Tomei, então, a decisão fatal. Cortar o cabelo curtíssimo e empermanentar-me. Se bem o pensei melhor o fiz. Indescritível o desbaste sofrido. Se não tivesse quem me amasse pelo que sou, estaria perdida, pelo menos... por um ano. E os infantes ainda nem me viram. Vão internar-me por insanidade mental. Mas a loucura continuou.
Quando me deitei, olhei-me no espelho com alguma atenção. Pensei, para comigo, que já tivera, de facto, melhores dias. Adormeci algo meditabunda.
Hoje, ao levantar-me, esperava-me uma epifânia. O frigorífico pifara. Estava tão quente como resto da casa. E o meu precioso património gastronómico lá guardado, em estado muito semelhante ao meu.
No meio da desgraça, deu-me um ataque de riso enorme e resolvi partir para o Media Market para comprar outro. Amorosa e simpática como sou, consegui enternecer verdeiramente um jovem moçoilo que, por acaso, era fã de um dos infantes e...vá lá, também me apreciava um poucochinho. Assim, com a sua ternura, resolveu-me, ainda hoje, o problema. Milagres da política...
Com uma imensa piedade de mim própria, cansada e desfeita, tomei outra decisão. Entreguei-me aos cuidados estéticos, que são sempre retemperadores. E, finalmente, ao fim de 20 anos de um total clacissismo e grande discreção nestas matérias, mandei as regras às urtigas e disparei para unhas vermelhas nas mão e nos pés. Foi um momento glorioso no salão de beleza.
Quando cheguei a casa, o vizinho do rés do chão, um pouco assarapantado com tanto vermelho, deixou escapar um "está diferente", que me provocou nova gargalhada.
"É o pé" disse-lhe eu. "Pois é..." respondeu. Insólito diálogo.
Enfim, no mínimo, ele há dias loucos que não deviam, jamais, acontecer. Felizmente que, por um mês, não tenho televisão!
HSC
Inspirador!
ResponderEliminarAinda lhe sigo o modelo (de cabelo) porque ando sem saber o que fazer!
To dye or not to dye, that is the question!
Por mim ficavam as brancas todas (e não são poucas), mas toda a gente recomenda a tinta; uma maçada...
Ainda hoje dizia que me apetecia era rapá-lo, se tivesse deveras coragem!
Os homens têm sorte em (quase) tudo!
Cabelo débil: "É dos carecas que elas gostam mais!"
Rapam e ficam uns lordes e nós é mil malabarismos para manter um aspectozito sofrível!
Maldade...
Quanto ao vermelho (ou encarnado?!), usa-se.
Aliás, começa a usar-se tudo, haja é decisão!
:)))
É uma valente, só lhe digo!
Que maravilha, querida Helena! Identifico-me :-)
ResponderEliminarMuitos beijinhos!
Ainda bem que há dias destes nas nossas vidas para podermos gozar inteiramente os melhores. Um corte de cabelo é sempre uma lotaria. Esta semana tive que aparar o meu, um pouquinho mais curto do que a helena tinha na reportagem da Caras e pedi um penteado igual ao seu. A cabeleireira que aturo (ou ela a mim) há mais de 40 anos disse-me que não me gostava de ver com ele, que já estava farta de me ver assim e fez-me um corte que consegui que não fosse radical, mas que não tem nada a ver com o que eu queria. Agora há que esperar que ele cresça ou o calor acabe. Um bom domingo para si
ResponderEliminarAh! gostei de a ouvir no Hotel Babilónia
Abençoados dias! São eles que nos alegram os dias, esta vidinha sensaborona que muitos de nós levamos. Adiante!
ResponderEliminarOuvi hoje, como faço semanalmente, o "Hotel Babilónia". Até aqui nada de novo. A certa altura ouço, em fundo, uma gargalhada. "Arrebitei a orelha. Olá, conheço aquela gargalhada, é da HSC"! E era mesmo para minha grande alegria. E ri, e aprendi, e deliciei-me e fiquei com uma "trabalheira" danada porque quero ir visitar os outros 4 (?!) blogues, e OBRIGADA pelos belos momentos que me proporcionou, e, e...
Vou começar pelo "E nada o vento levou".
Abraço.
Este calor também me mata.Já pensei em cortar cabelos, mudar de casa eu sei lá! E também já fui para muitos sítios com o cabelo todo molhado!
ResponderEliminarOntem ouvi-a no programa da antena 1-Hotel Babilónia. Disse que tinha mais blogs, mas não retive os nomes, pode, por favor, enunciá-los aqui para eu ir lá fazer uma visitinha?
Afinal já vi o nome dos seus blogs no seu perfil.Obrigada.
ResponderEliminarHá dias assim...
ResponderEliminarDias Loucos
ResponderEliminarOs que nos esquecemos de Nós...
Nós cegos
Nós que não se desfazem
Nós dos Outros
Nós que nos abandonamos...
À ditadura do Maternalismo
Dias loucos
Dias Poucos...
Sem pôr de Sol
Sem Entardecer
Sem calidez Bourdeau
Vermelho Despertar
Arrojo
Coragem
De Se Amar...
Hum... Alvorada... no Ar
Isabel Seixas
Imagino Que deve estar toda pra frentex e linda...
Olhe se quiser vir cá ...
Estou de férias, levo-a a passear Por Chaves Claro...
Vá lá ... Não seja Só Lisboa e Francesa.
Só uma questão...
Há alguém na família do centro?...
Convenhamos que convinha.
As minhas amigas virtuais enchem-me de mimos. Mas se me vissem...
ResponderEliminarO infante mais velho falou-me e eu contei-lhe a odisseia. Riu e felizmente disse-me que fico bem de qualquer modo. Pensei aumentar-lhe a quota na herança!
O outro que também telefonou, remungou um hum! pouco animador. Estou sempre em equilibrio nesta família. Se perco dum, ganho do outro e vice versa!
Ai Isabel quem me dera fazer férias, mas dentro de dois meses saem dois novos livros meus.
Um de biografias e outro de culinária...
Isabel
ResponderEliminarDo centro, mesmo do centro, nem eu que ando a achar que a nossa esquerda está muito à direita, veja bem!
Ou seja, virtudes por aqui há poucas...
E viva o exotismo!E quem é que nunca teve dias assim? Animam-nos a existência! Não acredito que não esteja bem, porque a HSC é uma mulher linda! Disfrute e fique bem!
ResponderEliminarfelicito-a, são felizes os dias assim! aprendemos, à custa deles a rirmo-nos de nós proprios e a descobrir recantos de nós que desconheciamos e até pensamos "há! não fica mal de todo, olhamo-nos de outro modo ou melhor dito demoramos os olhos mais em nós, o que de vez em quando é necessário e útil. Curioso é que muitos desses dias cinzentos acentuam as cores da nossa vida... Mas HSC deve saber disso precisamente porque matém essa vontade de rir com a certeza que é bem amada apesar dos dias de "horror ao espelho"
ResponderEliminarbem haja pela delicia que partilha, como vê estamos tão precisados de desligarmos da crise, da politica dos analistas, dos comentadores, precisamos de momentos assim intimos, exóticos, felizes ou menos felizes mas mais proximos de nós do nosso quotidiano do nosso desejo de felicidade