Leio com total estupefacção, que a idade pediátrica vai, a partir de hoje, ser progressivamente alargada até aos dezoito anos. Volto a ler. Não percebi bem, de certeza. É falha do jornal. É piada. Não. Nada disso. É mesmo assim.
A Dra Ana Jorge teve um momento de inspiração e decidiu que os jovens em idade casadoura, ainda necessitam de cuidados pediátricos. Quais, pergunto eu? Chupeta? Dedo na boca? Fraldas? Vacinas? Peso? Altura? Vitaminas? Moleirinha fechada?
Este país cujos dirigentes já nos levaram à bancarrota, pretendem agora tornar-nos menores mentais? Endoidecer-nos? Direito a votar e ida ao médico de crianças?
Alguém se lembra de pôr os meus alunos universitários no pediatra? Ou o meu neto mais velho, um rapagão de 16 anos, a ter acompanhamento pediátrico? Que mais nos irá acontecer?!
Será que já nem o sentido do ridículo existe? Poupem-nos!HSC
Este governo apoia-se no rídiculo para nos convencer que somos nós os ridículos. E se isto continua qualquer dia até duvidamos se somos ou não. Será que o pediatra vai substituir o ginecologista para a minha neta de 18 anos, universitária?
ResponderEliminarD. Maria Helena, qq pediatra lhe dirá que a sua especialidade, abrange a toda população até aos 18anos.
ResponderEliminarA mim o que me espanta é isto ser bandeira agora, nem sei de quê, nem para quê... Bjos
MariAna
Partilho do mesmo sentimento!
ResponderEliminarMas ainda fiquei com uma dúvida: porquê? Qual é o propósito? Não entendi, a sério que não...
MariAna
ResponderEliminarPois para mim isso é uma novidade que me surpreende nos tempos que correm em que a vida sexual começa aos 14 anos e aos dezoito legalmente qualquer "jovem" pode casar.
Parecia-me mais lógico - certamente posição de leiga - criar uma especialidade para os problemas que surgem na pós adolescência que lhes permitisse esclarecer problemas específicos dessa idade.E que hoje vão da droga ao alcoolismo, das gravidezes aos anti concepcionais.Estão os nossos pediatras preparados?
Porque, convenhamos, mandar um jovem que vota e pode casar ao pediatra que óbserva no mesmo consultório crianças de meses tem, para mim, algo de insólito...pese o que diga a medicina pediátrica cuja classificação terá, de certo, mais anos do os dos meus filhos!
E creio que serão poucos os médicos pediatras a ter adolescentes entre os 15 e os 18 anos. Se a medicina assim o determina...vergo-me. Mas não ensaio o preceito nem com filhos nem com netos. A menos que me garantissem que o dito pediatra estava preparado para os actuais - e insisto, actuais problemas da juventude. Estrei errada? A Zélia levaria?
Eles andam a brincar!Qualquer dia todos os pacientes com problemas nos "PÉS" tb. farão parte desta especialidade ;)
ResponderEliminarAchei giríssima a ideia. Valerá a pena fazer um recanto nos centros de saúde com carrinhos, bonecas Barbie, meninos Ken e a inolvidável pêpê?
ResponderEliminarHá mães e pais aos pulos a dizer, "quem é que tinha razão, és ou não és o meu menino e a minha menina?", nunca tinha ouvido falar de acompnahamento pediátrico a maiores de 10 anos. E acho que me vou esquecer, mesmo sem querer, desta nova ou velha classificação...
ResponderEliminarMuitos beijinhos, amiga.
Pertinente Post e pertinentes comentários, sobretudo o da autora deste Blogue.
ResponderEliminarEste país vai, gradualmente, caminhando de absurdo em absurdo, de bizarria em bizarria. Dá vontade de fazer um pouco de humor. Ora vejamos. A dar como certo, ou provado, segundo a ciência médica, que o ser humano não pode viver para além dos 120 anos (uma chatice, pois já estava a pensar reunir um grupo de velhos amigos para se juntarem a mim nas comemorações dos meus 150), dado que essa será a idade limite para que continue a processar-se a reprodução das células do nosso corpo, ou organismo, podemos então reequacionar, ou reescalonar as diversas faixas etárias. Por exemplo, admitindo que os 21, ou 18 actuais, é a maior idade, todavia, tendo em conta uma vida até os 75 anos, digamos, se passássemos, genericamente, a viver até aos 120 então a maior idade poderia ser por volta dos 30-33 (a idade de Cristo) e, nesse sentido, ser considerado “criança” aos 18, faria sentido (?!). Se calhar deve ter sido numa perspectiva deste tipo, assumindo que a rapaziada passaria a durar mais anos, que se decidiu avançar desde já com essa classificação, despromovendo os adolescentes a crianças. É possível haver aqui a mão das Finanças, pois tal, essa de podermos durar até aos 120, implicaria reformarmo-nos aos 100, trabalharmos até aos 100 (como o Manuel de Oliveira hoje, só que ele o faz por gosto e porque quer) e pagarmos impostos e descontarmos até aos 100. Para depois, como os tempos vão, seguramente, ser outros, termos umas migalhas de reforma e não nos restar mais do que ir jogar ás cartas para os jardins da Estrela do país. Anima-me no entanto saber que, nesse caso, aos 50, já não seria considerado “um homem de meia-idade”, mas como que um “rapagão de 30intas”. Ainda acabo aos abraços à Ana Jorge!
Mas, enquanto “filosofava” a escrevinhar estas tretas, veio-me um sobressalto: e se a proporcionalidade que aqui refiro se aplica ao governo, ou aos governos? Brrr,brrr!!! Até dá arrepios! Já imaginaram??
P.Rufino
Dra. Helena
ResponderEliminarConcordo consigo, a minha pergunta é: esta esta classificação não terá a ver com a insenção do pagamento da taxa moderadora e o acompanhamento por parte dos pais no caso de internamento dos jovens,
eu ponho esta questão porque tenho um filho que esteve internado na pediatria do Hospital de St.Marta ora cumprindo a lei ele a partir dos 14 anos não deveria ser internado nesse serviço mas sim nos adultos,mas neste caso o hospital aceita "crianças" neste serviço até aos 18 anos.
Penso que percebeu o contexto.
Gosto muito de passar por aqui.
Obrigado por partilhar conosco.
Filomena Lopes
Quero esclarecer que, quando referi que partilhava do mesmo sentimento, referia-me ao post da Dra. Helena Sacadura Cabral. No momento em que deixei o meu, ainda não havia comentários e peço desculpa por não ter sido mais precisa.
ResponderEliminarQuanto ao facto de, em tese, a especialidade pediátrica abranger a população até aos 18 anos ( e creio que é a este propósito a pergunta de HSC) e de tal ser posto em prática, parece-me um perfeito absurdo! E nunca me passaria pela cabeça levar um adolescente ao pediatra - nem com 13 anos quanto mais com 18. E porquê? Não sou médica e sou leiga nessa matéria, mas todos sabemos que os jovens de hoje não são os jovens de há 15,20, 30 anos...
Ao longo de 13 anos, convivi diariamente, enquanto professora, com crianças e jovens, dos 10 aos 18 anos. Exemplo disso é que, embora esta juventude tenha acesso a muita informação e viva integrada numa sociedade mais aberta, verifica-se que pouco ou nada sabe do que realmente é importante para a sua vida sexual , iniciando-a até perigosamente, porque naquelas idades se julgam intocáveis. Muitos adolescentes têm ideias erradas e desajustadas , pairando certos mitos nas suas cabecinhas, inclusive. São ADOLESCENTES, estão num período de transição e se há encarregados de educação que os acompanham, a maioria não o faz, pelas mais variadíssimas razões. Não foram poucas as vezes, em que colegas meus, e eu própria, fomos confrontados com situações expostas pelos pais e até pelos próprios alunos e sem termos formação no âmbito da educação sexual. Temos de usar de tacto, bom-senso e encaminhá-los para os serviços de psicologia (que estão à mão) e outros especialistas. Este é apenas um exemplo do tipo de acompanhamento que eles precisam e não é mais ou menos importante do que outra necessidade qualquer que tenham.
E a Helena está correctíssima(!) quando insiste nos problemas da actualidade, já que a juventude se vê confrontada com solicitações que os pais, decididamente, não tiveram.
Ainda estava com esperança que esta inspiração da Sra. Ministra fosse um assomo próprio da "silly season"...
Cara HSC,
ResponderEliminarEstá errada e é isso que me irrita nos opinion makers: opinarem quando não sabem do que falam! Sim, os pediatras estão preparados para acompanhar bebés, crianças, pré-adolescentes, adolescentes e jovens. Aliás, os livros de saúde que as crianças deste país recebem assim que nascem prevêem um acompanhamento até essa idade. Aliás, se algum médico com a especialidade de pediatria a lê-se dir-lhe-ia que está preparadissimo! O que é que sugere? Que se crie outra especialidade para o "sexo, drogas e rock & roll"?! Mas isso não seria uma despesa maior? Não estaria a pensar num psicólogo ou mesmo num psiquiatra ou nos pais?
Esta medida governamental tem como propósito que os jovens com a idade do seu neto possam ser internados em hospitais pediátricos ou em alas com pediatria, em vez de serem tratados ao lado de pessoas mais velhas, como acontece no IPO, por exemplo. É uma medida de respeito para com os jovens doentes e nada mais. BW
Boa tarde DrªHelena
ResponderEliminarPenso que um pediatra tá mesmo credenciado pra ver crianças até aos 18 anos,mas certeza não tenho.
A Drª Ana Jorge falou que era uma medida"há muito desejada por pediatras famílias e jovens".
Palavras dela,e é aqui que coloco as minhas duvidas,porque penso que nenhum deles quer isso.
Penso que quiseram tirar serviço aos clinicos gerais, vai daí nada como carregar os pediatras porque quem sabe, estarão menos sobrecarregados,ja que o grau de natalidade está baixo segundo dizem.
No meio disto tudo só fico com pena dos paizinhos que têm filhos na faixa etária dos 14 aos 18,o trabalho que vão ter,para os convencerem a continuar a ir ao pediatra.
Um dia qualquer vamos acordar e vamos ouvir dizer que precisam criar pediatras especializados em adolescencia ou em aborrescência pois os outros nao conseguem aturar nossos adolescentes.Aí passo a ter pena dos pediatras.
E ja que tô com pena dos dois resta-me a pena que vou ter dos adolescentes(crianças segundo a ministra)ao imaginar a vergonha que vão ter ao falarem(nem falam)que vão ao pediatra,pois se eles mandam os paizinhos, ficarem a uma esquina perto das escolas por vergonha dos pais,como não vão ter em falar que vão ao pediatra.
Não sei se rio se choro com isto tudo,porque é tudo tão caricato, mas tão caricato que chega a doer.
Não sei o que se passa na cabeça dos nossos governantes,eu ainda to doendo com isto, e ja levei com outra a que vao fechar 900 escolas no País e depois queixam-se da desertificação.
E posto isto vou ali sentar-me e chorar um pouco...
Haja paciência....
cumprimentos
Fátima Gomes
... perdoe-me a brejeirice...
ResponderEliminarPenso, honestamente, que subjacente está uma lógica coerente de diminuição de custos e consequente regressão do défice, bem como um tratamento estatístico encapotado. Se virmos bem, o dinheiro que se poupa em subsídios para ambulâncias será notável, pois o ADULTO de 18 anos sempre poderá dizer: "Mãe, empresta-me o carro que tenho que ir ao pediátrico...". Estatísticamente falando será muito reconfortante ver que a afuência às urgências dos hospitais diminui, haverá menos tempo de espera e oficialmente muito menos custos, pois tudo o que é cabeças e pernas partidas da juventude vai para o "fraldário". Deus dê paciência ao povo, pois se lhe dá força....
Qta água correu debaixo da ponte.
ResponderEliminarDona Maria Helena, pretendi apenas dar uma informação genérica. Qto aos argumentos concordo com os seus e com muitos outros que li neste seu espaço.
Mas Pediatria abrange todos os infantes/as, agora meti-me consigo pk acho o termo uma delícia/lindíssimo, dos 0 aos 18 anos há muito tempo.
Qto ao resto, há tts coisas com as quais ñ se concorda e com pesos bem maiores.
O João Pestana aperta, ñ é dificil imaginar às horas a que estou a escrever. Mas quis.
Deixo-lhe um grande abraço de boa noite...
Vou acompanhando o seu blog. Gosto.
MariAna
Eu tambem quero...he..he..he...
ResponderEliminarCaro Anónimo BW
ResponderEliminarNão se irrite. Eu não sou uma opinion maker. Isso é para gente que sabe do que fala, como é o seu caso, que me ensina e esclarece. A mim e àqueles que concordaram comigo.
Em qualquer idade se pode aprender. Eu aprendi que os pediatras estão preparados para se ocuparem dos maiores que tenham 18 anos. Pela minha parte, muito obrigada. Fiquei com uma visão nova dos pediatras que conheci e conheço.
E, creio, estes estar-lhe-ão gratos pelo reconhecimento feito.
ehehe... REPENSAR!!
ResponderEliminarPediatria e Podologia são valências médicas bem diferenciadas.
MariAna
HSC, pelo que sei do assunto, julgo que terá que se informar melhor sobre este facto que é corrente noutros países da UE, desde há mais de 30 anos.
ResponderEliminarHavendo excepções, quer na formação e apetência dos médicos, quer na aceitação dos pacientes, parece-me útil e desejável que o pediatra, que conhece a história clínica do jovem desde que nasceu, o acompanhe até cerca dos 18 anos, encaminhando-o para outras especialidades sempre que se justificar.
MC
Uma idéia do outro mundo .Tornando-nos uns perfeitos atrasados mentais , não temos consciência da m...... que eles ( políticos ) fazem a este nosso (não deles ) pobre país .
ResponderEliminarEu tenho um sonho... e se emigrassemos todos e deixassemos esta corja sózinha ?
A quem é que eles iam aumentar os impostos ?
Cara HSC
ResponderEliminarNão é uma opinion maker mas é bastante lida, por isso tem uma responsabilidade maior. não basta atirar o barro à parede, é preciso sabermos do que falamos e a partir daí tecermos os nossos comentários. Como sabe não há especialidades nos centros de saúde, só clínicos gerais. Portanto, esta medida devia ir mais longe: dotar os centros de saúde de pediatras. geriatras, dentistas, oftalmologistas, etc, porque as especialidades só em hospital ou então no particular e ao particular nem todos chegam... Saúde e Educação!
BW