quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Transferências...


O texto que se segue é uma mera construção de afirmações feitas por Vitor Gaspar sobre a transferência dos fundos de pensões dos principais bancos privados para a Segurança Social, a qual vai valer aos cofres do Estado, no imediato, seis mil milhões de euros.

"...Como o Governo já tinha anunciado com toda a transparência, o desvio de 2011 irá ser colmatado com receitas de carater extraordinário, resultantes da transferência parcial das responsabilidades e dos ativos dos fundos de pensões dos bancos para a Segurança Social e para o Estado. Esta operação foi desenvolvida em articulação com os bancos num espírito de diálogo construtivo e aberto e também com os sindicatos, acautelando integralmente os direitos dos pensionistas. Deixem-me ser muito claro a este respeito, os direitos das três partes do processo - Estado, banca e pensionistas - estão garantidas",
"...a operação, embora de caráter extraordinário, tem alguns benefícios substanciais que vão para além do cumprimento do limite orçamental".
"...o encaixe vai permitir o pagamento de dívidas das Administrações Públicas contribuindo assim para o processo de diminuição do rácio de transformação dos bancos portugueses e para o financiamento da economia".
"... a operação será actuarialmente equilibrada, protegendo assim os interesses dos contribuintes".


Estas palavras surgem após prolongadas negociações com a banca e respondem às reivindicações dos principais bancos que, após tomarem conhecimento das metas que a 'troika' lhes iria impor, reclamam do Estado o pagamento das suas dívidas, para que possam voltar a conceder crédito à economia.
O ministro assegurou que foram acautelados os direitos das três partes envolvidas nos processos - Estado, banca e pensionistas. Será mesmo?
Não sei porquê, mas como pensionista, não me sinto tão segura como o ministro Vitor Gaspar...

HSC

4 comentários:

  1. Parabéns pela forma clara e sucinta como esclareceu algum jargão do economês num dos últimos programas da Júlia Pinheiro. Numa próxima oportunidade, não será possível esclarecer por que razão as agências de rating, que diz existirem desde o desenvolvimento dos caminhos de ferro nos EUA, só de há poucos anos para cá se impõem, omnipresentes, nos media, a menos que eu tenha andado distraído. Bem haja. OCtávio Lima.

    ResponderEliminar
  2. Sendo uma operação (de cosmética) necessária para atingir os 5,9%, não está isenta de constituir um futuro encargo financeiro para o Estado e, claro, com ele, para os pensionistas...

    ResponderEliminar
  3. Os estados estão hipotecados ao sistema financeiro. E viste por essa prespectiva também os cidadãos o estão porque, são estes, via numero de contribuinte , que sustentam o estado através dos impostos.

    Ora se cada estado não acautela-se relativamente às despesas, nomeadamente, as prestações sociais , as da Saude ( doença) e juros da divida , cai num buraco sem retorno, como o buraco onde o Estado português caiu .

    Eu penso que se o Estado ficasse com todos os salarios do cidadãos não iria conseguir pagar a divida!

    Portanto, todas as mexidas circunstânciais do ministro das finanças não muda nada, apenas serve para ir apertando o pescoço do cidadão devagarinho em vez de uma vez só!

    As pequenas empresas irão mandar para o desemprego os seus trabalhadores em massa, em Janeiro! Só estão à espera da alteração da lei do despedimento e de facturar alguma coisinha mais no Natal . A seguir vai tudo para a fila do Fundo de desemprego !

    Eu contacto com o mercado todos os dias e portanto sei do que estou a falar.
    Só se alterava o ciclo negativo com incentivos à produção e à industrialização, mas como as politicas foram exactamente inversas, agora têm ai o resultado !

    Um pais de serviços, cheio de desempregados,pensionistas e de lojas chinesas !

    ResponderEliminar
  4. Não gosto disto; mesmo nada.
    Não tarda mudam as coisas, dão o dito por não dito, viram a cara e ficamos sem pensão!
    Não há direito!
    :(

    ResponderEliminar