quarta-feira, 1 de junho de 2011

The second love...


Ontem, como é hábito, recebi da SIC o tema para o comentário de hoje. Nada mais nada menos que as novas tecnologias ao serviço da infidelidade. Riam-se porque eu também me ri. Mas isso não altera o facto. E de que se trata então? Passo a explicar.

Contrariando o que é socialmente aceite, existe um site que promove a entrada no mundo da infidelidade. Isso mesmo: um site para relacionamentos entre homens e mulheres que procurem um caso ou uma aventura emocionante.
Assumindo-se como uma forma de escapar à rotina, o Second Love foi lançado em Portugal, e no último mês já recebeu mais de 7500 inscrições. E isto quando ele só admite pessoas casadas ou com relacionamentos sérios.
A inscrição, que é gratuita, dá acesso a uma aventura extraconjugal sem sair de casa. A maioria dos utilizadores tem entre 35 e 50 anos.
Independentemente das razões, a porta-voz portuguesa do Second Love, Anabela Santos, afirma que “uma em cada três pessoas comete adultério pelo menos uma vez na vida”.
O conceito começou na Holanda, em 2008, e rapidamente se estendeu à Bélgica, Espanha e, em breve, chegará ao Brasil. Três anos depois do lançamento, já são mais de 200 mil os utilizadores que procuram um affair secreto.
O arranque oficial do site - em que os inscritos terão acesso aos perfis dos restantes utilizadores - aconteceu ontem, dia 1 de Junho.
Dos primeiros perfis, já é possível retirar algumas conclusões sobre a forma como os portugueses vêem a (in)fidelidade: são sobretudo homens, porque as mulheres "ainda têm algum receio de se expor no mundo virtual e continuam a privilegiar o contacto físico"; 70% tem formação superior; 46% são da Grande Lisboa e 21% do Porto.
"Quase todos dizem que amam a pessoa com quem estão casados e até deixam claro que não pretendem sair da relação, mas que procuram algo mais na vida", descreve a porta-voz nacional.
"O maior problema é que a esfera de relações pessoais é muito limitada, restringe-se a colegas de trabalho e amigos comuns, com quem é difícil manter um flirt", diz Anabela Santos.
Ter um affair com gente conhecida raramente dá bom resultado e é a sausa de "35% do fim dos casamentos". Mas a inscrição no site não significa passaporte garantido para o adultério: há quem se fique apenas pelo flirt online.

Tenho de confessar que sempre admiti que o coup de foudre pode acontecer a qualquer um. Mas, neste caso, não se anda à procura de nada. Quando muito é-se surpreendido pelos acontecimentos. Mas no second love não. Aqui, primeiro há a vontade de trair, e só depois é que se vai à procura de quem encaixa nessa traição. É diferente e eu tenho alguma dificuldade em compreender tal tipo de comportamento...

HSC

7 comentários:

  1. Confusão entre o Amor puro e emoção. Tudo o que não contém Amor, tem de conter uma ilusão. O Amor não se baseia na sua forma de agir ou de sentir mas do seu nível de Consciência. Amar alguém é uma única onda em que o outro é o Oceano e como Amor é como a água, se não fluir, estagna. Quantos lagos estagnados andam eludidos à procura do Oceano para se libertarem... o desespero é tal, que se secam numa miragem .
    A mais alta expressão do Amor é a criatividade... o que está a bloquear estas pessoas?! Uma vida sem sentido, em que a rotina não se deixa vencer pela Consciência. Não há tempo nem disposição para isso... infelizmente por muitas artimanhas que criem, não conseguem ser felizes.

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  2. Diverti-me muito a ve-la hoje na SIC com o Mário e aquelas duas excelentes veteranas de televisão Ana Marques e Júlia Pinheiro( que com Conceição Lino) fazem uma espécie de Tres Mosqueteiras, todas por uma e uma por todas.

    Desta vez parece que a Sic finalmente percebeu...

    Quanto ao tema, nada a acrescentar...talvez resulte.Onde é que fica o melhor de tudo: A sedução?
    Duvido que alguns clientes do site não caiam numa ratoeira da qual seja difícil sair.

    É que a brincar, a brincar...

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  3. Estas Sociedades modernas, a nossa incluída, estão a ficar, digamos, bizarras.
    Há umas décadas atrás, este tipo de coisas acontecia fruto de várias razões e sucessão de atitudes, ou comportamentos. Agora, a Net veio alterar até a forma e estilo de “pecar”, ou de trair. Quando a sedução e atracção são substituídas pela mentira devidamente organizada e explorada de forma empresarial, como aqui o Post refere, com o fim trair com garantia de total segurança – e vai tendo cada vez mais seguidores, ou praticantes, algo vai mal nas relações amorosas, pessoais e até sexuais. Caminhamos, gradualmente, para um mundo, ou sociedade, de parâmetros morais e cívicos, que, quem sabe, um dia não saberemos controlar. Algo está a mudar – para pior. Quer-me cá parecer, sem pretender ser, longe de mim, moralista.
    Por mim, subscrevo o excelente comentário de Fada do Bosque.
    P.Rufino

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  4. Olá Helena. Há poucos dias alguém elogiava os comentários da Fada do Bosque.
    Não resisto a dizer que ultimamente também não perco os comentários de ERA UMA VEZ
    Muito me admiro que não tenha um blogue.Será escritora, jornalista? Adoro mesmo.

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  5. Já tinha liso sobre este tema, mas sobre isto intitulo-me simplesmente de "bota-de-elástico"...

    Isabel BP

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  6. Cuidado mt cuidado, sobretudo quando se é “a mulher”, sei de uma pessoa que começou com um flirt e neste momento está a sofrer uma situação de bastaste violencia a nível psicológico, entretanto o “enamoramento” acabou.
    Não posso dizer mais seria demasiado perigoso para mi.

    Mt obg pelos post inteligentes que põem.

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  7. Olá,
    Muito obrigada por partilhar estes interessantes posts...Na realidade, por mais hilariante que me parecesse à primeira leitura, após uma reflexão mais cuidada levei-me a pensar que não me surpreende, apesar de ir completamente contra aos meus princípios. Não me surpreende, porque apesar dos meus singelos 25 anos já fui confrontada com siuações do género no dia à dia em conversa com conhecidos, amigos etc... Assusta-me a forma como a sociedade caminha a passos largos para a banalização de conceitos tão importantes como a confiança, fidelidade numa relação...Assusta-me pensar que apesar de não conceber na minha mente situações do género, pode acontecer a qualquer um muito próximo de mim. Daqui concluo, que continuo a fazer prevalecer os meus ideais, mesmo que isso me possa trazer muitas desilusões e sofrimento ou tenho de me começar a habituar a esta mudança de mentalidades.. :S
    Bem hajam
    IVC

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