sábado, 16 de novembro de 2019

Estamos indecisos...

  1. Segundo a comunicação social "o Parlamento Europeu equiparou o comunismo ao nazismo, ao aprovar, por 535 votos a favor, 66 contra e 52 abstenções, a resolução Importance of European remembrance for the future of Europe"
  2. E o nosso Parlamento? Discutiu...
HSC


17 comentários:

Dalma disse...

Acho que a única diferença estará no número de vítimas... pendendo a balança para o comunismo!
Interessante seria saber quem votou contra!

Maria Eugénia disse...

Pelo que me apercebi a discussão foi entre a direita que condenou o nazismo e o comunismo e não o fascismo. O PCP condenou o nazismo e o fascismo, mas não o comunismo. No fim, o PS com voto próprio, condenou os 3 regimes ( fonte TSF, rádio)... Sim, são todos condenáveis, mas pelo seu requinte de malvadez, incluindo muitas crianças, o nazismo estará sempre na memória mundial...
Cumprimentos da Maria do Porto

Virginia disse...

Hipocrisia da esquerda que se recusa a encarar a História como ela aconteceu. O partido socialista votou contra. Isso diz tudo.

Anónimo disse...

Se tivermos em conta a chacina provocada, teremos de incluir na análise o Capitalismo, a quem se atribui o valor estimado de 106 milhões de mortes no séc.XX- guerras motivadas por interesses capitalistas, vítimas da fome, genocídio anti-comunista da Indonésia, massacres no Irão, genocídio de Cuba, genocídio dos índios, migrações, tortura, deportação de africanos para trabalho escravo nas Américas, fuzilamentos em Espanha, Iraque como vítima do petróleo, repressões anti-comunistas, etc.
Não são só o nazismo, o Holocausto, o estalinismo, a época do Grande Terror na Rússia, que temos de repudiar, mas todos os regimes que torturam, escravizam, massacram, levam a cabo genocídios em nome de interesses, neste caso capitalistas.

Anónimo disse...

Façamos uma cara inteligente e depois voltemos ao normal.

Comparar nazismo e comunismo, mas onde estão as investigações fundamentadas, para além das ilações em cima do joelho, mais ou menos de acordo com idiossincrasias pessoais, conforme convém a cada um.

E porque não juntar e comparar outros regimes.

Votamos e CLIC! tudo fica bem, um tornado branco varre todas as ameaças, num mundo com populações famintas, guerras, migrantes, plástico e carbono, e um terço a enriquecer todos os dias!

Pedro Coimbra disse...

Quando fiz estágio de advocacia não aprendi muito.
Mas houve uma coisa que aprendi com o meu patrono e nunca mais esqueci - o valor do pois.
Quando queria não dizer nada, dizia pois.
Não é sim, não é não, não é nim.
É pois.
E foi isso que a AR disse, pois.
Boa semana

Anónimo disse...

O PS não só demonstrou uma grande hipocrisia, como revelou, uma vez mais, o seu oportunismo e o seu tacticismo, pois precisa dos partidos à sua esquerda. Foi unicamente esta a razão por que não teve coragem de assumir de forma explícita e inequívoca a sua condenação do comunismo.
E, contudo, este mesmo PS votou em total concordância com o texto integral no Parlamento Europeu... vejam só.
E outra coisa que não pode passar em claro: a comunicação social conivente está de tal forma "amestrada" que nós só tivemos conhecimento da resolução do Parlamento Europeu que ocorreu em 19/set, só quase um mês depois, em 15/out ! Mesmo os meios de comunicação que têm os seus jornalistas correspondentes em Bruxelas, também não deram esta notícia de tão grande importância para a memória histórica dos europeus! Porque será?
Gl

Anónimo disse...

Uma democracia não pode aceitar um regime ditatorial como o fascismo de Salazar (que existiu AQUI) e foi o que fez a direita, no parlamento, ao não votar contra o fascismo. Devo dizer que para mim foi uma surpresa, deve ser distração minha. E a extrema direita nem sequer está no parlamento, conta apenas como um deputado, Ventura, que não gosta de ser visto como extremista, mas quer acabar como SNS, com a escola pública, com os sindicatos, e defende a maximização dos despedimentos sem justa causa.

Os nazismos e os comunismos foram muito diferentes nos seus fundamentos e objectivos, mas convergiram nas atrocidades e métodos desumanos, que usavam.
Contudo, quem terá invadido mais países, a URSS ou os EUA?

Historicamente, o PCP, teve um papel da maior importância como partido clandestino de oposição à ditadura de Salazar, durante as várias décadas, e AQUI, em Portugal, foram os seus filiados que foram perseguidos, torturados, presos, assassinados, dizimados, e não o contrário. Não votou contra o comunismo, não poderia, tem «o rabo preso», outra coisa não seria de esperar.

Tendo em conta o contexto histórico português, aplaudo a inteligência social de António Costa, ao votar contra nazismos, comunismos e fascismos, parece que foi o único a fazê-lo e, numa perspectiva europeia e portuguesa, ele era a pessoa indicada para o fazer.

Penso que não leva a lado nenhum acusar António Costa de hipocrisia, oportunismo e táctica, é um argumento que me parece moralista e politicamente correcto, dado que todos os partidos são tácticos, e o oportunismo e a hipocrisia não lhes são alheios, embora nos queiram fazer acreditar no contrário.

ps: como aqui já comentei, quando das últimas eleições, nunca pertenci a nenhum partido, muito menos ao PCP. Motivam-me as causas ambientais e as questões sociais como a pobreza, mas não me identifico com o PAN, nem com nenhum outro partido.

Anónimo disse...

continuação
Habitualmente as pessoas associam capitalismo e democracia, mas não é assim. Muitos pensam também que se não é capitalismo, é comunismo, e vice-versa.
Existem democracias anti-capitalistas e o capitalismo, ou melhor, os capitalismos, tem sido percorrido por regimes democráticos, mas também por regimes fascistas e estados e monarquias só com um partido.
Existem vários tipos de capitalismo, de acordo com o grau de equilíbrio ou desequilíbrio entre concorrência, mercado livre, regulação do estado e políticas sociais.
Uma das críticas mais preocupantes ao capitalismo selvagem, não social, das extremas-direitas, além de por o lucro acima de tudo, acima do bem-estar social, além de gerar desigualdade e de explorar a mão-de-obra, é a sua contribuição decisiva, com total indiferença, para o esgotamento dos recursos naturais.

Anónimo disse...

Mas a Helena ainda se admira com isto? Ainda não reparou que somos governados e estamos completamente dominados pela extrema-esquerda?? Como é que eles iam votar contra o comunismo, se é o que querem implementar aqui?

Anónimo disse...

Olhe que não, olhe que não, se os comunistas tivessem sido " assassinados, dizimados", não haveria PC...
Gl

Anónimo disse...

Talvez o comentador GI preferisse que tivessem sido EXTERMINADOS.
Escrevi DIZIMADOS, não é sinónimo.

Anónimo disse...

É simples, em Portugal, o PCP lutou contra a ditadura, pela democracia.
Ao contrário, no fascismo, no Estado Novo, existiram massacres, tortura, censura, «limpeza na função pública», deportação e exílio, campos de prisioneiros, fraude eleitoral, impunidade da Pide e da Legião Portuguesa, repressão pela polícia de choque das greves e manifestações, morte violenta de ativistas às mãos das polícias, muitos dos quais do PCP.
Uma lista INCOMPLETA publicada no início do séc. XXI, contabiliza mais de 360 assassinados pela Pide, de 1931 a 25 de Abril de 1974, dia em que a Pide, refugiada na sua sede da Antº Maria Cardoso, ainda assassinou e deixou feridas várias pessoas.
Mas há mais, muitos casos conhecidos, mas dispersos, não estão incluídos nessa lista.
Não são meras palavras, a tortura punha em prática «técnicas» tão extremas como o esmagamento dos testículos, e as vítimas eram deixadas a morrer, em agonia, sem assistência médica.
Se estaria de acordo com uma ditadura do proletariado em Portugal, NUNCA, mas isso não aconteceu, nem vai acontecer, desde que a democracia seja fortalecida.
Contra todos os regimes totalitários, nazismo, comunismo, fascismo, franquismo, racismo, colonialismo, xenofobia, capitalismo irracional e destruidor.
Pela Democracia!

Anónimo disse...

(Helena, se der permissão, gostaria de poder responder a um comentador.)

Caro Anónimo das !7:04 - Hesitei bastante se havia de lhe responder, mas acabei por fazê-lo. Não que me tenha sentido atingida com o seu comentário, que considero ter sido apenas uma frase infeliz e precipitada. E talvez um pouco excessiva. Mas é o ar dos tempos, que andam exacerbados. E foi isso que me fez reconsiderar e vir aqui, quase por dever de cidadania.
De modo algum dou lições a ninguém, mas começo por dizer que está muito enganado(a) na sua insinuação. Não gostaria que "desaparecesse" aquele partido ou outro qualquer, nem desejaria tal coisa a ninguém. Que fique bem claro.
É um facto inquestionável o papel crucial do PC, ainda na clandestinidade, no combate e derrube do antigo regime. Mas é também indesmentível que ambicionavam substituir uma ditadura por outra. Basta recordarmos o célebre Verão Quente de extremismos e todo o ano de 74-75 que anunciava um tempo futuro perigoso que não desejávamos. E foi o travão posto em 25/Nov/75 por Mário Soares (MS) que pôs termo às investidas e pretensões daquele partido. MS e todos sabíamos da subordinação do PC ao comunismo da U.Soviética e não queríamos ser um seu país satélite no Ocidente. Era uma ditadura mais feroz, sanguinária e essa sim, de extermínio: 100 milhões de mortos é obra! (veja-se Holodomar, as célebres Purgas, os Gulag, os campos de concentração, de deportação e trabalho forçado na Sibéria, a Stasi, o KGB, etc....)
Mas MS, mesmo assim, não inviabilizou ou proibiu este partido. É que MS também sabia que o PC estava muito bem preparado e era muito eficaz na clandestinidade. Portanto a Democracia (e bem) absorveu-o e incorporou-o.
Muito sumariamente era este o ambiente que está na génese do regime democrático que foi sendo consolidado.
(Sem querer pessoalizar, eu vivi estes acontecimentos, tinha cerca de 18 anos, e já com alguma consciência política, também incutida a partir de casa. Tive a sorte de ter uns pais bastante ecléticos e para o seu tempo,
com uma "abertura" invulgar. Portanto tive algum "treino"). A minha geração lia muito. Vi muito. Ouvi muito. Aprendi alguma coisa. Ensinaram-me a pôr as coisas/acontecimentos em perspectiva e a ver de outro ângulo. E assim entendi a necessidade e a importância capital do PC no Parlamento. Pela sua história, pelo seu percurso, mantinham-se impenetráveis, cultivando (de forma estudada) uma "aura" de mistério que se estendia também ao sei líder(A.Cunhal). Criavam, assim, uma espécie de "cortina-de-ferro"em miniatura, colocando-se à parte, e com igual distanciamento de todos os partidos. No seu papel interventivo (e temido) escrutinavam tudo e todos, minuciosamente. sobretudo os actos da governação, denunciando e desmascarando eventuais "esquemas". Ora essa vigilância cerrada dava-nos uma certa tranquilidade, pois era uma garantia de que nao poderia haver "desmandos". (É certo que tinham um discurso repetitivo, sempre o mesmo, cheio de clichés, era a chamada "cassette").
Eram tempos em que as forças estavam em equilíbrio. Em oposiçao, em debate constante, mas aceitando-se democraticamente. O multipartidarismo é isso.

Quando o PC fez parte da solução de governo 2015-2019 tornando-se conivente, remeteu-se ao silêncio e não houve mais escrutínio. Perdeu a sua "marca d'água" e com ela os créditos. Tem estado a pagar por isso.

E com ele, o país também se vai dissolvendo, a caminho de...?

Com os meus cumprimentos, pedindo desculpa por esta longa maçada.
Gl



Anónimo disse...

(cont.)
Queria esclarecer que apenas foquei o comunismo, por ser esse o tema em questão. Portanto, não condeno só a ditadura comunista. O nazismo igualmente e todas as formas de opressão, de prepotência e tirania.
Viva a Democracia!

Anónimo disse...

Agradeço a HSC o facto de possibilitar o debate de ideias no seu blog, assim como agradeço ao comentador G.I. o seu comentário de grande fôlego.
Tem razão, a palavra 'dizimados' está mais próxima de 'exterminados' do que eu supunha, o que eu quis dizer foi que os militantes do PCP foram duramente atingidos, aniquilados, porque ou foram assassinados pela Pide, ou viram o tempo e a qualidade de vida reduzidos, porque ficaram com sequelas devido à clandestinidade, aos espancamentos e à tortura, porque contraíram doenças como consequência das más condições e maus-tratos na prisão e deportação.
Apesar de existirem historiadores que investigam o fascismo em Portugal, tentando fazer frente, com a verdade dos factos, às tentativas de branqueamento da ditadura do Estado Novo, os próprios reconhecem ser necessária mais investigação e mais aprofundada.
Cumprimentos e não foi maçada nenhuma.

Anónimo disse...

Helena, agradeço a sua generosidade por ter permitido (ab)usar (d)o seu espaço para esta troca de ideias.

E a si, caro comentador(a), obrigada pela sua resposta amável. E quanto à nossa História ainda é tudo muito recente, ainda há muita paixão envolvida nas discussões, o que lhe retira objectividade e imparcialidade. Temos de deixar que tudo se cristalize no Tempo e depois a Verdade (verificável!) dos factos virá ao de cima. Já os historiadores da Antiguidade diziam que a História é sempre contada (ou manipulada) pelos vencedores, não se esqueça disso...
Um bom fim de semana para ambos!
Gl