Lendo um post de um dos meus blogues favoritos, o Timtim no Tibet, dei-me conta de algo que eu já sabia, mas que, de repente, se tornou muito mais claro.
Sou demorada e gosto de o ser. Cada vez mais. Explico-me. Pertencendo à classe das emotivas, desde cedo aprendi que tudo o que é bom deve ser feito devagar, sentido devagar, gozado devagar. Nem sempre consegui, claro. Mas refinei.
O exercício tornou-se frutuoso e evitou tanta precipitação que, hoje, julgo ser ele que me permitiu chegar até aqui sem ter grande pena de mim, ou me considerar o centro de qualquer universo, que não seja o meu próprio.
Um dos problemas nacionais é a precipitação. Antes de sabermos, de facto, o que quer que seja sobre qualquer coisa, já estamos, precipitadamente, a ter e emitir uma opinião sobre ela. O que não deixa de ser bizarro.
Mas, confesso, aprendi isto com os meus filhos. De um, uma enorme capacidade de distinguir o essencial do acessório e de outro uma surpreendente capacidade de previsão.
Foi educando-os, que acabei por me educar a mim própria, e tornar-me, no fundo, alguém que viveu intensamente e, não desejando desperdiçar o tempo que lhe resta, continua a aproveita-lo da melhor e mais simples forma.
Não pretendo ser modelo para ninguém. Mas se todos fossemos preparados para gerir as emoções, distinguindo as que valem a pena daquelas que não valem um caracol, éramos de certeza mais felizes. E faríamos dos outros pessoas mais venturosas também!
HSC
Obrigada D. Helena por estas palavras. Fizeram-me bem.
ResponderEliminarÉ isso mesmo, Helena. Opina-se e reage-se em cima do acontecimento, ainda a quente e naturalmente que as conclusões carecem da frieza necessária à reflexão. E assim vamos... Gostei do que disse sobre si própria. Também eu faço por ir aprendendo:) E é bem melhor, dar tempo ao tempo.
ResponderEliminarVenho descobrindo há algum tempo, isso mesmo: a vida passa depressa e temos que viver o presente o melhor possível. Aceitar o que não podemos mudar e continuar em frente.
ResponderEliminarSem pisar ninguém.
drªhelena que maravilhoso post sobre as emoções que tão dificeis são de domesticar...
ResponderEliminarum abraço forte,
lb/z
ResponderEliminarGostei muito do seu texto e concordo em absoluto com ele. No entanto, passar da teoria à pratica, na altura certa, torna-se por vezes, um pouco difícil... Tenho que me ir educando nesse sentido.
Um Abraço agradecido
Teresa Peralta
As mensagens da senhora são grandes lições de vida. OBRIGADA!
ResponderEliminarSó eu sei o esforço que faço para controlar as minhas emoções...
Que bela maneira de começar o dia, querida Drª Helena:
ResponderEliminarAcho que já há muito tempo que andava a precisar de ouvir isto.
De facto, tudo tem muito mais sabor quando aproveitado ao segundo... mas eu sou uma apressada incorrigível já há minha professora primária se queixava do mesmo.
É que nem os momentos bons eu aproveito e me delicio com eles.
Talvez isso mude a partir de hoje.
Obrigada por partilhar isto, postarei na minha página de facebook, com as devidas referências se mo permite. Não só para o ver mais vezes, mas para relembrar outros.
Um abraço enorme
Vânia Edite Vieira Batista
e na maioria das vezes "uma opinião" negativa e derrotista.
ResponderEliminarGostei e subscrevo inteiramente!
Dra Helena,acabei de ler estas suas palavras que me chegaram na hora em que eu tanto precisava.Muito obrigada! Bem haja!
ResponderEliminarConcordo consigo, Helena, como quase sempre! Eu também acho que o que é bom deve ser feito e saboreado devagar, porque assim dá maior prazer e felicidade.
ResponderEliminarMas essa serenidade é o tempo que nos ensina.
Beijinho
Isabel Mouzinho
Cada vez me convenço mais que as emoções são sim o que temos de mais rico, mas são também o que menos conseguimos controlar. Gostava de ter um botão que me permitisse, exactamente, distinguir automaticamente aquelas que não "valem um caracol" como os medos irracionais e a ansiedade em exagero. Creio que vêm dessa precipitação que fala, uma precipitação que ainda por cima é sobre algo que ainda nem aconteceu
ResponderEliminarNo dia de hoje, e na fase complexa da minha vida que passo desde há pouco mais de 2 anos a esta parte, esta sua dissertação caiu-me mesmo no sítio certo; acho que a vou ler e reler, quando a minha mente vai ficando mais tortuosa, porque de facto, com os meus 34 anos, tenho deixado levar-me por emoções que nada de bom me trazem, não tenho aproveitado a vida porque um homem decidiu trocar-me por outra e abandonar o lar e a nossa filha que estava para nascer...e no fundo, acabo por não estar a ser a mãe 100% liberta de tristeza que a minha bebé merece e que eu própria também mereço.
ResponderEliminarNo fundo, não fiz mal a ninguém, e acabo por estar a fazer tanto mal a mim própria.
Muito obrigada pela partilha da sua sabedoria; é impressionante como o seu texto me inspirou. Muito obrigada!
E é por isso que aquela senhora das "Conversas improváveis" inveja a sua vida!! Mas eu acho que a senhora se explicou mal, não é a sua "vida" que ela inveja. É a sua inteligência, a sua lucidez, a sua capacidade de nos fazer reflectir e pensar que a vida é para ser vivida e aproveitada. Obrigada Dª Helena.
ResponderEliminarPalavras sábias!!!
ResponderEliminarDe facto se aprendessemos a gerir as nossas emoções o nosso desgaste emocional seria menor. A maior parte das vezes damos demasiada importância ao que não merece!
FL
Como poderá o dia correr mal...
ResponderEliminarAcordei e li este texto, fui passear o sebastião (um part-time como petsitter que arranjei) fui às aulas de código e mal fechei a porta de casa ouvi a sua maravilhosa gargalhada...
Com este seu blogue e os seus posts
ResponderEliminara Srª. já se apercebeu como está
a fazer bem a muitas pessoas, que
tiveram a sorte de ter conhecimento
deste seu blogue.Aqui se vem receber
uma série de ensinamentos para melhor
viver a vida. Drª. Helena nestes
últimos dias tenho andado a acompanhar uma pessoa a idas a um
Hospital, por causa de um familiar,
que vivia sozinho,de repente ficou
gravemente doente e estando hos-
pitalizado já há a certeza que não
pode continuar a viver sozinho
como vivia.Descobri também que
a Segurança Social já não tem meios
para nada, e compreendo(?) se é que
se pode compreender como tantas
pessoas são abandonadas nos
Hospitais.Lares para acamados são
acima dos mil euros, reformas são
sempre muito baixas, surge uma
situação destas, o único familiar
que se preocupou de o ir ver ao
Hospital, vai ter que assumir uma
responsabilidade, mesmo sem ter
meios para isso?Então o Estado
financia as IPPPs e não servem
para acolher estas pessoas ficando
com as reformas?Tudo parece um
absurdo...Apesar de andar a viver
todas estas situações, vou tentando
gerir as minhas emoções, o que não
é fácil.
Pode fazer o favor de dar o link
do Timtim no Tibet?
Um grande beijinho
Irene Alves
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarBrown Eyes
ResponderEliminarVou-lhe deixar uma frase que um dos meus filhos me disse, há muitos anos, vendo-me chorosa:"mãe, chora-se a perda de um pai, uma mãe, um filho, um amigo. Não se chora, nunca, a perda de um homem que nos tenha tratado mal!"
Tinha toda a razão, o meu infante. Espero que a filosofia que a frase encerra, a ajude tanto como a mim me ajudou. A levantar a cabeça. Sinceramente.
Quando venho aqui e me identifico com o que diz sei de antemão que a capacidade da gestão das emoções é um caminho árduo e longo e que essa aprendizagem só a universidade da vida...
ResponderEliminarMas que sabe bem lê-la, oh se sabe.
Abraço
ResponderEliminarOuvi-a em tempos num programa de TV, de que não me recordo o nome, dizer que partilha com os outros as alegrias e resolve as tristezas (terá sido este o sentido das suas palavras, das quais já não me recordo na integra).
Agora brinda-nos com este post. Excelente! Como eu gostaria de ser assim...como me é tão difícil controlar as minhas emoções (as negativas obviamente).
Dou-lhe os meus parabéns por este blogue que agora visito diariamente.
A Dra. Helena deu-me uma grande honra ao responder ao meu desabafo, e mais uma vez em jeito de força e coragem; os seus filhos são de facto extraordinários, todos nós o sabemos e eu em especial, pois acompanho o percurso deles desde há muito, e têm de facto uma grandeza de espírito e uma forma de estar, irrepetíveis.
ResponderEliminarVou adoptar para mim (se mo permite) a frase do seu Infante...um homem dizer isto a uma mãe quando lhe percebe algum sofrimento, é de facto extraordinário.
Uma vez mais, o meu muito obrigada.
Ira, desprezo, indignação, medo, felicidade, tristeza, amor, amizade, clemência, gratidão, arrependimento, remorso, vergonha, culpa, compaixão, ciúme, inveja, todas são emoções presentes no ser humano há milhares de anos.
ResponderEliminarPerceber as emoções tóxicas, destrutivas, e descobrir formas de as enfraquecer, foi o objectivo da ivestigação levada a cabo por um grupo de cientistas que se juntaram ao Dalai Lama, numa abordagem comparativa entre as perspectivas ocidentais e as práticas budistas.
Um dos objectivos principais da prática budista é reduzir o poder das emoções destrutivas nas nossas vidas, o que representa um grande desafio, porque vivemos mergulhados em violência desde a infância, e cada vez mais.
Possibilitará a plasticidade do cérebro que o mesmo seja educado para as emoções construtivas, através de métodos como a meditação, sem recurso a fármacos?
Esta é uma das perguntas da referida investigação.
Segundo a prática budista, não devemos negar e ignorar as emoções tóxicas que nos habitam, mas sim ter consciência delas, sem nelas nos enredarmos, e cultivando «antídotos» que as desactivem.
FL
A felicidade por vezes é difícil de ser alcançada e às vezes por culpa nossa, que queremos sempre mais, que por vezes deixamos passar as coisas mais simples e que a grande maioria das vezes as mais belas e aquelas que nos trazem felicidade . Obviamente que a felicidade também tem a ver com o nosso estado de espírito e com o momento no qual nos encontramos. Mas de facto temos de aprender a apreciar as coisas e todos os momentos e também apreciarmos e agradecermos aquilo que temos e não chorar o que não temos, mas tudo isto passa por uma aprendizagem e uma maturidade que alguns conseguem mais cedo do que outros por virtudes da vida...
ResponderEliminarA mim uma coisa que me traz imensa felicidade e que me enche o coração e que me consegue levantar o ânimo é sem dúvida o riso de uma criança.
Eu queria tanto, MAS TANTO, saber como gerir as emoções e como não chorar por um homem...
ResponderEliminarCara Helena, concordo inteiramente quando diz que por cá emite-se uma opinião sem conhecer todos os factos. Tb concordo inteiramente que um dos seus filhos tinha enorme capacidade de previsão. Sobre estes temas publiquei no DailyNews de ontem a coluna mensal onde listo as previsões que fiz desde 11/11/04 sobre esta recessão e ainda as suas causas, incluindo êrros de cálculos que qualquer economista a sério detecta, mas ninguem teve a coragem de publicar.
ResponderEliminarhttp://www.algarvedailynews.com/features/readers-views/7379-vitor-gaspar-the-troika-and-miscalculations
Se tiver um minuto, poderá ver pq apoio inteiramente a posição do CDS
no tema RTP: http://visao.sapo.pt/rtp-berlusconi-luso=f683049
Continuo a aguardar orientação como enviar-lhe dois dos meus livros, especialmente o ALGARVE/ ALENTEJO - MY LOOVE.
Jack Soifer
TAL COMO O BEM-ESTAR FÍSICO, SER FELIZ EXIGE UM BOM ALIMENTO ESPIRITUAL E TREINO PESSOAL.
ResponderEliminarGostaria de saber se existe algum relato ou artigo, etc., relativo à experiência dos cientistas com o Dalai Lama sobre as emoções destrutivas. Agradeço.
MM
Agradeço a partilha de tão sábias palavras.
ResponderEliminarLuisa
ResponderEliminarEstá a chorar um homem ou está a chorar-se a si?!
É muito importante perceber o que, de facto, se chora e talvez um psicólogo a ajude a ver melhor "o que é que realmente está a chorar"!
Jack Soifer
ResponderEliminarVou tentar resolver o seu problema. Como passo agora muito tempo fora, mande em meu nome para o CDS, ao cuidado de Ana Braga. Aí há sempre gente!