quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Meditar

Ontém à noite, quando a família estava toda deitada fiquei a "sonocar", na sala, com o meu irmão. Pronunciávamos uns vagos monosílabos e assim ficámos por horas. Ele deitou-se pelas duas da madrugada e eu ainda lhe sobrevivi, sozinha na sala, a pensar na vida.
Havia em mim um tal sentimento de relaxe, de sossego, que me deu para recordar os tempos em que este meu irmão andava pela minha mão e me perguntavam se era meu filho. Fazemos dezoito anos de diferença, mas parecemos adolescentes quando estamos juntos. E temos uma imensa cumplicidade.
Com o mais velho, que me leva a dianteira de sete anos, é diferente. Gostamos muito um do outro, mas ele é, de certo modo, a figura parental. Contudo, quando estamos todos reunidos, a risota é sempre imensa, perante o ar atónito/divertido das minhas cunhadas, que não conseguem acompanhar o nosso ritmo, nem perceber sequer do que rimos.
Perante a sala vazia, o mar imenso iluminado por uma lua cheia plena, o silêncio que me rodeava, senti-me uma mulher realizada por gostar tanto dos meus. Apesar da ausência dos infantes, a minha família é a melhor herança que me foi deixada! Bem hajam os meus pais e avós!

H.S.C

NOTA
Por uma qualquer razão que desconheço o post sobre os ricos saiu antes do último, embora escrito posteriormente aos dos Açores. Milagres da net

7 comentários:

  1. Descobri o seu blog há pouco - falha minha que há tanto que a admiro, já deveria ter feito uma pequisa neste sentido.
    Já o li todo.
    E gostei muito, claro.
    Beijinho.

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  2. esclarecimento: mais estranho ainda e por isso fui ao seu blog ver é que no google reader está o post dos açores e e dp o dos ricos, logo na ordem correcta e no blog não.
    amazing!

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  3. Excelentíssima senhora Helena, em 1º lugar quero dizer-lhe que tenho pela senhora um imenso respeito e uma imensa admiração. Quando for grande quero ser como a senhora!
    Acho-a inteligente sensível e sobretudo muito consciente, com uma grande clarividência.
    A senhora é uma mulher de que Portugal se deve orgulhar.
    Eu, não sou ninguém, sou uma criatura de classe média baixa, assim como a minha cultura, mas gosto da senhora, fazer o quê?
    E agora que descobri os seus blogues…aqui me tem. Por isso desde já lhe peço desculpa se alguma vez me exceder!?
    Um bem-haja e um beijinho
    …e boa estadia .
    Com todo o respeito
    Olinda

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  4. Escrevinhadora...
    :)
    Pois sim, seja...
    na qualidade de analfabeto, não estou para comentar o assunto do texto, tão pouco ceder ao lugar comum de lhe enaltecer a escrita, estou, somente para que saiba que li todos os post's que publicou, uns mais cativantes, segundo a minha capacidade de lhes absorver o sentido.
    voltarei, decerto.
    estou sempre na eminência de conhecer o fantástico arquipélago onde se encontra, digo fantástico, porque as descrições e as fotografias a que tenho acesso, ditaram-me a necessidade de a conhecer.
    deixo-lhe os votos de mais um serão proficuamente reflexivo.
    ;)

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  5. Também estou numa sala imensa e vazia numas férias de muitos reencontros e "pensamentos" da vida noite dentro. A lua está imensa. Fico feliz porque estou feliz, pelas benesses todas, por esta família. Fico feliz por saber outros felizes nestes meditares vagarosos nos hiatos de tempo suspenso a que chamamos férias.
    Obrigada por partilhar este post.

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  6. Essa sim, é a riqueza maior a ser partilhada.
    Essa é que deve ser 'dividida'.
    E é-o, de alguma forma, aqui, assim, nas imagens desenhadas pelas palavras que traduzem o seu mundo.
    Obrigada por saciar tanto.
    E tão docemente.

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  7. A minha admiração obvia pela sua familía é tão vasta que todas as formas de cumplicidade são bem vindas. Que o sucesso não traga mais "Beatas" amarguradas que o respeito é para todos... e eu, na minha simplicidade de homem sem fio de prumo, na altura de pôr a cruz fico subdividido entre o intemporal e o devir no secretismo do voto.
    Tiago
    Tiagofigueiredom@live.com.pt

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