sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Até quando?

Tenho evitado, a todo o custo, neste blogue, escrever sobre a convulsão política que, nos últimos meses, vem assolando o país. O ar está quase irrespirável e os noticiários não se ocupam de mais nada que não seja Freeport, Face Oculta, TVI, PT, BCP, BPN, BPP, enfim, um rol de siglas e de "estórias" tristes, que afastam governo e oposições da tarefa essencial de ajudar Portugal a recuperar o respeito por si próprio e a fazer-se respeitar pelos outros.
Detesto julgamentos em praça pública, não aprecio ver o PGR falar demasiadas vezes, não sei o que entre nós significa segredo de justiça, não gosto de ver o Presidente do STJ desdizer o PGR, enfim, do meu ponto de vista, começa a ser demasiado incómodo e preocupante para os portugueses assistir a esta forma "achincalhante" de fazer política.
Ninguém ganha com o que se está a passar. Nem interna nem externamente. Se a nossa democracia fosse real, nada disto seria possível. O que estes acontecimentos provam é que estamos longe de viver no regime pelo qual lutámos. E isso, confesso, explica muito da nossa falta de empenho, da nossa descrença, da nossa falta de ética e da nossa fraca exigência.
Até quando, pergunto eu, vamos tolerar o estado do nosso Estado?

HSC

6 comentários:

  1. Pergunta pertinente Querida Helena...
    Ou o Dr. Fernando Nobre ganha as presidenciais e começa a meter o circo nos eixos ou então, ganhando outro, pelo que me apercebo nos blogues de contra corrente, extremistas, tanto de Esquerda como de Direita, a breve trecho irão começar motins e outras coisas que não será bom pensar.
    Tenho entrado em fóruns políticos assustadores e não são poucos!
    Sou uma coca bichinhos... mas começo a ficar assustada e bastante. A blogosfera é um mundo à parte e quem não pesquisa, pensará que o que digo é irreal, mas eu estou a falar de um tipo de pesquisa muito direccionada.
    Tanto marxistas como neo-nazis, são em abundância. Um muito mau sinal, nos 100 anos da República.
    Estou aqui a fazer um apelo, para ver se poderemos evitar o pior!
    É um grande passo, uma esperança...

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  2. Verdade! Até quando este lume brando?
    A cada dia que passa o limite do impossível é ultrapassado. Quando isto acabar pergunto:
    Quem vier depois não será tentado a puxar a corda ainda um pouco mais além?

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  3. “…estamos longe do regime pelo qual lutámos”. Uma frase a reter. Este desabafo de HSC, a autora deste excelente Blogue, merece alguma reflexão. É, hoje, mais do que evidente (só mesmo um mentecapto poderá negar tal) que o regime político, desde há uns tempos a esta parte, se tem vindo a degradar. Não querendo entrar em polémicas políticas sobre quem tem mais, e menos, responsabilidades neste processo de degradação, julgo que é algo que a larga maioria dos portugueses concordará. E quando, como também se tem vindo – lamentavelmente – a verificar, os responsáveis pelo bom exercício e aplicação da Justiça neste (triste) País não se coíbem em falar publicamente, multiplicando-se em entrevistas, em declarações, em programas de rádio, etc, então começa a ser preocupante este tal estado de coisas, ou, como diria HSC, “o estado do nosso Estado” (um magistrado deve impôr-se a si mesmo o maior dos recatos. A máxima descrição, para melhor ser respeitado e dignificadas as suas decisões). Há uma série de princípios e de valores a que os políticos deveriam estar “obrigados” por uma questão de respeito para com os seus eleitores e o seu País, um conjunto de comportamentos, atitudes, posturas, que, de uma forma gradual, têm vindo a sofrer uma erosão, que não deixa ninguém indiferente, bem pelo contrário. É certo que, paralelamente a tudo isto, a toda esta situação, se terá que associar, alguma imprensa, menos responsável por vezes – não toda, convém não generalizar – mas, não se fuja à questão principal: quem decide sobre os nossos destinos, no plano social, económico, saúde, etc, etc, não são os “media”, mas os Políticos. Quer em funções governamentais, designadamente estas, quer na A.R, quer noutros lugares. Este descrédito sobre o País actual, que HSC aqui deixa transparecer, ou nos alerta, deveria ser objecto de reflexão e análise, descomprometida politicamente, houvesse coragem! Não irei tão longe ao ponto de dizer que o País se está a afundar. Não será o caso (pelo menos ainda). Mas que existe uma profunda crise de confiança (e distância) entre a população e a Política não tenhamos dúvidas. E, muito honestamente, o que me preocupa enquanto cidadão é que não vejo por aí uma solução, alguém (que não seja providencial, já houve um, em tempos de má memória) em quem confiar, em quem depositar alguma esperança para que se comece a “dar a volta” ao tal estado de coisas, ou encruzilhada em que o País se encontra. Naturalmente, que há sempre uma postura egoísta que é a de “nos passarmos a preocupar apenas connosco e deixarmos os outros tomarem conta deles”. Eu próprio, reconheço, começo, cada vez mais, a agir e pensar assim. E conheço muitos como eu. Mas, foi para isto que se fez o 25 de Abril? Para deixarmos de ser participativos, empenhados nesta Democracia, lutarmos pelos nossos interesses e passarmos a ter uma atitude de passividade e indiferença total, ainda que crítica, do que se vai passando? Confesso-me bastante confuso. Comentava outro dia, noutro Blogue, que me dera conta de que passara a viver num estado de letargia política quase total. Sinceramente, oxalá que não fique assim para sempre. Mas não vejo, pelo menos de momento, razões para mudar de postura.
    P.Rufino

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  4. Cara Amiga

    não é propriamente um comentário e como tal, se não for editado, até agradecia...

    é que para além das palavras, existem por vezes formas de demonstrar admiração, respeito e amizade... e neste caso, deixo um "prova" e uma questão, que se houver por bem aceitar está em:

    http://impressoesdigitais2.blogspot.com/2010/02/condecoracoes-estampilhas-e-outros.html

    um imenso abraço

    Leonardo B.

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  5. Caríssima Helena:

    Percebo muito bem a sua perplexidade, sendo, como é, uma pessoa equilibrada (coisa difícil, especialmente nos tempos que correm..., nem sabe quantas vezes me apetece pôr-me aos berros na rua!)

    Quanto ao assunto dos Presidentes, como referiu a Fada, aí também eu estou muito perplexo. Não sei se o F. Nobre é o " D. Sebastião", se o "Manel" passa de um bom poeta ou se o Cavaco já conseguiu sair do poço...

    Vou ousar: A Helena pode candidatar-se (tem o meu voto.. e de muito mais pessoas); eu posso candidatar-me como Independente também, ou, HARDIESSE MAXIMA, um novo triunvirato: A Helena, eu e o terceiro à sua escolha. Nem digo " LOL" porque estou a falar a sério.

    Abreijo,

    Raúl.

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  6. Justo. Tudo o que a Helena e P. Rufino dizem sobre a situação geral e da justiça em particular é infelizmente verdade.
    A grande maioria dos Portuguêses merece melhor.

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