"Começa a ser evidente para todos que o euro está à beira do colapso. Tal deve-se à forma como foi concebido, destinado a ser a moeda única de uma Europa com economias muito diferentes. O euro poderia funcionar com base em políticas de coesão, mas essas são já passado. A partir do momento em que a crise se instalou e os países europeus adoptaram a regra do cada um por si, é evidente que o euro se tornou numa armadilha para os países do Sul que nunca conseguirão viver nas condições draconianas exigidas pela Alemanha. O irrealismo do Tratado Orçamental, que a Grécia e Portugal ratificaram para alemão ver, iria ser o teste final que provocaria a saída imediata destes países do euro, se a eleição de Hollande não o tivesse transformado num nado-morto.
Entretanto, a explosão iminente na Grécia leva as instituições comunitárias a manobras desesperadas, como se vê agora com esta medida do BCE de injectar 100 mil milhões nos bancos gregos. É extraordinário que o BCE aposte em bancos de onde os seus depositantes retiram todas as suas poupanças, com base no dinheiro dos contribuintes europeus, que é assim atirado para um poço sem fundo. Resta ver quais vão ser as consequências desta medida para a credibilidade do euro.
Na verdade, a demonstração de que o euro é neste momento tudo menos uma moeda única resulta evidente das sucessivas propostas para o dividir em várias moedas. Primeiro, foi na Holanda que se propôs uma nova moeda para os países do Norte, que se chamaria o neuro. Agora é o Deutsche Bank que propõe a quadratura do círculo com um euro exclusivo da Grécia, que se chamaria o geuro. Calculo que logo a seguir o Deutsche Bank venha propor também um euro exclusivo para Portugal, o peuro. Isto seria cómico se não fosse trágico.
Mas, perante este extraordinário espectáculo, ainda há quem tenha ideias para o negócio. Está a ser distribuído um jogo, o Euro Destruction, em que é suposto os jogadores atirarem moedas de euro contra os banqueiros ou contra os cidadãos. Parece que o cenário final do jogo é o "End of Europe as we know it". Deve ser um jogo muito popular para os actuais governantes europeus".
Este post que aqui reproduzo na íntegra foi escrito por Luis Menezes Leitão e publicado no blogue colectivo Delito de Opinião. É tão claro que acrescentar-lhe algo seria absolutamente inútil.
Espero sinceramente que a moeda única não tenha os dias contados. Caso contrário, será a nossa dívida externa a perdurar no tempo... e isso é, a meu ver que pouco percebo de finanças, muito mau já que passaremos a pagar (quase) o dobro de juros, caso regressemos ao antigo sistema monetário. Se o euro veio inflacionar tudo para o dobro, caso o abandonemos ou ele finde (como moeda porque nos nossos bolsos já começa a ser uma raridade)a nossa dívida externa passará para o dobro (hipoteticamente).
ResponderEliminarTambém me soou curiosa a nova designação nos países do Norte, designar-se-ia Neuro (/n/ de norte e de "new", novo) em Portugal seria peuro, mas /p/ de Portugal ou de Pobreza??
Estaremos condenados ao infortúnio?
Realmente lendo este texto não
ResponderEliminaré preciso acrescentar mais nada.
Só precisava de perceber a
colagem de Passos Coelho a Merkel.
Bj.
Irene