo-nos amados.
    Um grande beijo de alguem que a admira

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  27. De facto a esse respeito chama-se mesmo amor.

    Sábia a aceitar...Mesmo o menos convencional,parabéns eu bem digo que a sra.cada dia está mais rejuvenescida.

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  28. Maria do Rosário Correia Susano30 de setembro de 2012 às 12:24

    Grande AVÓ...
    O seu texto fez-me lembrar as minhas Grandes Avós, só queriam que fossemos felizes...
    Estudássemos e encontrássemos o nosso caminho...
    Um beijo carinhoso
    Maria do Rosário Susano

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  29. A avó Helena então percebe o "baque" que eu senti quando a minha filha fez 5 (cinco) furos numa orelha só e disse apenas "que pena, uma orelhinhas tão bonitas cheiinhas de furos).
    O amor, esse imenso oceano azul que nos ajuda a filtrar o acessório para guardarmos apenas o essencial...

    Abraço!
    ~inês

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  30. eu, aos 50 e com filho com 13 recém cumpridos, tenho consciência desses possíveis momentos que me virão pela proa e só peço, adiantadamente, sabedoria para ver mais além do que essas manifestações...

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  31. Também o meu filho 19 anos,fez "rastas,e nem as vejo se é que me faço entender,mãe é mãe no seu caso avó e os avós do meu filho parece não se incomodam muito ao avô a irmã teve que explicar o que era como era o avô chegou a perguntar"mas aquilo lava-se?"aqui a mãe vai tolerar rastas,piercings,tatuagens etc um, abraço.

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  32. A Helena é uma avó fantástica! Amar sim sem reservas afinal família é família.

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  33. INTERESSA O CONTEÚDO!
    NESTES MOMENTOS TAO CONTURBADOS QUE VIVEMOS AQUELES QUE CONSEGUIREM E ASSIM O DESEJAREM QUE SAIBAM AMAR O CONTEÚDO E NÃO A APARÊNCIA...
    MUITO BOM GOSTEI MUITO! TENHO-A EM MUITO BOA CONTA PARABÉNS E UM GRANDE ABRAÇO!

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