quinta-feira, 7 de maio de 2009

Transparências...

Às vezes sinto-me envergonhada com o que se passa no país. Badalamos basófia, mas na altura da prova final, zarpamos de imediato. Ou, pior, fingimos que somos diferentes!
A 25 de Abril o Presidente Cavaco Silva pede, a quem de direito, contenção nos gastos eleitorais, depois de esquerda e direita andarem, durante meses a atacarem-se mutuamente e a insurgir-se com a falta de transparência no financiamento de "certos" partidos.
Pois bem, para começar, inicialmente estavam previstos 100 milhões de euros para financiar os três actos eleitorais, dos quais a fatia maior, 70,5 milhões de euros, dizia respeito às subvenções estatais decorrentes da lei.
A 17 de Abril a Assembleis da República aprova o orçamento suplementar que faz disparar aquela verba para 88,3 milhões. Razões? Difusas.
Do seu lado, as 13 forças políticas prevêm gastar 8,2 milhões. Mas, como se tudo isto não bastasse, a transparência foi à vida, com todos os partidos a estarem de acordo com as entregas em espécie por parte daqueles que os queiram financiar.
Queiram? Alguém me explica, nesta matéria, a diferença entre "querer" e "convir"?

H.S.C

7 comentários:

  1. Deixaria aqui uma proposta de “orçamento” eleitoral: cada partido receberia em função do número de deputados que possui na actual legislatura multiplicado pelo salário mínimo. Tantos deputados vezes o salário mínimo daria, por exemplo, se esse Partido tivesse 100 deputados, cerca de 450.000.Que tal? Parece-me justo e não ofenderia assim tanto.
    P.Rufino

    ResponderEliminar
  2. Pois é..., também achei que este tema é 'muy peligroso'...
    Ainda ontem ponderava escrever (que digo? 'escrever', moi?...tsss, tsss, tsss...) qualquer coisita, mas voltei a hesitar.
    Então? Ninguém explica?...
    (e é tudo o que direi a propósito...)

    ResponderEliminar
  3. Pero los políticos solo aman los peligros e la obscuridad. No la transparencia...

    ResponderEliminar
  4. Meu caro Rufino sugiro esse orçamento para o governo, a banca, os supervisores e as empresas publicas. O resto que eles ganham e nós pagamos distribuir-se-ia pelos que têm fome. Talvez se conseguisse mitigá-la.

    ResponderEliminar
  5. Em "alentejano": "ma nah é qui esta sua proposta ê bêm pensáda! Más êh mêmo, mûita bêm pênsada! Áqui o Compadri âcha, qui fáctô qui sê devê mitigâr a fômi! E em tôdu país e nâo sô no Alem-Tejo!"

    Mui estimada Amiga!
    Ora aí está uma proposta interessante!
    Seu,
    P.Rufino
    PS: normalmente, fujo da "política" como gato de água", não por ter receio, mas porque..."enchi"!
    Com muita Amizade e desculpe-me a paródia, mas faz parte da minha maneira de ser. Saio a um avô meu!

    ResponderEliminar
  6. Meu caro P. Rufino
    Adorei o seu domínio da lingua alentejana. E o seu permanente sentido do humor.
    Eu sou um produto híbrido: meia alentejana, meia beirã, com laivos de Espanha e de França. Enfim "mercadoria original"...
    Se você "encheu" da política, que direi eu... Talvez possa afirmar "transbordei"!
    Quanto à herança genética, abençõe o seu avô. A capacidade de rir, é no Portugal de hoje, o único património ainda não tributado. E só, porque a maioria não lhe entende o sentido.

    ResponderEliminar
  7. Genial essa "E só, porque a maioria não lhe entende o sentido." Cuidado, não vão ler e ainda nos aplicam um "I.S.H. (Imposto Sobre o Humor!" Na verdade, há, infelizmente, muita gente sem sentido de humor e que até nem ri! Uns pobres coitados, mas que, muitas vezes, estão em posições capazes de nos "fazerem a cabeça" (a minha não têm sorte, é granitica para esse tipo de gente). A Helena é uma Mulher com imensas qualidades, entre outras a capacidade de rir e apreciar o (bom)humor. Excelente! Eu adoro uma boa pitada de humor e prefiro "cascar-lhes em cima" com humor do que com texto "a botar ao sério"...até porque não "os" levo a sério!
    Seu,
    P.Rufino

    ResponderEliminar