domingo, 12 de dezembro de 2010

Ele há infortúnios...


Já vão perceber a razão deste título. Primeiro, preciso de explicar que andava há cerca de três meses com uns estranhos avisos no meu PC, que não obedecia de imediato às minhas ordens. Ora eu que antes tinha medo desta máquina e me sujeitava aos seus caprichos, agora, com a idade virei atrevida e tento dar-lhe a volta quando não sou obedecida. Resultado, devo ter, numa destas ousadas intervenções, feito com que a dita se revoltasse. E "como o equipamento tem sempre razão" eu andava sem saber o que lhe havia de fazer.
Por outro lado, uma desgraça nunca vem só. O meu telemóvel estava com a bateria em permanente desfalecimento. Quando pretendi substituí-la, tive a ingrata informação de que a Motorola em Portugal havia falido. Logo, teria que mudar de marca.
Todos me queriam impingir umas "coisas" que funcionam por festinhas no ecrã, com um nome bizarro de touch qualquer coisa. Inclusivé o meu filho mais velho que tem a mania de se mostrar muito tecnológico. O outro, ao contrário é um tecno-excluído e vive na era da pedra lascada, a escrever a caneta de feltro. Cada um tem as suas magníficas"taras", e gozam-se mutuamente por isso! Declarei que detesto simbolos exteriores de modernidade ou de luxo - piada para o Miguel - e que o telelé é para fazer e receber chamadas e mensagens.
Chegada a uma loja, a pulposa vendedora insistia para que levasse um Blackberry ou algo semelhante. Esclarecia-a que era eu quem pagava as minhas contas e não uma empresa pública com jobs para os boys e a girls a falarem à nossa custa. Ela insistia e eu, já irritada, deixei-a.
Finalmente, alguem que gosta de mim e que me entende, ofereceu-me um topo de gama da Nokia com ar discretíssimo.
Restava a aventura de passar de um para outro, uma agenda de 700 nomes. Parecia fácil. Ou bluetooth ou ligação ao PC. Contudo algo me dizia para ter cuidado que aquilo não era material para as minhas unhas. De facto!
Decidi, então, ser humilde e recorrer a um especialista que veio ontem a minha casa. Entrou eram 16 horas e saíu às 23horas. E tudo ficou quase na mesma, porque descobri que me haviam instalarado no PC, não o Office que eu havia comprado, mas um outro. Daí a minha dificuldade, pois sempre que nas actualizações ou alterações, me pediam a respectiva chave, a máquina recusava-a. Isto demorou a descobrir cerca de três horas...
Seguiu-se o telemóvel. Tentámos o bluetooth. Nada. Quedos e mudos, ambos. Passámos ao CD da falida Motorola para transferir os contactos. Terminada a operação tentámos enviá-los para o Nokia. Nicles. Niente. Nada. Incompatibilidade entre os dois ficheiros. Duas horas de tentativas. Vãs. Acabámos a transferir, por cartão, 180 nomes de cada vez. Tenebroso.
Quando julgámos que tudo estava pronto vimos, com surpresa, que um nome que tivesse dois ou três números aparecia na nova lista em duplicado ou triplicado. Desisti!
Agora tenho como filhos dois Paulos e três Migueis. Como ex-marido nem digo, porque é um número assustador. São só seis contactos...Felizmente que, para marido, a coisa é mais fácil e não há este infortúnio!

HSC

11 comentários:

  1. Pode sempre ir para as "toneladas" de software livre de licença... já lhe tinha poupado uma certa trabalheira...
    quanto ao telefone pode tentar sincronizar a lista de contacto com o Outlook e depois transferi-la para o Nokia... se anda tiver com disposição para isso...

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  2. ... as saudades dos tempos simples das canetas de feltro e dos telefones de fio.
    Tudo 'normal', 'simples', 'natural'.
    Num ápice ficamos «analfabetos».
    É como me sinto, muitas vezes, face a tanta "modernidade"...
    Também tenho de trocar de telemóvel e ando apreensiva. O meu (segundo) tem sete anos; os 'novos' até metem medo, de tanta coisa que "fazem"...
    :( quase precisamos de tirar um curso, que maçada...

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  3. Estas tecnologias, por vezes, querem dar-nos a volta... mas temos de ser fortes.
    Passar os contactos "à vez"?!? Mas que pesadelo!

    Um beijinho.

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  4. Cara Helena

    Um drama estas coisas da informática.
    Mudar de Portátil causa depressão. O Ambiente de trabalho, a disposição dos icones, etc tudo desaparece e fica uma sensação de orfandade que perdura uns dias.

    Quanto ao telemóvel ... pois um dia tem que ser. O Nokia parece bonito e a Helena merece tudo.

    Só não nos disse quanto pagou ao técnico mas também não precisamos de saber. Espero que lhe tenha oferecido o jantar.

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  5. Delicioso Post! Como eu a compreendo! Apesar de dependente do computador, sou uma “arara” quando a coisa se complica e começa a exigir conhecimentos que não possuo e me confundem. Eu estou para o computador e o telemóvel como um rapaz de 15 anos (do meu tempo) para com uma bonita mulher de 30. Fico entupido! E também confio pouco nos peritos destas bizarrias do modernismo da nossa sociedade global actual. Mas o problema é que hoje já não se fazem coisas simples. Tudo é complicado! Até nas coisas supostamente normais. Ainda outro dia vi-me numa alhada para conseguir tomar banho num hotel qualquer nesta Europa, visto a torneira, que nada tinha de parecido com esse conceito e desenho a que me habituei durante anos, tinha uma estrutura e desenho tão moderno e um mecanismo de funcionamento tão complicado que acabei, já exausto, por ter de sair da banheira, como vim ao mundo, mais coisa menos coisa, ir buscar uns óculos (que uso para ver ao perto) e finalmente, após várias tentativas, conseguir tomar banho, não sem antes ter distribuído” água por tudo quanto era sítio no dito WC. Uma maçada! Enfim, hoje, até um simples banho, ou duche, começa a ser perigosíssimo, “graças” aos modernismos e a requerer conhecimentos de “design”!
    Mas temos de nos ir habituando. Que fazer?
    P.Rufino

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  6. Ri-me imenso com o seu post sobre o PC e o telemóvel, bem como do comentário sobre o design das modernas torneiras e quejandos.
    Nas minhas 67 fresquinhas primaveras (incluindo também os invernos), considero-me uma mulher moderna e faço por isso.
    Utilizadora destas máquinas, claro que também receio incursões estranhas por estas novas tecnologias. Nem os dois filhos engenheiros(electrónico e informático) me salvam, porque moram nas capitais e eu sou provinciana. Haja Deus!!!!!!!!!!

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  7. Bem vinda ao club. Nada como ter um neto ou filho ( idades entre os 10 e os 15 anos dá perfeitamente ), por perto...
    Beijinhos.

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  8. Vê como não "escrevinha". Lia, de um folgo, como quem lê quem escreve. E de aparente banalidade, criou interesse. Deviam proibi-la de se afirmar escrevinhadora. Por decreto!

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  9. Agora as nossas janelas são virtuais, as vezes sinto saudades de cartas escritas a punho... Sigo teu blog.

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  10. Até me considero um pouco "jeitosa" para as novas tecnologias, mas há tempos tive um problema similar com o telemóvel.

    Ao passar dados, alguma coisa correu menos bem e quadripliquei a lista de contactos. O mais curioso é que para além de passar a ter várias mães, a "máquina" decidiu numerá-las consoante os vários contactos - Mãe1, Mãe2, Mãe3...

    Mostrei a façanha à minha mãe que achou imensa piada, mas convém referir que é uma das grandes resistentes às novas tecnologias.

    É também uma verdadeira "tecno-excluída e vive na era da pedra lascada" (tal como o "infante" mais novo da Dra Helena) e adepta da sua agenda escrita manualmente :)

    Vantagens: nunca foi vítima de assalto e perdeu os contactos na totalidade como eu e muitos mais.

    Isabel BP

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  11. Cara Dra. Helena: cria-se a ideia de que quem anda nesta coisa dos blogues é assim como que um especialista de informática e assuntos correlativos. Eu, que um "nabo" para estas coisas, que esbarro no primeiro "warning", já me deixei de veleidades de perceber as subtilezas destas coisas e resigno-me a ser um mero utilizador. Quanto ao telemóveis, sempre que me aventuro a utilizá-los com as funcionalidades todas, saem-me contas "bonitas"...
    Umas Boas Festas para si e para a sua Família

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