Os hoteis e os restaurantes, em Setembro, encontram-se mais cheios do que eu poderia imaginar e a democratização do país provocou um fenómeno curioso e difícil de explicar.
É que unidades hoteleiras de cinco estrelas, que apresentam um parque automóvel que levaria a crer estarmos perante hóspedes de elite, revelam surpreendentemente uma frequência que eu situaria na classe média. O que prova que, de facto, o dinheiro mudou não só de mãos... como de forma de aplicação.
Com efeito, quem tem emprego, até pode ter melhorado o nível de vida, dado que o custo desta, até aqui, para muitos bens, baixou.
Assim, a clivagem social se, por um lado, se acentuou para os que não têm trabalho, acabou por se suavizar para outros, que até viram o seu poder de compra melhorado. A situação tem, por isso, algo de bizarro e explica de algum modo, o fenómeno a que assisti.
Acresce que muitos portugueses empregados ainda não interiorizaram a crise ou, pelo menos os seus efeitos a prazo. Daí que as poupanças que deveriam ter sido feitas, só agora comecem a despertar.
Se, a médio prazo, todos iremos sofrer por vivermos acima das nossas capacidades, por enquanto, o problema trágico é para quem não tem trabalho!
HSC
Bela e real análise.
ResponderEliminarE a escolha da foto, a lembra os spa agora tão "na moda" foi 'na mouche'!
ResponderEliminarUma análise com a qual concordo in eiramente. Eu vivo no Algarve.
ResponderEliminarÉ! Agora desataram todos a comprar carros. Os bancos fecharam as torneiras ao crédito às empresas e abriram-nos às famílias para compra de automóveis, pois precisam de emprestar dinheiro e os spreads são atractivos. De tal forma que a SIVA em Portugal ganhou este ano, a nível europeu, o prémio de importador do ano! O director de exportação da Volkswagen veio a Portugal entregar o prémio à Siva em Azambuja, mesmo na altura em que as notícias sobre a péssima situação financeira de Portugal enchiam os meios de comunicação (que entretanto já se cansaram de falar sempre no mesmo, embora o problema se agrave de dia para dia!) Eu imagino o que ele não terá pensado!
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