quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Utopias

O psiquiatra Eurico Figueiredo, oposicionista ao fascismo e co-autor da obra “Pátria Utópica”, afirmou nesta quarta-feira, em Coimbra, na apresentação da obra, que “Portugal já não vive em democracia”, mas acredita que os jovens serão capazes de construir novas utopias.

“Pátria Utópica - O Grupo de Genebra revisitado” é um livro que surge na altura em que se comemora o 50.º aniversário da Crise Académica de 1962, que agitou as três universidades e onde se integravam os seus cinco autores.

O psiquiatra, que depois de regressar a Portugal militou activamente no PS, justificou a sua opinião com “o controlo que os partidos fazem sobre a actividade política”, nomeadamente na escolha dos presidentes de câmara, ou nos deputados.

Confesso que a democracia portuguesa me tem dado algumas decepções. Mas daí a considerá-la uma utopia ainda vai alguma distância. Contudo, partilho inteiramente da sua opinião quanto ao controlo dos partidos.

HSC

5 comentários:

  1. Cara Dra Helena:
    Creio que, em certos espaços de democracia, por vários lados, passou a haver uma sensação difusa de perda, crescente, em particular em quem por ela lutou, o que deixa uma enorme pena.
    J. Rodrigues Dias

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  2. E se nao forem os partidos, quem será? Comissões de trabalhadores, como eu acreditava quando tinha vinte anos? Ou grupos financeiros, como eu percebo aos sessenta anos?

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  3. é uma democracia de contornos incipientes no mundo ocidental, acho.

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  4. Meu caro Alcipe
    Eu gostava de experimentar uma democracia directa, onde se elegessem pessoas a quem pedir responsabilidades.
    Este sistema poderá ser o menos mau, como diria o velho Churchill que sabia o que eu não sei.
    Mas o mundo mudou muito e o que eu vejo aqui é que fora dos partidos ninguém singra.
    Ora há muita gente séria que não dá o seu contributo ao país porque não quer ser filiada.
    Pensa que não encontraria fora dos partidos gente melhor do que aqueles que fazem dessa vida uma forma de existir?
    Pois eu conheço muitos. Não são vários. São muitos!

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  5. Concordo totalmente com a democracia directa.E aliás seria fácil de implementar num mundo de tecnologia do momento. O curioso é que até para mudarmos de regime estamos dependentes da vontade dos partidos que, infelizmente, se transformaram num subconjunto da Nação, numa espécie de maçonarias sem os valores da fraternidade humanista.

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