Por razões de natureza profissional, voltei ao estudo da História de Portugal. Estou novamente a trabalhar no campo das pequenas biografias e por isso tornei aos nossos antepassados.
Sempre me considerei uma pessoa razoavelmente informada - gaba-te Helena -, mas este retorno às origens fez-me descobrir algumas lacunas das quais não me tinha ainda apercebido. O que prova, uma vez mais, que o trabalho pode ser um meio de valorização pessoal enorme. No meu caso é.
Mas o mais curioso desta tarefa tem sido descobrir como permanece inalterado nos portugueses um certo ADN que já data da primeira dinastia. Está lá tudo: a coragem, a inveja, a sagacidade, a mentira, a criatividade e o amor imenso por este bocado de terra que se chama Portugal.
Quanto mais leio, quanto mais investigo, quanto mais avanço, mais gosto de ser lusitana, de ser mulher, de ter a sorte de viver aqui.
Apesar das crises, dos maus governos, das injustiças, das desigualdades, jamais passou pela minha cabeça ser, senão, uma mulher portuguesa. Isso, Europa nenhuma alguma vez vencerá!
HSC
Ó Senhora Dona Helena, então e os nossos Presidentes da República?
ResponderEliminara) Feliciano da Mata, autor de um projecto de lei para manter o feriado do 5 de Outubro
Só os Reis, senhora Doutora?
ResponderEliminarE os nossos Presidentes?
a)Feliciano da Mata, republicano
Cá ficarei a aguardar o “produto” dessa investigação histórica, com muita curiosidade. Como há já um par de anos referi (creio que no Blogue Duas ou Três Coisas), li com interesse as suas “As Nove Magníficas”.
ResponderEliminarQuanto ás qualidades e defeitos nossos, se me permite, acrescentaria uma outra qualidade: a de saber ultrapassar as dificuldades extremas, ou seja, de conseguir recuperar, quando tudo parecia perdido (julgo também que FSC no seu Blogue Duas ou Três Coisas já tinha, não há muito tempo, sublinhado e recordado isso mesmo). Na nossa História temos alguns bons exemplos desta nossa qualidade.
Este povo tem defeitos, como todos, mas é feito de “fibra” muito especial e não se deixará abater (por esta Crise) uma vez mais.
Cordialidade e...boa pesquisa!
P.Rufino
Querida Helena:
ResponderEliminarTambém gosto muito da nossa História.
Também me debruço sobre ela, sempre com o mesmo entusiasmo. Há figuras, que se tornaram verdadeiras obsessões, tanto leio sobre elas.
Apesar de republicana, há réis que me apaixonam. Acima de todos, Dom João II. Não seria o "Príncipe Perfeito, mas foi um grande Rei.
Também eu, apesar dos pesares, não me vejo diferente do que sou: mulher e portuguesa. Adoro o meu país. Aqui nasci, vivi e espero um dia morrer. Esta do morrer, que não seja muito cedo.
Beijinho
Maria
Concordo em absoluto consigo. Por vezes fico revoltado pela incompetência, tantos erros repetidos que periodicamente nos atiram para crises graves que fustigam os portugueses. Mas jamais trocaria o meu país por qualquer outro e nunca seria feliz fora de Portugal. E é verdade que a História se repete sempre. Ainda há dias escrevi um "post" sobre o assunto:http://lusofilia-corrosiva.blogspot.pt/2012/04/historia-repete-se-sempre.html
ResponderEliminarCumprimentos
João Pinto
Estou completamente consigo! E olhe que estudei História da Mentalidades e da Cultura Portuguesa no tempo em que isto se estudava a sério.
ResponderEliminarConcordo mas os meus filhos que nasceram noutro pais amam a terra deles e acham Portugal um tanto ou quanto estranho.
ResponderEliminarCara Helena:
ResponderEliminarFelicito-a pela sua permanente actividade. Felicito-a e compreendo-a. Não paro também. No meu caso, são conferências sobre música dos períodos barroco e clássico, aqueles que domino, e sobre filosofia.
Quanto à minha escrita, faço-o mais "d'espacio" porque não pego num livro que tenho quase no fim, enquanto o anterior não sair. Era para ser em Abril, mas vejo Abril adiantado... A Luísa Ribeiro Ferreira disse-me uma vez a mesma coisa: "Raúl, eu não devia ser assim, não devia ficar parada num livro, sem o anterior sair, mas sou assim mesmo." Também eu. Espero que este meu saia em Maio.
Descreve bem os portugueses, com os seus defeitos e qualidades. Quanto ao meu amor pátrio, lamento, mas não o partilho consigo. Creio que já o disse aqui uma vez. Sim, tenho sentimentos toponímicos: a minha cidade!
Raúl.
Cara Helena,
ResponderEliminarConcordo plenamente consigo.
E não haja dúvida que temos uma história rica, que passou por maus e excelentes momentos (como é natural), mas que de todos eles nos devemos orgulhar. Isto não é ser patriótico, é apenas rever-me na nossa história e identificar-me como parte dela... também não é ser racista ou xenófobo (como alguns intendem em o associar ao patriotismo), nós próprios mostrámos como se pode construir uma identidade misturando com outras, claro está, na expansão além mar (por vezes até de mais: quantos filhos de marinheiros portugueses espalhados neste mundo oh oh).
Mas isto apenas para dizer que se todos nós tivéssemos orgulho de ser quem somos talvez a nossa forma de agir diariamente passasse a ser menos individual, mais global, mais em comunidade. Acho que por vezes nos esquecemos que cada atitude que tomamos mesmo que seja vista do ponto vista individual ela terá sempre uma influência na sociedade, sempre!
É isso que reproduz uma identidade cultural e acho que só isso resolveria grande parte dos nossos problemas actuais.
O pobre Mata já se repete, esquece-se do que já disse, uma desgraça!
ResponderEliminarOlhe, Helena, eu descobri como gostava de ser português à medida que fui vivendo fora de Portugal.
Seu
Alcipe
A vela senhora disse e eu pontuei à revelia (ela odeia pontuações mas, cegueta, não se dá conta):
ResponderEliminarai grande e boa helena, assim é que é falar.
mulher e portuguesa e mui disso orgulhosa
também eu sou, que grande sorte foi o azar
de em portugal nascer dum cravo e duma rosa
e aqui quero morrer feliz depois de ter,
melhor, ao ter, num derradeiro amor, prazer.
***
quanto aos reizinhos, helena,
o mata republicão
é capaz de ter razão
e não pequena. que pena!
Meu caro Alcipe
ResponderEliminarTem a velha senhora razão quando diz "e aqui quero morrer feliz depois de ter,
melhor, ao ter, num derradeiro amor, prazer". Eu não diria melhor!
A escolha dos reis tem causa que irá ver quando o livro for publicado. Sou republicana de gema, pese embora ter razões de família para até poder não o ser.
Mas, assim como o meu amigo descobriu "como gostava de ser português à medida que fui vivendo fora de Portugal", foi através dos reis que tivemos que eu comecei a perceber Portugal.
A seguir virão, se a saúde, a arte e o engenho permitirem, as biografias de alguns grandes republicanos de quem gosto muito.
Mas, amigo, rosas é que não. Sempre preferi os cravos e considero que não houve rosas à altura deles.
"Que grande sorte foi o azar
de em portugal nascer dum cravo e duma rosa".
À bon entendeur salut...