Escasseia o tempo que ainda aqui estarei. Mas prometi divulgar o roteiro gastronómico que fiz e vou cumprir. Foram estes os escolhidos por razões pessoais várias. Terão ficado muitos, igualmente bons, de fora e que hei-de ainda visitar, se a crise e a saúde, no futuro, mo permitirem.
Aqui vão: Alabote, Mariserra, El Marinero, O Gato Mia e dois óptimos bares restaurantes, o Tukatula na praia de Sta Bárbara e o do Zeca Soares na praia dos Moinhos, a que devo acrescentar o bar da piscina do S. Miguel Park Hotel, que por deferência, nos foi facultado usar, pese embora não fosse aquele em que estávamos alojados.
Seria muito difícil classifica-los por ordem de qualidade. Foram todos excelentes. Mas não posso deixar de referir a particular amizade - muito para além da gentileza -, com que fui recebida, diria mesmo acarinhada, no Mariserra, cujos filetes de polvo me deixaram, como cozinheira que sou, fascinada.
Quem, como eu, aprecia comer e fazer comida, encontra aqui um manancial imenso. Ontem mesmo, deliciei-me - de início duvidosa, confesso -, com um carpaccio de presunto, que hei-de repetir em minha casa. É um achado para quem aprecie, como eu, este tipo de prato. Foi, aliás, uma das poucas concessões que fiz à carne, aqui divina, porque a norma foi comer peixe.
E, já agora, não quero deixar de referir a generosidade das doses, porque hoje, ao somar tudo o que tinha gasto em alimentação - sim, com a mania da independência pela qual me rejo, eu pagava almoço e infante pagava o jantar e só com esse compromisso é que vim, pese embora o manifesto desagrado que isso lhe provocou -, verifiquei que tinha dispendido aqui bem menos do que gastaria em Lisboa.
Abençoada terra esta, que sendo Portugal, não tem, curiosamente, alguns defeitos do Continente e está longe dessa "utopia" a que chamamos de Europa unida!
HSC
Desejo muita saúde para que no futuro possa então visitar os muitos que faltam.
ResponderEliminarFico feliz por ter tido, na companhia do seu infante, uns dias de férias maravilhosos, que bem merecem.
FL
muito obrigada pela informação que nos dispensou. sobre a qual acho uma delicia que se tenha dado ao trabalho de a ter retido. tenho pena de não ser uma apreciadora de comida, activa, já o fui...
ResponderEliminarquanto a essa maravilhosa terra ser diferente do continente, sem vicios importados, que nice!
todo o carinho que conseguir sentir,
lb
Cara Helena,
ResponderEliminarObrigada pelo seu post. Curiosamente, durante anos da minha vida recusei-me a fazer férias nos Açores pela instabilidade do clima. Em 2009 uma (feliz) obrigação profissional mandou-me para Ponta Delgada por uma semana e a minha surpresa não podia ter sido maior: o clima instável de certo, mas essa tal vivência da cidade e das pessoas a léguas do que se passa no continente (e eu nem sou de Lisboa!) cativou-me profundamente. Há cidades do continente muito, mas muito mais isoladas do mundo (eu nessa altura vivia numa delas...), do que Ponta Delgada.
Já para não falar, claro está, de tudo o que é gastronomicamente maravilhoso nos Açores ;-)
Um beijinho,
AA
Eu já tenho, há muito tempo, vontade de conhecer os Açores, o que só por acaso ainda não aconteceu.
ResponderEliminarMas, quando leio estes seus relatos, fico verdadeiramente com "água na boca" e com a certeza de que tem tido umas excelentes férias (mais do que merecidas!)
Grande beijinho (também para o Infante, mas o maior para si...)
isabel Mouzinho
Cara Helena:
ResponderEliminarSó fui uma vez aos Açores. Creio que já o disse aqui. Guardo boas recordações de tudo. Da beleza dos campos, das flores, dos arranjos magníficos das mesmas, das igrejas barrocas, da comida e até da maneira desconfiada mas sempre bem educada das gentes.
Boa viagem de regresso.
Raúl.
Que bom todas estas referências que
ResponderEliminaraqui deixa, se eu um dia for aos
Açores(com a mísera reforma que
tenho 450.96 E.) após 40 e picos
anos de trabalho, na legendagem
de filmes(no Cinema em Portugal
pagaram sempre muito mal) e depois
ainda levei 7 anos de "penitência"
por ter-me reformado antes dos 65,
mas fomos todos despedidos...(não é
só agora, isto já aconteceu há 10
anos), e sabe D. Helena eu comecei a
trabalhar com 9 anos(nessa data,
(1955) era o que acontecia, só que
a entidade patronal só começou a
fazer descontos para a Segurança
Social quando eu tinha 16 anos.
Pois é, trabalhei desde criança para ter 450.96 de reforma e deixei
de ser isenta na área da saúde(mesmo sendo diabética)porque
os cálculos foram feitos na base
dos rendimentos de 2010 e nessa
altura o meu marido ainda trabalhava, se fosse 2011 já estaria reformado, também com uma
reforma baixa, mas um pouco acima
da minha.Assim amiga, e sem os
subsídios é difícil eu ir aos Açores, ou mesmo a qualquer outro
sítio, ou até comprar os seus livros...é por isso que eu viajo
através dos olhos e palavras de
outras pessoas, sem qualquer inveja, e muito menos a teria da
srª.Desculpe hoje ter falado um
pouco de mim.
Beijinhos e bom regresso.
Irene Alves
Ando a ler um estudo sobre o místico renano Maitre Eckhart publicado pela Seuil de Paris intitulado « Maître Eckhart ou La profondeur de l'intime »
ResponderEliminarPodemos aí ler : «Mourrir à soi , naître en Dieu, «percer dans le fond de l'âme»... L'intime chez Maître Eckhart n'est ni le secret ni la simple intériorité, mais une distance essentielle en l'âme qui permet à l'homme d'être à la fois uni à Dieu et présent au monde - authentiquement humain.
Cette expérience apparaît ainsi comme une expression privilégiée du détachement, objet principal de la prédication du théologien rhénan. Ouverte sur l'agir et non close sur elle-même, elle révèle en l'homme une profondeur infinie qui fait de lui un être libre, inappropriable. Mais dire l'intime est un défi pour la pensée comme pour le langage»
Todor nós conhecemos e usamos as expressões « mundo exterior e mundo interior », mas poucos sabem que íntimo é o superlativo de interior.
Como compreendo bem o que quiz escreveu hoje.
Pelos vistos, uns belos dias de descanso!
ResponderEliminar;)
Cara Irene
ResponderEliminarVou partilhar consigo um pouco da minha experiência pessoal.
Comecei a dar explicações aos 13 anos, a vinte e cinco tostões a hora, porque queria ir para a Faculdade e o meu Pai queria que eu fosse dona de casa.
Tive que ser a melhor aluna da Faculdade onde entrei aos 15 anos para ganhar uma bolsa. Acabei o curso a 17 de Julho e a 20 começava a trabalhar.
Estive 18 anos no Estado e recebo por esse tempo 256 euros de reforma, porque não fui reclassificada, que entrego inteiros ao Banco de Portugal, ao contrário de outros que o não fazem. No Banco saí quando devia e, novamente, não fui reclassificada, pelo que hoje a minha reforma é inferior a de um administrativo do escalão médio, apesar de ter sido, durante anos, directora de serviço.
Resultado, para viver com dignidade continuo a trabalhar muito e a estar agradecida por ter trabalho.
Não quero, é evidente, minorar o seu caso. Quero apenas dizer-lhe que com a idade que tenho talvez devesse estar apenas a descansar. Mas não posso.
No entanto, prometo que lhe direi como fazer férias em Lisboa, muito em conta, porque foi o que fiz durante muitos anos. E acredite que foram óptimas!
Cara Helena,
ResponderEliminarA propósito do seu comentário aqui na caixa de comentários, ocorreu-me: "Caramba e apesar de tudo (tudo, tudo) tem uma boa disposição incrível e uma das gargalhadas mais saudáveis e contagiantes que já ouvi. Grande lição!"
Eu, cá vou fazendo o meu percurso (que acredito cada vez mais foi feito à minha medida), neste momento, apesar de longe de perfeito, tudo o que pedia é que fosse assim até ao fim dos meus dias (já foi muito, mas muito pior), mas essa tal boa disposição é que não quer nada comigo...
Bem haja, Helena, um beijinho.
AA
E pronto. Se houvesse dúvidas, cá está porque eu gosto tanto desta Senhora! Como eu, vê sempre o copo meio cheio, e nunca atira a toalha ao chão. Podia estar a descansar? Podia. Mas já viu o que nós leitores e ouvintes perderíamos? Tudo tem um lado mau e um lado bom. Deve-se sempre tentar que o bom se sobreponha ao mau. É a única maneira de viver com dignidade.O resto é tudo fantasia. Beijinhos à D. Helena de uma Açoriana babada com as crónicas. À D. Irene: não desista. A vida está aí, tem o seu marido reformado, provavelmente saudáveis os dois, vão passear, nem que seja na cidade mais próxima...viver numa ilha limita muito mais, mas arranja-se sempre solução quando se quer.
ResponderEliminarExcelente escolha para passar as suas férias. Só fui uma vez aos Açores, muito por "culpa" de uma das minhas melhores amigas que, por amor e pelo trabalho, se mudou para lá há uns anos. Estive 2 dias em São Miguel e depois mais 4 dias na maravilhosa e paradisíaca ilha das Flores, recentemente eleita Reserva da Biosfera. Foram dias inesquecíveis. Ainda há pouco folheava um livro sobre as Flores que a minha amiga me trouxe este ano.
ResponderEliminarQuando puder vá às Flores e ao Corvo. Ambas as ilhas têm um ambiente muito próprio. Quer os Florentinos quer os Corvinos são pessoas especiais.
-anotadas as recomendações para degustação!
ResponderEliminar-aligeirada a disposição com o texto!
-fantástica a lição de independência.
Bem Haja Srª Helena