terça-feira, 1 de novembro de 2011

Eurocéptica

Acabo de ligar a televisão e ouvir o que se está a passar na Grécia. Ainda estou atordoada com os acontecimentos. Mas o texto que abaixo me permito reproduzir é uma análise muito clara do problema que a Europa enfrenta.

"Não estou no segredo dos deuses, mas imagino que os líderes europeus, ao aprovarem, na passada semana, as importantes decisões financeiras que se projetam sobre a Grécia, não faziam a mais leve ideia de que o respetivo governo podia vir a ter a intenção de levar a cabo um referendo para legitimar internamente a respetiva aceitação. A reação dos mercados a esta decisão grega foi a que seria de esperar.
Há um "drama" com que a Europa tem de viver, por muito que lhe custe ou que até lhe possa vir a custar o futuro: a democracia interna dos seus Estados. Já aqui falei disso há semanas. Os equilíbrios de cada sistema político, as diferentes realidades nacionais e a sua difícil compatibilidade (em especial, temporal) com a dinâmica global dos mecanismos da União Europeia tornam o dia-a-dia do projeto integrador numa caixa de surpresas. Às vezes, não as melhores, como é, flagrantemente, o caso."

Este é o post integral que o nosso Embaixador em Paris, Dr. Seixas da Costa coloca hoje no seu blogue duas-ou-tres.blogspot.com sobre tão grave questão.
Porque do meu ponto de vista a análise não podia ser mais justa, faço minhas as suas palavras.
A grande diferença, infelizmente para mim, é que eu nunca acreditei neste projecto europeu, no qual, para além da moeda, são mais as realidades que nos distanciam do que aquelas que nos ligam. E sempre considerei que numa Europa a duas velocidades - pelo menos - uma moeda comum iria impor uma espécie de governo comum. O que de facto tem vindo a acontecer sem que tal governo tenha sido investido do respectivo poder...

HSC

8 comentários:

  1. Isto de querer ouvir o que o POVO tem a dizer sobre coisas que não entende tem que acabar...

    Como sou um zé prevenido já mandei fazer em 25-06-2011 a lápide

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  2. Olá Helena!

    Mesmo querendo manter uma certa calma, a verdade é que tudo se agita nesta Europa, miscelânia de culturas que não casam, ou antes, casam por interesse, sem amor, sem intimidade, sem cumplicidade...às vezes parece um puzlle desarrumado...incapaz de ser resolvido.

    E agora, esta rasteira.
    E as imagens tão próximas de um estado de guerra e as perigosas "demissão de militares"

    Que guerra é esta Helena? Quem é o inimigo?
    Mercados???
    Moínhos de vento???

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  3. Carissima Helena,
    O titulo que escolheu para o post de hoje levou-me a pensar noutro... "Eurosepticemia" !

    σκέπτομαιs e Σήψις vêm ambas do grego...Sera a Grécia o incio e o fim de uma aventura ?

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  4. Querida Júlia
    Temo bem que a infecção na Grécia se estenda, qual septicemia, a toda a Europa.

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  5. Nas palavras de Nicolau Santos, está subentendido aquilo que eu penso. Os políticos europeus, especialmente alemães e franceses, pois pelos vistos são os mais poderosos,  venderam-se aos senhores da finança para que o impensável aconteça, ou seja a destruição da Europa para à posteriori poderem investir. Eu bem me parecia que Merkl e Sarkosy estavam em compasso de espera... agora a culpa é da Grécia. Tá bonito.
    Afinal não pararam de abastecer a Grécia de armamento, mesmo com a dívida foram obrigados a comprar! Que o diga Cohen Bendit... tá no youtube.

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  6. Drª Helena... 666 seguidores?
    Ainda bem que apesar de fada não sou supersticiosa! :))

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  7. Estimada Helena,
    A Grécia será apenas a ponta de um goliesco iceberg, desgovernado, no calamitoso mar das incompetências...
    Quem sabe olhar bem,lá para trás, verifica que quaisquer guerras, se iniciaram por razões bem menores.
    Apocalitico? Não! Assiste-me a razão da minha vivência diária, se bem que nunca tenha sido formado em história universal.
    Abraço
    Marcolino

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  8. Olhe que não cara Fada, olhe que não. Quem é fada acredita na varinha de condão e nos seus milagres...

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