sábado, 3 de outubro de 2009

Lisboa


Nesta ponte de feriado decidi trabalhar. Com as eleições e afins, ainda hesitei. Mas fiquei.
Sentei-me à secretária. Abri o computador. Coloquei o António Variações para me acompanhar. Mas quando cheguei ao "corpo é que paga", levantei-me dum pulo e saltei para a rua.
Comecei na Piazza di Mare onde comi o meu prato preferido: uma bela salada de camarão com cogumelos e rúcula aquecida em cognac. Estava divina. Do branco gelado nem falo... Depois uma cassata deliciosa que me fez lembrar o meu querido Pai com quem eu as comia em pequena.
O Tejo estava lindíssimo. E esta vossa amiga decidiu largar o pópó e ir de cacilheiro - agora têm nome mais chic - atravessar o rio.
Pode e deve ficar-se triste com o que os responsáveis autárquicos fizeram de Lisboa. Mas algo eu garanto. Não conseguem, não podem, nunca poderão, graças a Deus, alterar esta luz grandiosa, que transforma em beleza mesmo os cantos que o não são.
Voltei para casa agradecida à vida pela capacidade que mantenho, com esta idade, de ainda me maravilhar com a formusura do país em que vivo e da cidade onde habito!

H.S.C

4 comentários:

  1. Aquilo que escreve suscita-me, muitas vezes, pensamentos que gostaria de partilhar exclusivamente consigo.
    Talvez seja intencional, e mais que justificável, mas já pensou disponibilizar um e-mail para quem quer reagir àquilo que escreve, mas de uma forma mais privada?

    Uma leitora que admira aquilo que lê de si, nas linhas, e aquilo que depreende nas entrelinhas.

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  2. Belíssima declaração de amor... senão em tempos de guerra, pelo menos de "incertezas muitas"!

    (confissão menor: até que tenho saudades desses "velhos cacilheiros", atravessar o Tejo à noite e reconciliar-me... com o quê? sabe-se lá... as reclamações, das incertezas do mundo, bem que deverão ser as mais velhas desculpas do mundo, para a nossa própria miopia!)

    Um grato abraço

    Leonardo B.

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  3. ...o curioso, Milady, é que é facílimo "acompanhá-la".
    Com pinceladas singelas cria uma paisagem intensa e caimos dentro dela, pela sua mão, vendo através desse olhar, sentindo como se fossemos o mesmo coração.
    Que saudade da minha Lisboa adoptiva.
    E de sentir tanta bem-aventurança...
    (merci)

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  4. Querida Helena,
    Tal como diz Leonardo B. e Margarida, fez aqui uma autêntica declaração de amor, a qual soube pintar muito bem, fez um quadro digno de uma obra de arte da nossa Lisboa. Lisboa das sete colinas e daquela luz tão sua, Lisboa de céu aberto, amplo que nos dá uma sensação de infinita liberdade!
    Sem referir que também abre aqui o apetite e, me recordou também as cassatas que comi tantas e tantas vezes com o meu querido e saudoso pai.
    Lisboa é linda, o Tejo no qual me perco inúmeras vezes...
    Obrigada por este post :)

    Sentido abraço com amizade
    ElsaTL

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