Análise séria e acutilante, humorada ou entristecida, do Portugal dos nossos dias, da cidadania nacional e do modo como somos governados e conduzidos. Mas também, um local onde se faz o retrato do mundo em que vivemos e que muitos bem gostariam que fosse melhor!
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Quando é que isto acaba?!
Veja as imagens com muita atenção! Aprecie a etiqueta no fundo do cesto!
Fica-se a saber que há uma fabriqueta em Torres Vedras que compra figos
secos a granel na Turquia, e amêndoas descascadas nos Estados
Unidos, embalando-os muito bem embalados num cesto de vime que, talvez seja
feito na China ou na Indonésia!!!
Obra pronta, vende-a por bom preço no Algarve... terra de figueiras e amendoeiras.
Promovendo, claro, a exportação de divisas, quando estamos sem dinheiro e quem nos governa anda a bramar para, mesmo que sejam mais caros, compremos produtos nacionais.
Assim não ! Como condescender com estas coisas?
As fotos e o texto foram-me mandados por uma amiga que está longe e que remete para Portugal todo o dinheiro que ganha a trabalhar. Apenas alterei o uso do pronome pessoal, uma vez que nos tratamos por "tu".
Para mim, o cúmulo dos cúmulos, é que se permita que este "arranjo" seja vendido como um "souvenir do Algarve"!
Quando será que isto acaba?
HSC
Ora isto é Portugal, no seu melhor!!
ResponderEliminarNão fique indignada, pois deste atentados existem em qualquer esquina que viramos neste nosso recanto.
Tudo resulta de uma base sem formação e informação muito escassa, duma falta de sensibilidade pelo que produzimos,um completo atropelo ao que tão bom existe por cá.
Estamos por vezes tão preocupados com os preços e lucros, que nem lemos o contra rótulo e ainda há acrescentar o 560 que prova que é um produto genuinamente -made in Portugal!
Bela pérola, para uma forte gargalhada e um a boa dose de ironia...
Permito-me partilhar no Facebook, para ajudar a divulgar.Pode ser que os "amigos" que prestarem atenção evitem e contribuam para evitar que os nossos turistas comprem tais souvenirs!
ResponderEliminarEsqueci-me de me identificar no comentário anterior: MªAugusta Alves
ResponderEliminarE os alhos que eu comprei ontem vieram da China!
ResponderEliminarDa China!!
Incrível. Incrível e uma vergonha.
Boa noite,
ResponderEliminarPerante estas coisas não sei se ria, se chore... e ver galos de Barcelos 'made in China'? Inaceitável!
E o nosso país tem tanto para dar do que é dele!
Pois é mesmo de ver que o preço dos figos na Turquia sai certamente mais barato e o miolo de amendoa dos EUA igualmente.
ResponderEliminarMas é realmente uma vergonha que o misto final tenha a pretensão de mostrar uma recordação de Portugal e levar a pensar que os produtos em questão são portugueses.
Claro que se estivermos, e devemos estar,atentos o rótulo não engana, como constatou a sua amiga.
Faz lembrar em tempo as fazendas "inglesas" feitas na Covilhã e que tão admiradas foram por tantos anos a exibirem as etiquetas very British.
Temos de conseguir alterar isto, mas temos todos de ajudar.
Abraço grande
Teresa
O que me preocupa é que este não deve ser caso único. Deve haver por aí muitos "souvenirs" deste género.
ResponderEliminarP.S. - Há uns anos contaram-me que um pai que tinha estado a trabalhar num país da Europa (França ou Itália já não tenho a certeza) quis trazer um vestido para a filha mais nova. Ele veio, todo contente com a prenda. Só quando cá chegou é que reparou na etiqueta "Made in Portugal". Mudam-se os tempos...
Infelizmente, o mau exemplo vem de cima...
ResponderEliminarQuem nos tem governado e governa, faz exactamente o mesmo.
Fica o ditado: se não podes com o inimigo, junta-te a ele (há quem não consiga, mas é cada vez em menos numero).
A ética, um conceito em desuso.
Muito triste!
O que me vareja é que não podendo comer uma açorda alentejana com pão duro do dia anterior podemos "saborear" uns figos "varejeirados" na Turquia.
ResponderEliminarRealmente! Apoiado! Eu e o meu marido andamos a tentar comprar só o que é nosso! Ando atenta às etiquetas!
ResponderEliminarEstimada Helena
ResponderEliminarJá nada me escandaliza, mas esta situação que nos relata, revela verdade na etiqueta colada na embalagem, não nos mentem, e só compra quem quer. Está lá escrito, bem visivel a olho nú, a origem dos produtos, o nome da firma que comercializa este o produto final, mas não consta o local onde se embala, nem que é um «souvenir de Portugal».
Se na etiqueta estivesse escrito «Embalado e Comercializado por...», então existiriam razões de sobra para se denunciar esta situação.
Quem vende ao público é que estará a fazer publicidade enganosa, se nos levar a crer, que será um «souvenir de Portugal made in Portugal, com frutos secos da região algarvia» com alguma placa publicitária com dizeres nesse sentido, junto dos produtos expostos.
Então sim, é caso para se chamar os Inspectores da ASAE, para agirem em conformidade.
Cumprimentos e bom fim de semana
Marcolino
Nice thought, Helena: "Quando será que isto acaba?" Permita-me que acrescente, desproporcionalmente, mas talvez não irrazoavelmente, "Quando é que acaba a hegemonia RU/EUA?"
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Raúl.
Ó meu caro Marcolino a verdade não desculpa tudo. Se eu confessar um crime, não deixo por isso de ser criminosa...
ResponderEliminarAquilo com que eu me revolto é com a mentira de se pôr uma enganosa etiqueta "lembrança de Portugal". Lembrança de quê? De uma passagem pelo Algarve em que se levou gato por lebre? Ou não?
Aíás, o que é grave é que o prefixo numérico 560 se aplica também ao que é estrangeiro mas embalado em Portugal.
É preciso denunciar para conseguir alterar. Por mera questão de cidadania. E esta matéria carece de urgente revisão.
A estimada Helena, é lida por um indeterminado número de pessoas, diáriamente, esta sua chamada de atenção, somada à minha argumentação, e sua achega final, vai dar que fazer aos responsáveis que deixam estas situações acontecerem a um ritmo nada aconselhável. Estamos ambos de parabéns, por não nos deixarmos amordaçar...!
ResponderEliminaré apenas CHOCANTE !!!
ResponderEliminarLurdes
Cara D. Helena,
ResponderEliminarInfelizmente este problema é universal. Há pouco tempo vi uma reportagem feita na Provença em que acontece exactamente o mesmo: alfazema e todas as outras ervas aromáticas são originárias das mais diversas proveniências, excepto a dita Provenças e comercializadas como produto regional. O mesmo acontece com o mel, por exemplo.
Querida drª Helena, bem sei que este meu comentário nada tem a ver com o post a que diz respeito, mas como sou leitora assídua deste blogue, achei que poderia dar um empurrãozinho neste pedido de José Milhazes a bem do nosso País, já que o turismo é parte integrante da nossa economia. Obrigada desde já.
ResponderEliminarsó uma pequena correcção , a lembrança não é de portugal é do algarve .
ResponderEliminarquanto a acabar isto , já não falta muito , é só sairmos do euro e teremos todos que voltar às origens e deixarmos de querer viver como os ricos , que não somos , óbviamente .
é que abandonarmos os campos foi o que deu ...
Caro Diogo
ResponderEliminarTem toda a razão. Bem haja pelo reparo!
..."não é de Portugal, é do Algarve"
ResponderEliminarNão sei se percebi bem... mas se é o que penso, não é bonito.
Quando nos anos sessenta, os portugueses "descobriram" o Algarve, a reboque dos estrangeiros, vieram de todo o lado do País e não só, muitos homens de negócios, atrás do cio da "galinha gorda"
E o Algarve verdadeiro, trabalhador de campo e mar, corajoso, pronto a partir ou a ficar, a sacrificar-se, a pôr os filhos a estudar para ter futuro, viu-se invadido por gente que queria apenas facturar rapidamente.
E os bons e os maus, algarvios ou não, ganharam, perderam, partiram ou resistiram...
E os "armados em finos" deste País, às vezes demasiado pretensioso, passam a vida a dizer mal do "capacho" como escreveu Lídia Jorge, mas quando o solinho aquece lá vão trabalhar pó bronze
como se fosse uma fatalidade.
Só para falar de restauração: Acabo de chegar de lá, onde tomo um belo pequeno almoço na pastelaria Riviera, uma das melhores do País.
Só em Paderne, dois restaurantes, preços acessíveis, petiscos aprendidos com pais e avós,a que se junta um toque de modernidade e somos já tantos os que lá vão...como se vai a um lugar de culto.
"Moiras Encantadas" e "Veneza"
Um pouco mais longe, na Mexilhoeira, o "Vilas Lisa",divertido e sublime.
Para só referir três ou quatro.
Gente dedicada, talentosa, orgulhosa e fiel aos sabores e emoções.
Sem estrelas Michelin mas com um enorme céu estrelado,lá onde a terra acaba e o mar começa...
Todos ALGARVIOS, sim. E PORTUGUESES.
Dos Bons.
(Olá querida Helena. Tinha saudades).
Em todos os casos, só se vende o que se compra...
ResponderEliminarComo consumidores somos tb responsáveis por muita coisa errada, não só por cá, como no mundo.
Na próxima compra, que se comece a pensar sobre isto, se não, não nos podemos queixar.
Um simples objecto, contém muita "história" antes de chegar a nós.
HSC, eu como algarvia que sou, fico ainda mais revoltada!
ResponderEliminarAs amendoeiras, se não forem tratadas, morrerão facilmente, assim como tem acontecido a boa parte da alfarrobeira...
E só uma questão relativamente ao comentário do Diogo: então e Algarve não é Portugal?? Cada vez mais me convenço que há quem pense que não... e isso entristece-me! Eu algarvia e portuguesa com muito orgulho!
E é de lamentar que hajam cabecinhas com ideias geniais como esta que a HSC aqui denuncia (e que eu aplaudo!) e sem falar da estúpida campanha do "Allgarve", que eu acho um insulto à herança histórica do Al- Gharb!
Exma. Senhora,
ResponderEliminarAgradecemos que possa por favor facultar um endereço de e-mail por forma a podermos enviar a V. Exa. um comunicado emitido pela nossa empresa.
Sem mais de momento,
Apresentamos os nossos melhores Cumprimentos,
EUROCHOCOLATE
(info@eurochocolate.pt)