sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Há 200 anos...

Confesso que não sei se o texto acima é verdadeiro ou não. Mas atribuem-no ao terceiro Presidente dos Estados Unidos, essa figura ímpar que foi Thomas Jefferson.
Corre na net e decerto alguns já terão lido a mensagem. A ser autêntica, tem mais de duzentos anos e revela uma capacidade de previsão de arrepiar os mais crédulos.
Depois de todas as vicissitudes de uma união europeia feita à pressa, depois dos Madoff's e seguidores, depois dos avanços e recuos de um Papandreou e de uma Grécia na iminência de algo que não sabemos ainda o que será, depois de uma troika comandar os nossos destinos a troco de comissões milionárias, depois de um improvável casal franco-alemão se tentar apoderar do que resta do velho continente e depois de uma América à beira do precipício, muito francamente, o autor destas palavras conta menos que o seu conteúdo...

HSC

13 comentários:

  1. Na verdade, os EUA estão cheios de figuras ímpar na sua curta e, no entanto, poderosa história. Grandes presidentes americanos mostraram-se visionários e à frente do seu tempo. Por muita coisa errada que haja na política americana, sobretudo externa (veja-se a posição face à Palestina na Unesco), trata-se ainda assim de uma nação que nasceu do mais profundo sentido de justiça e igualdade e que continua recheada de pessoas geniais, em diversas áreas. Impressionante, de facto. AEfetivamente

    ResponderEliminar
  2. Foi Jefferson, sim, numa carta a John Taylor, que reza assim: http://www.britannica.com/presidents/article-9116907

    ResponderEliminar
  3. Cara Helena, pelo que pesquisei a frase não será exactamente essa. Se quiser ver melhor as alterações, penso que este site pode ser um bom começo:

    http://www.barrypopik.com/index.php/new_york_city/entry/i_believe_that_banking_institutions_are_more_dangerous_to_our_liberties_tha/

    Seja como for, penso que o essencial da ideia mantém-se e é deveras notável.

    Abraço,
    Paulo

    ResponderEliminar
  4. Cara Helena,

    A História repete-se! Quer melhor descrição do Portugal actual que a feita pelo Guerra Junqueiro há 115 anos:

    "Um povo imbecilizado e resignado,
    humilde e macambúzio,
    fatalista e sonâmbulo,
    burro de carga,
    besta de nora,
    aguentando pauladas,
    sacos de vergonhas,
    feixes de misérias,
    sem uma rebelião,
    um mostrar de dentes,
    a energia dum coice,
    pois que nem já com as orelhas
    é capaz de sacudir as moscas;
    um povo em catalepsia ambulante,
    não se lembrando nem donde vem,
    nem onde está,
    nem para onde vai;
    um povo, enfim,
    que eu adoro,
    porque sofre e é bom,
    e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso
    da alma nacional,
    reflexo de astro em silêncio escuro
    de lagoa morta (...) Uma burguesia,
    cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal,
    sem palavras,
    sem vergonha,
    sem carácter,
    havendo homens
    que, honrados (?) na vida íntima,
    descambam na vida pública
    em pantomineiros e sevandijas,
    capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
    da mentira à falsificação,
    da violência ao roubo,
    donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
    escândalos monstruosos,
    absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo,
    esfregão de cozinha do executivo;
    este criado de quarto do moderador;
    e este, finalmente, tornado absoluto
    pela abdicação unânime do país,
    e exercido ao acaso da herança,
    pelo primeiro que sai dum ventre
    - como da roda duma lotaria.
    A justiça ao arbítrio da Política,
    torcendo-lhe a vara
    ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...),
    sem ideias,
    sem planos,
    sem convicções,
    incapazes (...)
    vivendo ambos do mesmo utilitarismo
    céptico e pervertido, análogos nas palavras,
    idênticos nos actos,
    iguais um ao outro
    como duas metades do mesmo zero,
    e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento,
    de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"

    Guerra Junqueiro, in "Pátria", 1896

    Pelos vistos o mundo e o nosso país não têm evoluído o que pensamos... "Um povo, enfim, que eu adoro". Nós também! :)

    Isabel BP

    ResponderEliminar
  5. Helena,

    Tenho pensado bastante nisto, tentado perceber como é que chegámos aqui. Em que momento é que o mundo saíu dos carris?

    Consigo identificar uma sucessão de disparates, de dislates, de deslumbramentos, de ambições insanas, mas, o momento verdadeiramente fatal ainda não o consegui identificar.

    Mas mesmo sem perceber como se caminhou globalmente no caminho errado, acho que teremos que tentar perceber qual a saída (pacífica e democrática) para isto.

    De cimeira, em cimeira, não se está a conseguir chegar a lado nenhum e isto preocupa.

    Estive a ler o seu comentário no blogue do Embaixador e concordo consigo. Mas... e agora?

    Mas, enfim, é quase sábado. E, assim, por agora gozemos o fim de semana, apesar do tempo sombrio.

    Um beijinho, Helena.

    ResponderEliminar
  6. O que está escrito nesse papel é a realidade !
    Mas pouca gente pensa nisso e os politicos alinham no jogo e destroem a soberania de seus paises.
    O Fed americano é uma instituição privada, assim com o BCE.

    Através do dinheiro controlam-se as nações. Os bancos centrais controlam os Estados e os bancos retalhistas controlam os cidadãos !
    Com as leis sempre a seu favor !

    É um esquema bem montado! O dinheiro é apenas um papel com um valor nominal que tem uma cotação que varia e que pode ser extinto por decreto !

    O tema é actual porque já se diz que os PIGS vão sair do Euro e que vamos pouco a pouco vamos cair na mais profunda miséria. As lojas dos chineses já começaram a fechar !!!

    Os impostos que o governo tem que arrecadar para cumprir as obrigações da Troika , vão ser impossiveis de cumprir por abaixamento da actividade economica (falências em massa ).

    Como os politicos só percebem coisas complicadas eu vou fazer uma equação simples:

    Baixa actividade economica = baixa colecta de impostos+aumento do desemprego + aumento do crime e violência generalizada

    Consequência " pescadinha de rabo na boca" : Aumento das despesas sociais do estado + aumento do deficit = saida do euro ( bancarrota total)

    O governo portugues está a navegar um barco à deriva em águas revoltosas na iminência de um naufrágio !

    ResponderEliminar
  7. Nao faco opiniao sobre temas que nao domino,ja o disse varias vezes, nao ee que nao me interessem, apenas tento ser coerente comigo; Nao sei. Mas Isabel BP, o que eu me diverti com os "sevandijas" do Guerra. Claro,o apocalipse ja ai esta, um novo mundo se avizinha, mas com sorte havemos de nos salvar todos.Bjs Helena.

    ResponderEliminar
  8. Cara Helena:

    Também me aprece, como disse o Paulo de Abreu e Lima, que a frase não será exactamente essa, mas é pena! Porém, nada nos dá o direito de atropelarmos História e, mais do que isso, de desrespeitarmos a propriedade intelectual das pessoas.

    A economia "financeirada", que ultrapassa toda a lógica da própria economia (desculpa, Helena se estou a meter a foice em seara alheia), só serve para, à custa do empobrecimento da esmagadora maioria, enriquecer, ao absurdo, uma maioria que, enriquecida para além do "faz sentido", só encontrará esse sentido numa passagem de passerelle in a Vanity Fair. Dói, mas creio ser essa a realidade da fome no Mundo.

    Raúl.

    ResponderEliminar
  9. ERRATA:

    … uma minoria que, enriquecida para além do "faz sentido", ...

    ResponderEliminar
  10. Errata Nº 2 - onde é que eu tinha a cabeça? Tratei-a pot tu. Desculpe, Helena.

    Raúl.

    ResponderEliminar
  11. Acho que essa mudança dependerá dos nossos hábitos de consumo, de cada um de nós, acompanhados de exigências de justiça, ética e direitos básicos das pessoas e não estou a falar de subsídio-dependência, que é como quem diz: "dar o peixe e não ensinar a pescar" e muito mais se poderia falar.
    E mesmo assim, se a consciência da realidade que vivemos, não for abrangente a quem o poderá fazer e em larga escala, não chegaremos a tempo de fazer esta mudança de maneira voluntária, pois será á força, não nos restará outra alternativa.
    O consumo excessivo e a criação de produtos para tal, que são precisos para alimentar esta economia baseada em crescimento contínuo e nunca em sustentabilidade, desculpem-me, parece-me a mim que andámo-nos a esquecer de um pormenor: os recursos do planeta são finitos e estão a serem usados e a acabar, a cada vez mais velocidade.
    Quem achar que não é bem assim, é simples pesquisar sobre isto em estudos e documentários verídicos e credítados sobre o que falo.
    Se alguém quiser ter o trabalho e achar que não estou "maluca", deixo aqui um bom exemplo de muito do que se passa e que quase ninguém tem conhecimento, é da National Geographic :

    http://www.youtube.com/watch?v=XXdUaU3X-zs

    Obrigada se leram até aqui. É só um exemplo do que falo e estámos rodeados por eles e bem aqui no "nosso" querido Portugal.

    ResponderEliminar
  12. E desculpem-me mais uma vez, a intenção não é a de "aborrecer" ninguém, mas sim esclarecer através de outras visões/informações o que também se passa em Portugal. Esta reportagem foi feita pelo programa Biosfera, da RTP:

    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UcfMEUGo33U

    ResponderEliminar
  13. Mas que extraordinário texto que Isabel BP repescou do grande Guerra Junqueiro (com uma passagem diplomática na Suíça, o nosso 1º Cônsul por aquelas terras helvéticas). E tão actual! E que divertido!
    Abraço,
    P.Rufino

    ResponderEliminar