domingo, 19 de julho de 2009

Recupero...mas mal!

Eu que até sou disciplinada no trabalho - dizem que é o lado germânico da família - sou imprevisivel no resto. Naquilo que não é obrigação, sou capaz de fazer uma mala num quarto de hora e ir ali a Marraquexe, só para matar saudades e respirar.
No entanto, em casa, as críticas são sempre a esta minha organização escrupulosa do tempo, que não é apanágio dos que me rodeiam, os quais fazem da última hora a "marca dos deuses". Helas! Eu não tenho este código genético que vem do lado hispano da família. E sou muito gozada por isso...
Por norma escrevo aqui todos os dias. E como é trabalho gratuito, a disciplina deve-se ao gosto e ao compromisso que fiz comigo quando, em Fevereiro deste ano, me iniciei na blogosfera.
Se tal não acontece, significa que estou fora a gozar de outros prazeres ou que, por razões muito específicas, me não apetece escrever.
Nos blog's de poesia é diferente. Escrevo ao sabor da inspiração. Mesmo assim, acabo sempre por produzir algo todas as semanas.
Hoje ainda estou a recuperar da morte do meu amigo. Mas não recuperei da surpresa de ver Helena Roseta associada - independente - de António Costa, depois de lhe termos ouvido tantas críticas ao mandato do ainda presidente da edilidade lisboeta. Saída do PS retorna, assim, ao partido, marcando bem que não se trata de refiliação. Era bem melhor não ter explicado nada.
Também não recuperei da confirmação do negócio ruinoso do terminal de contentores do já célebre ministro "Jamais". O relatório do Tribunal de Contas não poupa críticas a um acordo que "só serviu os interesses do promotor".
Será que já não há uma pinta de decoro neste país? Será que ninguém pede contas a ninguém? Será que Socrates já não é PM?

H.S.C

10 comentários:

  1. Bem, eu que até sou alemã (echt!) não me consigo disciplinar para atacar o blog todos os dias. É obra! No resto... bem... tenho o instrutor no ginásio que, todos os dias, mas todinhos, me dá valentes sermões por eu chegar a horas e contar alto e bom som os minutos de atraso das sessões:)
    Eu não queria dar cabo da festa mas... Sócrates "ainda" é PM...

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  2. Loira amiga ainda...mas essa é a subtileza. É que há milagres.
    Já tivemos o de Fátima. Espero... outro para Portugal!

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  3. Acho que não percebi bem, escrever aqui «é trabalho gratuito»...? Fiquei descoroçoado, a sério, pensei que (para si) fosse "conhaque" e (para nós) uma oportunidade, um prazer (bem escasso) de ir conhecendo, quase diariamente, uma pessoa com tanto de positivo para dar. Agora sim, no sentido de gratuitidade.

    Diga-me que percebi mal.

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  4. Meu caro joão G
    Eu bem digo que a língua portuguesa é traiçoeira.
    "Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque". O trabalho paga-se. O conhaque... oferece-se! Digo eu. Logo, de facto, tem razão. Isto é Bas - Armagnac, que é o que eu gosto mais. Oferecido aos que têm paciência para me ler.
    Quer acreditar que um colega meu, economista conhecido, me perguntou quanto é que eu ganhava com o Fio de Prumo?
    Ele há ecomistas inteligentes, cultos e sabedores. Mas porque será que conheço tão poucos?
    E já agora um abraço reconhecidopelas suas palavras!

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  5. Bas-Armagnac, eau de vie, c'est le Cognac. Sou economista, inculto e desconhecedor. Porquê? Porque não giro, nem trabalho bem com as espectativas. Só com o bom senso, modéstia bem à parte.

    Beijinho, se mo permite.

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  6. Não só permito o beijo, como o aceito com gosto!
    Agora meu caro João G, se é meu colega, inculto e desconhecedor, a trabalhar mal com as expectativas, dou-lhe os parabéns por ainda sobreviver...
    Os que conheço com essas características ou são ministros ou gestores. Da banca principalmente.
    E, agora, perante este quadro venha daí um abraço.

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  7. Delicadamente retribuído.

    Sou gestor/administrador/empresário sim e da banca só quero distância: valho-me sempre que possível de capital próprio. E quando falo das expectativas, giro bem a sua antecipação, mas mal seus resultados e é aí que entra o bom senso, esse sim, o segredo da sobrevivência neste paísinho, porque a tempo, e avisado, internacionalizei. Seu filho Paulo diz as coisas mais acertadas sobre o país empresarial real e, se for por próxima informação que nunca em segunda mão, muito bem. Bom, mas isto daria testamento...

    Abraço,

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  8. A quem o meu caro amigo o diz. O Miguel é economista...mas da especialidade só domina a que se chama de economia política, que ainda hoje desconheço o que seja...
    O Paulo é jurista, mas garanto que percebe mais de micro economia que o irmão! Falo com ambos sobre estas matérias e calcula a "originalidaede" de que se revestem as conversa entre nós.
    Tenho muitos clientes estrangeiros - faço consultoria - que gostavam de vir para cá, mas têm medo. E o meu bom senso - é já só o que pretendo manter, de mão dada com o senso do humor - leva-me a compreendê-los muito bem!
    Por isso, caro João, a internacionalização e as cautelas permitem que sobreviva com capitais próprios. Espero que bem. Porque de inculto e desconhecedor, não me parece que tenha nada.
    Quanto à banca, se eu falasse, não dava testamento. Dava prisão!

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  9. Mas alguém se lembra de algum negocio publico vantajoso para o país?
    Lembro-me do monopólio de fazer lume da Phosphoreira, lembro-me do monopolio do atrevessamento do Tejo pela Lusoponte, lembro-me da concessão do metro da margem Sul com "rendimento minimo garantido" pelo Estado, etc, etc, etc.

    Paulo Calvo

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  10. E temos agora o suprasumo da Liscont que parece não incomodar ninguém e será compensada se o lucro não for o esperado...
    Alguém tem vergonha?

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