sábado, 3 de março de 2012

A invenção de Hugo

Ultimamente tenho passado, por razões de natureza profissional e até familiares, um período agitado. Há alturas em que quando cai uma telha, parece que o telhado se desfaz. Dois livros para sair - um dentro de três meses e outro no fim do ano -, acabaram por se juntar a incidentes de saúde da minha cunhada mais velha e inclusive meus que, por norma, estico a corda julgando que tenho vinte anos...

Mas hoje deixei-me de fantasias laborais, deixei as biografias na paz do Senhor e enfiei-me no cinema, não sem antes me ter atirado a um belo cozido à portuguesa que ainda está "a falar" comigo. Paciência, o tempo das elegâncias já passou - nunca fui dada a sacrifícios gastronómicos em prole da estética e sempre fui um bom garfo - e, pelo menos, tenho uma pele de seda e poucas rugas...

Tudo isto para dizer que fui ver o Scorsese e o seu Hugo. É um belo filme. Mas eu tive o azar de o ver numa sala pejada de adolescentes mal educados, que fizeram um barulho insuportável, perante a indiferença de quem deveria tomar conta da sala de espectáculos. Mas isso, claro, seria próprio de um tempo em que havia autoridade e respeito por quem quer ver um filme em sossego e pagou por isso. A democracia entre nós é o domínio das minorias. Como conceito é bastante original.

À saída reclamei na bilheteira e o rapaz - pouco mais do que adolescente, ele também -, disse-me que a sua obrigação era apenas abrir e fechar as salas... Portanto tudo o que se passe dentro das mesmas, inclusive violência, não lhe diz respeito. Não sei, então a quem competirá!

O filme a 3D - que não aprecio -, não é para crianças, embora possa ser vista por elas. Trata-se de uma história bem contada, mas não é uma obra prima, embora tenha dominado, na corrida aos Oscares, as categorias técnicas da melhor fotografia, melhor direcção artística, melhor sonoplastia, melhores efeitos visuais e melhores efeitos sonoros.

Gostei, ma non tropo. É que de Martin Scorsese já vi, sem dúvida, melhor.

HSC

2 comentários:

  1. Cara Helena,

    É lamentavel que muitos jovens não sejam educados no respeito pelos outros, a saberem comportar-se em sociedade.
    A ultima vez que me aconteceu algo semelhante, não me contive e vim cá fora pedir a um Segurança que acabasse com o combate de pipocas e a algazarra. Este conseguiu minimisar mas não sem antes me dizer: sabe? a esta hora é natural..Na-tu-ral?
    Inadmissivel.

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  2. Boa tarde Dra Helena

    Passei apenas para lhe deixar
    os meus cumprimentos e desejos
    de uma semana excelente, plena
    de sorrisos !!

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