sexta-feira, 25 de março de 2011

A urgente verdade

Neste momento em que verdade sobre o país vem saindo a conta gotas, sempre que uma instituição internacional contradiz o governo, é urgente - face ao acto eleitoral que se aproxima - que seja esclarecida a real situação económica e financeira em que Portugal se encontra.
Com efeito, a única vantagem que uma crise política deste tipo poderá ter é a de que os portugueses saibam, finalmente, o que lhes tem vindo a ser ocultado. Mas esse quadro real do país, não pode ser dado por quem esteja directamente envolvido no processo. Até porque, no dia em que Socrates ou o Dr Teixeira dos Santos decidissem falar verdade, ninguem iria acreditar...
A Unidade Técnica Independente que o ainda Primeiro Ministro havia prometido para 2010, mas acabou por inviabilizar, destinava-se, justamente, a auditar cada mês as contas do Estado. Se ela tivesse funcionado, talvez agora a situação fosse diferente.
Ainda ontem recebemos outro aviso por parte do Eurostat. É que o defice do ano passado não é, como se afirmou, de 7,3%, mas sim de 8%. Se a isto juntarmos os malabarismos da contabilidade pública, que ora atrasa pagamentos, ora não regista as dívidas, são mais que justificadas as razões para duvidar seriamente do estado em que nos encontramos.
A mim, enquanto cidadã, o que me interessa é a verdade dos factos e não a mentira das falsas esperanças. Ganhámos liberdade, é verdade. Mas perdemos um conjunto de valores que acabam por lhe tirar uma boa parte da força.

HSC

14 comentários:

  1. Oh Helena, eu pasmo um pouco com este seu Post! Na verdade, desde quando é que os Governos nos falaram verdade…enquanto no Poder? Diga-me um! A “Verdade” é uma cultura de povos como, por exemplo, os nórdicos, etc, não nossa – ainda. O truque de quem vai para esse mesmo Poder é, sempre, alijar culpas e depois justificar medidas, iguais ou piores, do que aquelas anteriormente tomadas, para assim se “explicar” perante o “povo”, que, invariavelmente, vota – sempre – nos mesmos, alternativamente: PS, PSD.
    Daqui a uns tantos anos, vir-se-á a saber dos desmandos de quem, entretanto, nos governou até então e assim…sucessivamente! Ignorar isto, cara HSC, é, ou ingenuidade, ou tapar o Sol com a peneira.
    A solução não está na “boa vontade” de quem se segue. Está na seriedade do que se propõe. Nos “alvos” a proteger. Neste caso, de quem há muitos anos, precisa e deve ser acautelado, beneficiado. Ainda agora ouvi, na SIC, uns “artistas”, próximos “do que está para vir”, a propor “soluções”, como, por exemplo, a abolição, mais semântica, menos semântica, do subsídio de férias do Funcionalismo Público: gente que se acolita e desdobra em várias – sublinho, várias – Administrações de grandes empresas privadas, com chorudos salários e prémios, anuais, e que não tem, nem nunca, jamais, terá qualquer sensibilidade social para com quem tem menos, e a quem falta “moral e razão” para propor o que propõe! São gente imoral, do ponto de vista económico-financeiro, carecida de autoridade para sugerir aquilo que ouvimos. Que não faz, nunca fez, nem fará sacrifícios de espécie alguma! Nem vê os seus salários a sofrerem reduções. Mas, gente que…nos irá governar, um dia destes.
    Por mim, o importante não é tanto, como diz, “a verdade dos factos”, mas sobretudo “como reparar a situação económica de quem foi vítima desses factos” e…impedir que sejam ”sempre os mesmos a pagar a crise e…a obrigar os sempre ausentes a – finalmente – contribuírem, pesadamente, para a solução da Crise, já que têm estado sempre de fora e, em muitos casos, contribuíram para ela!”
    P.Rufino

    ResponderEliminar
  2. Meu caro P. Rufino
    E como é que o meu amigo impede que sejam sempre os mesmos a pagar, se foi uma maioria democrática que elegeu estes e irá eleger os outros?
    Se a verdade, em democracia não for a base, não será com a mentira que nos governamos. E então é melhor pôr uma tabuleta a dizer "vende-se o que resta do país"!

    ResponderEliminar
  3. Concordo com muito do que disse o P. Rufino, também não estou muito crédula com a mudança...

    Infelizmente, já estamos a ter um "cheirinho" das eventuais medidas - subidas de impostos, eliminação do subsídio de férias dos funcionários públicos e outras balelas que hão-de vir.

    A verdade é que o pós 25 de Abril é marcado pelo sai o PS, entra o PSD, sai o PSD, entra o PS e... vamos continuar nisto!

    A crise vai continuar a ser paga pelos mesmos, porque os gestores públicos vão continuar intocáveis tanto pelo PSD como pelo PS porque os "sócios" desses partidos têm que manter os seus tachos.

    Há tanta coisa onde se pode ir buscar dinheiro - redução dos salários megalómanos dos gestores públicos (de empresas com prejuízos astronómicos); facturação obrigatória nos estabelecimentos e empresas prestadoras de serviços; cancelamento de obras faraónicas próprias de um país que vive acima das suas posses; verificação cuidadosa da maioria dos "fregueses" do rendimento mínimo...

    Com isto, talvez não fosse necessário retirar aos que são válidos e contribuem para que a máquina do Estado se mantenha de pé.

    Façam um governo com donas de casa hbituadas a gerir com o ordenado mínimo e vão ver a limpeza geral que seria!!!

    Isabel BP

    ResponderEliminar
  4. Drª.Helena,
    Normalmente, o conjuge enganado, é sempre o último a saber. Só que, depois de ser informado, jamais saberá como tudo nasceu, cresceu, até lhe ser revelado, por nunca ter sido envolvido, directamente, na sua própria estória.
    Estou tão preocupado com esta incómoda situação que, para prevenir falhas futuras, amanhã irei degustar, um belo cefalopode, isto é, Polvo à Lagareiro, com todos os efes e erres, não vá a sofreguidão alheia, fazer com que tão belo manjar, possa esgotar-se. Esta será, para mim, e a meu ver, a minha urgente Verdade..., mesmo que a Mentira ande sempre de mãos dadas com a Verdade.
    Cumprimentos
    MO

    ResponderEliminar
  5. Cara Helena,
    Além de tirar o chapéu ao seu infante em Bruxelas, pasmo, como diz a amiga que mo enviou, como é que por cá ninguém ouviu este discurso que vem tão bem a calhar e não pode ser mais verdade.
    Aqui fica, caso não o tenho visto ou ouvido por obra do acaso, em louvor ao grande Miguel
    Grande Miguel

    " Miguel Portas - Tudo em silêncio

    POR QUE RAZÃO ISTO NÃO PASSOU CÁ NO CANAL RTP1, RTP2, SIC, TVI, SIC
    NOTICIAS.
    JORNAL NOTICIAS, DN, TSF, PÚBLICO, CORREIO DA MANHÃ, EXPRESSO, DIÁRIO ECONÓMICO...
    A VERDADE É QUE NÃO PASSOU...
    A VERDADE É QUE NINGUÉM OUVIU...
    A VERDADE É QUE NINGUÉM ESCREVEU NADA...

    http://www.youtube.com/watch_popup?v=m2B7RWJY--A

    Grande abraço
    Teresa

    ResponderEliminar
  6. É essencial uma auditoria. É essencial a verdade. Precisamos de saber a que ponto chegámos neste ciclo, saber de que ponto parte o próximo ciclo para depois o podermos avaliar.

    ResponderEliminar
  7. só quando for voto obrigatório é que seremos governados por uma maioria "democrática ". até lá seremos governados por uma minoria votante e esforçada em acreditar na corja que alternadamente nos tem governado .
    quanto ao "vende-se" é preciso boa vontade para acreditar que ainda há alguém que compre esta m**** .

    ResponderEliminar
  8. Não resisto a oferecer-lhe um miminho, porque merece, e de maneira!
    Está no cronicas.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  9. auditar as contas se se perdem em toneladas de papel que deixou de ser selado mas não diminuiu de volume

    fotocopia-se e imprime-se toda a parvoeira como se não houvesse amanhã

    empurram-se maços de papel pelo correio
    imprimem-se recibos quinzenais para centos de milhares de desempregados

    auditar para quê se nem conseguem

    cortar nos gastos óbvios

    nesta semanas perdi 18 anos de existência física despachada pelo correio

    recuperá-la é navegar nos mares da papelada e dos gabinetes do funcionalismo a que pontualmente posso dizer que pertenço
    e tal como o pobre diabo que há mais de 12 anos acampava à porta do procuradoria na rua da academia das ciências

    sei que auditorias apenas servem para criar mais registos para arquivar algures

    soluções há muitas mas nenhuma será tomada

    logo esperar que uma auditoria resolva algo
    é o mesmo que pensar que o presidente de alguns portugueses
    pertence a todos

    é além disso ter falta de perspectiva histórica

    ResponderEliminar
  10. Se a verdade, em democracia não for a ?

    e as multidões votam na verdade

    e a verdade alimenta a esperança ou o ódio?

    não será com a mentira que nos governamos. E então é melhor pôr uma tabuleta a dizer "vende-se o que resta do país"

    ainda há tanto para vender

    só o ministério da agricultura
    tem milhares de milhões

    agora além do estado haverá alguém a querer comprar?

    e com o IMI como está comprar um palacete em trás-os montes ou em évora por uns milhões

    e pagar uma fortuna para o manter

    é preciso ser russo

    ou angolano tanto faz...

    ResponderEliminar
  11. demo cracia a fost salvat şi va

    provavelmente num faço sentido nenhum

    é normal

    algures em Abril de 2010

    disseram-me que só imbecis é que não viam que estávamos a sair da crise

    cada avestruz tem os horizontes que quer

    há um ano atrás nem sabia o que era um blogue

    acho que continuo sem saber

    um diário?
    uma forma de exorcismo?
    um calendário de erros de análise?

    uma introspecção sobre a nossa irracionalidade?

    uma maneira de passar o tempo?
    às vezes acho que é isto

    uma espécie de tertúlia de café
    unidireccional
    e sem sentido de resto como a vida em geral

    tudo tem um fim
    as nações também
    estamos aparentemente mais longe desse fim
    do que os númidas do presente

    mas por vezes o fim surge como recomeços

    é como os jogadores do sporting é um empréstimo ou uma compra definitiva?

    quanto vale no mercado?

    infelizmente nunca gostei de futebol
    e obviamente de auditores

    ResponderEliminar
  12. Cara Isabel BP
    Não tenho qualquer dúvida de que são os 52% das mulheres que temos, que gerem o orçamento familiar. Destas 1% tem tanto, que só sabe gastar. Mas as outras, aquelas que têm um salário e uma casa para gerir, essas, estou consigo,sabem muito bem em que cortar!
    Cara Tété
    Obrigada. Conheci o discurso do Miguel antes dele ser feito. Nós somos assim, cá em casa. Pensamos todos de maneira diferente, mas no importante, essencial, "ouvimo-nos" uns aos outros...para saber a reacção que provocamos no cidadão comum. Em particular, ouvem a mãe que tenta ser objectiva.
    Foi, de facto, um bom discurso. As razões porque aqui não passou será já outra história...
    Caro Banda in barbar
    Neste blogue tentei, ao longo do ano passado, mostrar quão falsa era essa tal anunciada saída da crise. E eu estou longe de ser pessimista.
    Mas logo veio o PM dizer que os que assim pensavam eram uns "bota baixistas".
    Perante um autista político que até é novamente eleito que fazer?!
    Assis seria a melhor solução para o PS e para o país. Penso eu. E seria a pessoa ideal para um governo de coligação. A dois, a três, o que quizessem. Mas um governo que nos salvasse.
    Mas não foi ele que o PS escolheu. Preferiu mais do mesmo. E em democracia tem que se respeitar a vontade dos outros mesmo quando ela parece mentira...

    ResponderEliminar
  13. Cá para mim já ninguém nos salva. Afundaram o barco e põem-se ao fresco nos botes... só não zarpam já, se houver mais para gamar. Se ficam os mesmos timoneiros... é perigoso para os portugueses, pois na vez de lançarem bóias, lançam pesos em forma de bóia!
    Seja bem vinda srª Merkl, que pelo menos este Paí, já faz parte do seu IV Reich!
    Tenham um bom Domingo se Deus quiser e se a srª Merkl deixar!
    Como diz o Bruno Nogueira, a srªa Merkl, parece um GPS a dar ordens...

    ResponderEliminar