Há dois dias escrevi que os indices relativos ao clima de expectativas económicas, excepção feita à construção civil, pareciam oferecer uma subtil melhoria.
Durou pouco a subtileza. Ontem a OCDE veio dar-nos, de novo, no toutiço. "Dar-nos" não é correcto. "Dar-lhes" é mais adequado. Para além de mostrar reservas quanto à zona euro, cujo PIB se deve contrair cerca de 4,8%, aquela organização prevê para 2010, na mais feliz das hipóteses, crescimento nulo.
Quanto a Portugal, o futuro não é melhor. Para este ano esperam uma contracção do PIB de 4,5% e para 2010 antecipam um agravamento que nos situará nos 5%.
E previsões de saída da crise? Para a terrinha, aquela organização admite que talvez seja possível em 2011 pensarmos nisso!
Não há dúvida que o cenário é animador...
H.S.C
O 'wishful thinking' não se aplica às regras objectivas e cruas da economia...
ResponderEliminarTodos sabemos (sim, todos, até quem assobia para o lado) que sem muito labor e sem equilíbrio entre dispêndio e poupança, o resvalar ladeira abaixo não pára.
Pararão, sim, os fundos comunitários.
Depois restar-nos-á voltar a África?
Isso já se vem verificando...
O futuro e a economia do País começam a preocupar-me, designadamente por ver que os próximos tempos não vão ser fáceis, muito longe disso. E não me parece existir um “elixir” que permita uma recuperação sustentada, para breve. Com dois filhos, ainda mais preocupado fico, a pensar o que será o futuro deles. Não sou um pessimista por natureza, nem um optimista excessivo, mas prefiro encarar as coisas difíceis como um desafio que, com esforço, determinação, vontade e muito trabalho, se conseguem ultrapassar. Quem sabe se ainda viremos a conseguir, através de um esforço colectivo, “dar a volta” à crise? Um vizinho meu, homem já na casa dos 70 e muitos, reformado, dizia-me, com pesar, outro dia, que “acontecer-lhe isto – a crise – numa altura destas da sua vida, era uma tragédia, pois quando as coisas melhorarem, já não terei saúde para tirar partido”. Realmente, para os mais velhos, uma situação destas é deveras complicado, sobretudo se o seu “sustento” assenta apenas numa mediana reforma.
ResponderEliminarHaja esperança de dias melhores, Helena!
P.Rufino