Em resumo, só as famílias que ganham até 7250 euros - cerca de 1500 contos - é que não têm agravamentos directos. Os 900.000 que recebem até 17979 euros, vão dispender mais 100. Dois milhões, ou seja o núcleo duro, cujo rendimento de trabalho varia entre os 18 mil e os 41 mil euros vão pagar mais 180 euros e finalmente a classe média alta, ou seja cerca de 400 mil contribuintes, vão liquidar a mais importâncias que se situarão entre os 390 e os 700 euros.
Isto, porque as deduções relativas às despesas de saúde, educação, habitação, seguros e Planos Poupança Reforma, os PPR, passarão a ter limites que castigam não só os mais doentes, como as famílias mais numerosas, com filhos a estudar. À fúria fiscal nem pensionistas nem reformados escapam!
Hoje, no restaurante, um grupo defendia que iria passar a trabalhar apenas três dias na semana. Porque tinha feito as contas e essa era a forma de pagar menos imposto ficando com quase o mesmo dinheiro para gastos.
Alguém já se lembrou que as medidas cegas acabam sempre por ter consequências perversas? Fiquei a pensar no que ouvi.
Só quero ver o que se passa no país se a tal classe média que é sempre castigada decidir trabalhar menos, gastar menos e tirar os filhos das escolas...
Por mim vou fazer contas e, se não deixar de trabalhar, passo a fazê-lo ao meu ritmo e gratuitamente ou, quem sabe, viver entre Paris e Bruxelas. Não falto aos meus deveres, mas dou a quem quero o que ganho. Não a quem me esbulha...
HSC
E olhe que ele há dias em que apetece mesmo isso: sair daqui, para um país onde se veja, efectivamente, para onde vai o dinheiro dos nossos impostos.
ResponderEliminarFaz-me impressão que cerca de 36 anos após o 25 de Abril, quando se depositaram grandes esperanças na “justiça social”, que teria necessariamente de assentar numa melhor e maior redistribuição dos rendimentos, recorrendo a uma política fiscal séria e mais democrática - e genuína (quer para os contribuintes singulares, quer colectivos), como sucede, por exemplo, nos países nórdicos, onde, curiosamente, os dois principais partidos políticos portugueses se terão inspirado (a acreditar no que à época disseram e tendo em conta as suas designações, “socialista” e “social-democrata”), se chegue à conclusão de que tal “justiça social” não passa de uma miragem. Que nunca, sublinho nunca, irá suceder neste país. Nunca houve nem vontade, nem coragem, para a levar a cabo. Basicamente, as políticas económicas e fiscais neste país optaram – sempre - por “castigar”a classe média e as que menores recursos possuem. O mesmo no que respeita à tributação das pequenas e médias empresas. Ao contrário, a título de exemplo, da Banca.
ResponderEliminarNão há rigorosamente nada a fazer. Nada disto irá mudar. Jamais. Conformem-se! Todavia, convém “recordar” que os diversos responsáveis políticos por esta situação de “inércia social”, desde há quase 36 anos, chegaram ao poder porque um conjunto de cerca de 75% de eleitores assim o vem decidindo, invariavelmente. E vai continuar a decidir. Não há que ter qualquer ilusão. Eu não tenho. Ora tenham um resto de dia muito agradável, pois amanhã parece que voltará a chover!
P.Rufino
Os assassinos económicos em força. Ditadura mundial tecnocrática... Portugal na vanguarda. Iremos ser todos esbulhados, pobres de nós, já não há retorno... está consolidada a Nova Ordem. Somos os europeus mais avançados no processo de escravização, por eles implementado.
ResponderEliminarAliás, mais avançados em tudo o que é mau, excepto uma ou duas (?!) coisitas.