O Ministro das Finanças andava ausente. O que pressagiava não só maus ventos, como piores casamentos.
Mas ontem, qual D. Sebastião dos tempos modernos, o ministro reapareceu. E fê-lo para, zangado, nos deixar a todos boquiabertos. Porque a culpa de tudo o que está a acontecer no país era dos portugueses, da oposição, da falta de solidariedade institucional, etc, etc.
Ou perdi todos os neurónios, ou a idade tolda o meu raciocínio, ou o Ministro está irritado e descarrega em todos nós. Que não temos culpa nenhuma. Todos nós, os que pagamos impostos, vemos diminuir o nosso poder aquisitivo, lutamos para manter os filhos a estudar, não temos prémios nem carros topo de gama para levar crianças às escolas, nem temos cartão de crédito para despesas ditas de representação, pagas pelo erário público ou seja pelos que trabalham e cumprem. Sem um agradecimento, sequer!
Tenho muito respeito pelo Dr. Teixeira dos Santos. Sei que se lhe está a pedir um enorme esforço. Mas foi ele quem aceitou o desafio. Não foi obrigado. É isso que costumo dizer aos meus filhos.
Ontem as suas palavras não foram as do técnico competente. Foram as do político que não sabe fazer política. Ao Ministro das Finanças pede-se competência. Pede-se verdade. Pede-se coragem. Coragem para abandonar coisas como o TGV. E pulso firme para evitar a vinda do FMI. Se é que alguma vez isso será possível.
E ainda há quem nos chame pessimistas... Depois das palavras que ontem ouvi, gostaria de saber quem é que é pessimista!
HSC
...eu tenho dó deles.
ResponderEliminarMesmo dos que tomaram decisões erradas.
Ou sobretudo desses.
Reafirmo, Helena, o meu apoio ao TGV. Menos aviões continentais e mais comboios muito rápidos não poluentes em fumos e em som. Caro agora, económico num futuro a médio prazo. Parece-me que, mesmo com crise, um governo terá de pensar no futuro, não? Julgo que o nosso mal tem sido sempre remendar, pensar apenas no dia de hoje e, daí, o caos em que nos encontramos. Não faço a apologia deste governo, mas reconheço quando, no meio de tanta asneira, há uma medida boa e esta é uma delas.
ResponderEliminarRaúl.
Ó Raul já pensou que o dinheiro para pagar este brinquedo, vai sair de mais impostos?
ResponderEliminarO que me preocupa mais é que estamos a decidir pela geração dos meus netos e não tenho qualquer certeza de que, para eles, o TGV seja muito importante...
Helena, em França o TGV é uma realidade há muitos anos como sabe. Desloco-me lá sempre nesse meio de transporte, ou para ir a Bruxelas (1h 20min) e recentemente uso o Eurostar. Em vez de ir a Roissy e de aterrar em Heathrow vou de centro a centro e por menos de metade do preço, tudo de porta a porta em duas horas e meia! 10 anos e Lisboa Madrid deverá ser uma realidade. Santa Apolónia/Atocha em vez de Barajas e por metade do preço..., o quê, duas horas e sem check-in ou sem drop-off, isto para quem leva malas pesadas.
ResponderEliminarRaúl.