Há fins de semana em que cada um se sente recompensado de cinco dias, quando não mais, de trabalho aturado. Ontém, sexta feira, fui convidada para assistir, na Fundação Oriente, a uma palestra sobre a India. Tinha muito que fazer e aquela quebra de trabalho ao fim da tarde, estava a procupar-me. Este meu lado germânico, dá-me sentimentos de culpa quando não cumpro todas as obrigações... Mas o orador era o Embaixador Marcelo Mathias e em boa hora aceitei o desafio, a que se seguiria, na mesma casa, um excelente jantar na muito boa companhia do Embaixador do México e da sua Mulher que é uma pessoa encantadora.
Aprendi mais sobre a India naquela conferência do que nos vários livros que li sobre o país. A visão de um diplomata culto e inteligente, acrescenta sempre algo àquilo que o comum dos mortais julga saber. Noite ganha, portanto!
Sábado, dia de convívio com o meu neto mais velho, um adolescente a entrar na juventude, com 15 anos de uma imensa cumplicdade entre nós. Não precisamos falar muito para sabermos que estamos próximos e bem. O que eu julgo ser a dádiva divina para contrapôr ao karma da carreira politica filial, que tanto me dói.
Almoçámos em conversa profunda sobre o que ele e eu achamos ser o futuro de cada um. Parece triste? Ao contrário. A nossa proximidade é tão grande, que nos rimos um do outro sempre que abordamos este tema. Depois marchámos para o cinema - somos ambos devoradores de filmes, música e livros - ver um filme fabuloso, do mestre Clint Eastwood. Refiro-me a Gran Torino, produzido, realizado e interpretado por este homem a quem a idade vem, sucessivamente, acrescentando mais qualidade.
Trata-se de uma pequena grande história que gira à volta de um Ford Gran Torino de 1972 e encerra em si um mundo de contradições só possíveis, diria eu, na América. Mas corrijo: numa certa América. Que viveu certas guerras das quais guarda, ainda, boa memória.
Saímos silenciosos e assim continuámos até casa dele. À despedida deu-me um abraço apertado e disse-me, quase num murmúrio, que estava com a alma lavada...
H.S.C
cumplicidades boas
ResponderEliminarAinda não vi o filme, mas já está na calha... tenho ouvido as melhores críticas a este último papel de Clint Eastwood no cimema (será?).
ResponderEliminarAs cumplicidades com netos continuam a ser um mistério para mim, mas vou ficando cada vez mais curiosa e interessada nesse tema.
Um beijo, Helena.
Adoro lê-la e já me está a fazer falta...
ResponderEliminarCumplicidades boas de filhos, sei o que é, de netos, tenho a certeza que vou amar.
Um xi coração
do fabuloso ao desfecho americano. Grande realização, grande interpretação, e excelente musica. Não se pode exigir mais de Clint Eastwood...de prever que Thao iria dar "umas voltas no Gran Torino"
ResponderEliminarPerdoe-me entrar assim no seu blog, mas não pude deixar de o cuscar, e porque ontem vi o filme, tambem vou colocar-lhe a seguinte questão: Na "certa América" que refere, as guerras guardam boas ou más memórias? É que para mim, a má memória da Guerra da Coreia está bem patente no filme.
Parabéns pelo blog