Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Hoje celebra-se o dia da doença de Alzheimer que afecta pacientes e famílias de modo trágico. O meu Pai, nos últimos meses da sua vida, foi progressivamente invadido por este mal. É em seu nome e no de todos aqueles que passam por esta Via Sacra que não quero deixar de chamar a atenção dos que me lêem para este problema. Que um dia foi do meu progenitor e amanhã poderá ser meu e daqueles que amo. Nunca é demais lembrar que a desgraça dos outros pode, um dia, ser a nossa!
HSC
Bem lembrado!
ResponderEliminarSe não for descoberta a razão deste mal e, rapidamente, uma forma de o impedir (ou curar), em breve, com o aumento da esperança de vida, não só existirá imensa população idosa relativamente às camadas mais jovens, mas, acima de tudo, um grupo etário sénior significativo padecendo de demências variadas, entre as quais o Alzheimer, que se vem diagnosticando crescentemente (ou pressupondo, já que um diagnóstico real só a partir de biopsia, o que, no local que afecta, só pode ser efectuado pos mortem).
ResponderEliminarOs sinais deste mal são variados e podem começar a manifestar-se relativamente cedo; é necessário estar-se alerta e fazer-se o despiste o quanto antes, para se iniciar uma terapia que, não sendo curativa, pode ajudar a atrasar o avanço da degeneração mental.
Este estado pode durar anos, décadas, com as consequências devastadoras para o próprio e para quem dele cuida, em especial tratando-se de familiares próximos que, sendo leigos, têm de aprender à custa do seu equilíbrio emocional a cuidar de alguém que se 'desequilibra' mentalmente de forma continuada e irreversível.
É tremendo, desgastante e infinitamente triste.
E, como aqui se refere, nunca sabemos se estamos a assistir ao nosso próprio futuro, no qual não sabemos se o afecto que agora transmitimos, existirá para nós.
A vida é uma incógnita de todas as maneiras, não é?
A maravilha também reside aí: no milagre e no susto permanentes que cada batida cardíaca representa.
O Alzheimer entrou na nossa familia há 8 anos.
ResponderEliminarA minha Avó deu tudo por nós. Filha única e dois netos. Hoje damos tudo por ela. Sós.
Principal cuidaddora: minha mãe.
Principal doente lá em casa: minha mãe.
Vidas.
Merecemos todos nós melhor.
É como é.
Um dia alguém perguntou ao Prof. Julio machado Vaz se ele tinha medo da morte...
ResponderEliminarEle respondeu
Da morte não, o que me assusta é "sobreviver a mim próprio"...
Grande frase de um grande Senhor.
ResponderEliminarQue Deus nos livre de tal sofrimento e dos seus momentos de consciencia.
Lembro-me das suas palavras e como se é imputente nesta dor.
Eu também não tenho medo da doença nem da morte.
ResponderEliminarTenho medo sim é daqueles que vivem do medo da doença e da morte, esses é que me assustam!!!
Sabem de quem é que estou a falar ??? não sabem ???
Helena,
ResponderEliminarSó hoje comecei a acompanhar o seu blog... e chegando a este post, resolvi comentar pois é uma realidade que me é bastante próxima. A minha avó tem Alzheirmer há 5 anos... Tem sido uma doença silenciosa, que todos os dias leva parte da vida da minha avó... e parte da nossa vida, como família! A minha avó vai ser para sempre minha avó... mas infelizmente eu já deixei de ser sua neta, há mais ou menos 2 anos e lembro-me exactamente do dia em que ela, pela primeira vez, não me reconheceu! Chorei, encostada ao seu ombro, como se chora a morte de um familiar... porque era exacatamente isso que eu estava a sentir, que tinha perdido a minha avó. Nesse dia perguntei-lhe se ela gostava de mim e ela sorriu e repondeu que sim, com a entoação de quem diz "que pergunta, claro que a avó gosta de ti"... mas na realidade ela não se lembrava que era minha avó e eu senti que há palavras que saem directamente do coração e que não passam pelo cérebro... foi o que aconteceu naquele dia... Na cabeça da minha avó, eu era a empregada que cuidava dela e a levava à casa de banho... mas no coração continuo a ser a netinha dela, como sempre me tratou. Foi só um desabafo e uma partilha de experiência. Cump.