sábado, 11 de fevereiro de 2012

Perder quase tudo...


Confesso que ainda estou a digerir dois acontecimentos que me entristeceram muito. E, creio, também a uma expressiva massa de portugueses.
Refiro-me, por ordem de importância, às declarações da Senhora Merkel sobre a Madeira e à divulgação abusiva de uma conversa privada entre o nosso ministro das finanças e o seu congénere alemão.
No primeiro caso, trata-se de uma inexplicável intrusão na vida económica nacional. No segundo, de uma imperdoável questão de falta de ética deontológica que pode sair muito cara ao país.
Aliás os regulamentos do centro de imprensa do Conselho de Ministros da União Europeia são bem explícitos. No ponto 6 pode ler-se que os jornalistas que efectuam a gravação dessas ocasiões devem garantir que as câmaras captam "apenas o som ambiente (e não as conversas)". E explicita que, caso conversas sejam gravadas, as mesmas "não devem ser usadas". Foi o contrário do que aconteceu.
Quando se está de mão estendida deixamos de ter capacidade de ripostar contra quem, por nos emprestar dinheiro, se considera nosso dono.
E, parece, também nos tornámos incapazes de exigir que os profissionais da comunicação cumpram com rigor as regras que lhes são impostas.
De facto, não perdemos só o tento nas despesas. Perde-mo-lo também na dignidade!

HSC

6 comentários:

  1. Caríssima Helena:
    Há umas semanas chamei-lhe a atenção para o que considerei ser um uso incorrecto de «demais» no título de um Post seu.
    A Helena aceitou a minha observação como boa. Mas, de facto, eu não tinha razão.
    Pode confirmar pela explicação abaixo, dada por uma especialista noutro blogue a propósito de semelhante discussão.
    Do facto me penitencio.
    Cumps.

    «Demais», advérbio de modo, também chamado de intensidade, usa-se quando com ele queremos significar «excessivamente», «muitíssimo», como, por exemplo, nas frases: Não comas demais, que te faz mal. Ele foi lento demais.

    «Demais» significa ainda «além disso» e «os outros», «os restantes», em frases como as que se seguem: Ele não comeu nada durante a tarde; demais, o que ele pretende é guardar todo o seu apetite para o jantar. Nesta equipa há apenas um jogador alto; os demais são de estatura média.

    Não deve confundir-se este advérbio com a locução adverbial de quantidade «de mais», constituída por duas palavras, que equivale a «a mais» e é antónima de «de menos», equivalente, por sua vez, a «a menos».

    O advérbio «demais» exprime o modo intenso de uma acção ou de uma afirmação; é, pois, um advérbio de modo modificador da intensidade do sentido de um predicado (verbo ou verbo copulativo + nome). Não bebas demais. Dormiu demais. Ele é competente demais. Demais é advérbio e significa intensidade.

    De mais é locução e significa quantidade.
    Vd. De mais

    [Entrada do Dicionário de dúvidas, dificuldades e subtilezas da língua portuguesa (Dom Quixote) de que sou coautora.]

    Maria Almira Soares

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  2. Gostei muito de ler o seu blog, continue porque vale a pena.

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  3. Eu nõ só me sinto triste, como me sinto humilhada!

    Não é por acaso que a Europa se emcontra neste estado!!!

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  4. a conversa dos 2 ministros deu-me uma certa pena, o ministro do país humilde dizendo ao do país poderoso mas nós estamos a portar-nos bem.
    Quanta a merckel e a madeira, estou com jardim que disse com humor que ela não conhecia nada da ilha, que devia estar a confundi-la com alguma região de frança (piada à dupla com sarkozy?)e que a ia convidar por carta a vir à ilha.
    Acentuou ainda que se a governante alemã sabia que o nivel de vida atingido pela madeira (pib per capita)era já ligeiramente superior à média europeia,de 106%, perguntando com graça mas por que diabo se lembrou a senhora agora de falar da madeira, seria que alguem lhe soprado para falar?
    De qualquer maneira é uma intromissão no assuntos internos doutro pais.

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  5. demais significa demasiado;
    de mais significa alem disto ou disso, mais este

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  6. Eu creio que as criticas nunca são facilmente digeríveis. No entanto, parcialmente creio que a senhora Merkel colocou o dedo no sitio certo, se aceitamos receber fundos monetários não podemos recusar os comentários de quem financia os mesmos.

    A forma que a Alemanha encontra para exemplificar as más politicas económicas dos parceiros da comunidade europeia, está de acordo com o caminho que o eixo franco-alemão tem seguido, um percurso incoerente, fragmentador, como comprova a actual situação europeia.

    Creio que a solução está no seu post de segunda-feira 13, se me é permitida tal analogia: a familia (Europa), o respeito ( para com a Grécia, por exemplo), são valores essenciais para a solidariedade e confiança entre nações, em conjunto é mais fácil ultrapassar as adversidades, tal como num ambiente familiar, onde a descrição poderá diminuir ruídos de fundo que são absolutamente dispensáveis.

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