sábado, 12 de novembro de 2011

Outra democracia

Em poucos dias dois Primeiros Ministros caíram sem ser pelo processo democrático das eleições. Foram substituídos por tecnocratas que não se submeteram ao voto popular e foram escolhidos porque mereciam a confiança das instituições internacionais que, neste momento, governam uma boa parte da Europa.
Por outro lado, a luta dos EUA pelo poder mundial, obtido através do domínio indirecto das energias e da moeda, continua à vista e não serão as visitas que o Presidente da Republica ou os Ministros possam fazer, que vai alterar a situação. Mais, com eleições à vista do outro lado do Atlântico, as coisas só podem agravar-se.
Parece, assim, que sem grande luta, mas com alguma surpresa, se está a assistir a um novo conceito político, que clamando-se de democrático, de democracia tem pouco. E que, na Europa, representa, afinal, o poder do eixo franco alemão, num retorno histórico que nada augura de bom.
Mesmo para a França a situação não é segura nem clara porque, no dia em que a Alemanha não precisar do seu apoio, divorcia-se e acaba rapidamente com o casamento de interesses.

HSC

5 comentários:

  1. O que é preocupante é que é nas alturas em que as populações enfrentam mais dificuldades, nas alturas de crise que aparecem os ditadores. O caminho para isso parece cada vez mais curto. Pelo menos a ditadura dos mercados está cada vez mais presente nas nossas vidas.

    ResponderEliminar
  2. Ora bem!

    Ate eu nao percebendo da coisa, ja tinha chegado la ha muito tempo.
    O tempo se encarrega de revisitar a historia, e com a Alemanha a historia ee sempre a mesma.
    Bjs

    ResponderEliminar
  3. Há dias conversava com um amigo e dizia-lhe que gostava muito da língua grega, que nunca se ouvia, mas que agora temos ouvido pontualmente nos noticiários.
    O meu amigo olhou para mim de cara franzida e visivelmente incomodado, como se dos Gregos só se pudesse falar mal, reduzindo-os à escória da Europa, entre a qual a maioria dos habitantes dos vários países também nos inclui, com esgares de desdém e desprezo.

    Tomei consciência deste meu encanto pela língua grega em 'Um Filme Falado' de Manoel de Oliveira, este considerado um génio fora de Portugal e dentro, ridicularizado.

    No filme, num cruzeiro encontram-se à mesa do comandante (um americano de origem polaca), uma portuguesa, uma francesa, uma italiana e uma grega (interpretada pela grande Irene Papas). Cada personagem fala na respectiva língua, o que muito me comoveu.

    Não consigo entender o que se passa, na sua gigantesca compexidade, e penso que ninguém consegue, mas agradeço todas as achegas esclarecedoras, como esta.

    Ideias Lebres

    ResponderEliminar
  4. O que está acontecer é uma definição de um novo modelo capitalista, tendo em conta a nova "era" da revolução tecnológica. Compreendo a intervenção nesta fase de transição dos mercados como a rejeição de soluções políticas velhas e com politicos da velha escola, cujas ideologias parecem estar ainda no tempo da revolução industrial.
    Não é por acaso que o dr. Alfredo Barroso dizia ontem na SIC que a social-democracia estava doente. Bem, dos outros à "esquerda" (PC e BE) nem é bom falar.
    Claro que estas ideologias que tiveram o seu ponto máximo no século passado, já não respondem a esta fase do mundo, da era tecnológica, dos mercados e da globalização.

    Apresentei a minha explicação a Ideias Lebres e para si Helena Beij.

    ResponderEliminar
  5. São Post como este, de uma visão certeira e objectiva dos factos (neste caso políticos), de uma honestinade e frontalidade que nos faz pensar, que explicam o porquê de tantos (entre os quais me incluo)a seguir este Blogue.
    P.Rufino

    ResponderEliminar