terça-feira, 14 de junho de 2011

Portugal visto de fora


Na revista francesa L' EXPRESS da semana que findou, vem um longo artigo sobre a "génération fauchée" de Portugal. Vale a pena ler. Não traz nada que não saibamos, mas tem a vantagem de ser um olhar de fora para dentro de nós. Aliás, esta publicação tem sempre manifestado grande interesse pelo que se passa neste rectângulo à beira mar plantado, sobretudo a partir da Revolução dos cravos.
Está lá tudo o que é importante: os 12,1% de desempregados, em que cerca de 30% tem entre os 18 e os 24 anos, os 93% do PIB que a dívida pública já representa, o deficite público de 9,1%, o recuo de 0,9% do dito PIB, o caso do banco BPN salvo com o dinheiro dos contribuintes e, finalmente, o resultado eleitoral. Nenhuma novidade, portanto. Já sabíamos de tudo isto.
Mas quando se lê esta análise feita por outros, em que as palavras têm, ocasionalmente, a entoação que menos desejaríamos, parece que dói mais, que o retrato fica mais preto.
Se aconselho a leitura não é por masoquismo, mas apenas porque se detectam, no artigo, algumas subtilezas a que convém estar atento.

HSC

4 comentários:

  1. Leio sempre com prazer os editoriais, muitíssimo bem escritos, do director (que ultimamente parece ter largado o cachecol vermelho) Christophe Barbier. O cuidado que põe nas palavras e no estilo não tem paralelo em nenhuma revista ou jornal nacional.

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  2. Acho que no mínimo é um barómetro para nós que estamos metidos na realidade... ajuda-nos a perceber se somos nós que achamos que vivemos num país de patas ao ar, ou se estamos a exagerar e a ser pessimistas, mas ao que pude ver, estamos a ver as coisas como elas são, de verdade verdadinha...

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  3. Temos pena, pq há sempre um lado positivo para tudo e cada vez gosto mais de ser portuguesa.

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  4. Há muitas subtilezas que convém estar atento. Uma delas é a saída dos jovens, em números assustadores, do país. Num país que tem das mais baixas taxas de natalidade do mundo...não augura nada de bom. Mas foi aquilo que a dita Europa a muitos, lhes transmitiu: as novas gerações, são cidadãs do mundo, sem nenhum patriotismo, que os faça um dia regressar.

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