domingo, 6 de maio de 2012

Os vinte anos da Inês



Há mulheres de quem gosto muito. Que sabem multiplicar, fazer crescer os dons com que nasceram. E que sabem, sobretudo, dar dignidade àquilo que constroem. 
Inês Pedrosa é uma delas. Conheci-a no Independente e revia-me no que  ela escrevia quando tinha idade para ser minha filha porque a sua escrita era intemporal. Ela escreve com a inteligência dos afectos, mantendo o gosto de ser mulher e nunca tendo tido de se masculinizar para desempenhar na sociedade portuguesa o seu papel.
Anos mais tarde haveríamos de manter um programa de rádio que muito nos divertiu e onde a sua voz jamais se calou perante o que considerava justo ou injusto. Sem espartilhos partidários ou preconceitos sociais.
Depois, haveria de aceitar o desafio de ficar à frente da Casa Fernando Pessoa onde o seu trabalho tem sido notável. Mesmo quando os fundos de que dispunha estavam longe de serem os mínimos necessários, não abandonou o barco e soube fazer daquele espaço um centro de homenagem à língua portuguesa nas diversas vertentes que ela assume. 
Hoje, na praça Leya, na Feira do livro, celebram-se 20 anos da sua carreira literária. Parabéns minha querida Inês, porque tu mereces inteiramente essa homenagem. E se não fosse eu estar a recomeçar devagarinho, seria das primeiras a ir dar-te um abraço!

HSC

3 comentários:

  1. Completamente de acordo contigo: acabei agora mesmo de escrever no facebook da nossa Patrícia: "Farto-me de gostar da Inês Pedrosa." O trabalho e o talento são uma conjugação poderosíssima.

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  2. Gostei de ler estas palavras de uma amiga para outra amiga.
    E porque as palavras em algumas circunstâncias são supérfluas, apenas posso desejar isto: para si, a continuação de muita CORAGEM.

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  3. Obrigada, querida Helena. A tua inteligência só tem paralelo com a tua generosidade - ambas imensas.
    Que saudades desse tempo da rádio - ríamo-nos tanto, e tanto que aprendi contigo nesses programas!
    Que saudades, também, d'O Independente - éramos terrivelmente jovens e incautos ( para não dizer pior...) mas procurávamos fazer a diferença.Desses tempos ficou-me uma amizade inexpugnável pelo teu filho Paulo.
    Bem-hajas. Beijos da Inês

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