sábado, 30 de junho de 2018

Uma experiência desagradável

Com a idade que tenho, não estou habituada a estar doente. Mas chega um dia em que, inesperadamente, os "azares" que habitualmente se resolviam numa semana, ficam e se transformam em estados complicados. Estou, desde o dia 5 de Junho, com uma situação totalmente nova, ou seja, em casa doente. E o que começou por ser uma inflamação respiratória transformou-se num pesadelo.
Às vezes precisamos deste tipo de abanões para tomarmos consciência da idade, da finitude da vida e da vulnerabilidade do ser humano. E, às vezes, também se juntam, sabe-se lá porquê, um conjunto de circunstâncias que nada mais faz do que agravar as nossas falências.
Acredito que, mais devagar, a outro ritmo, as coisas hão-de voltar ao normal. Felizmente e de novo, pude confirmar o amor do meu filho e a inesgotável amizade de certos amigos. Sou uma felizarda!

HSC

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Tolentino de Mendonça


Todos os que lêem este blog com alguma regularidade, sabem quanto estimo e quanto devo ao Padre Tolentino de Mendonça. Desde a morte do meu filho mais velho, ele foi o suporte da força de que eu carecia para continuar a tratar dos vivos que ainda necessitavam de mim. Posso afirmar que cada degrau que subi neste seis últimos anos teve a sua marca.
A recente indigitação do seu nome para arcebispo e bibliotecário da mais rica biblioteca do mundo, encheu-me de uma profunda e sentida alegria. Mas, egoísta que também sou, senti um aperto de coração ao pensar que deixava, para sempre, de o ter ali "ao alcance da vista". O ser humano é capaz destas ambivalências e eu não sou "super" em nenhum aspecto.
Irei, assim - como, aliás, muita gente que conheço e que o estimava tanto com eu -, iniciar uma nova caminhada na fé e na vida, um pouco mais solitária, porque não vai ser fácil substitui-lo na orientação espiritual que me dava. Já aqui disse que não o via muito neste seu mister. Posso dizer que o procurava cerca de duas vezes no ano. Mas cada uma delas enchia-me o coração até à visita seguinte.
Não perco um amigo, porque hei-de ir a Roma vê-lo se Deus me der vida e saúde. Mas perco a "proximidade" que tanto me fortaleceu estes anos. 
Parabéns Arcebispo Tolentino. Bem haja por tudo quanto partilhou connosco!

HSC

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Por mais que se queira...


Por mais que alguém se queira desligar do futebol, não é possível enquanto durar este mundial. Ontem creio que todo o país terá parado - felizmente para a economia nacional foi no horário do almoço... - para assistir ao jogo com Marrocos. O primeiro e único golo nacional, de Ronaldo, aos primeiros minutos ditaria a nossa sorte. Porque foi, de facto, sorte. A seleção portuguesa - como com Espanha - foi bastante medíocre, os assobios foram mais que muitos e alguns bem merecidos. Estiveram desorganizados, sem posse de bola frente aos marroquinos, que se mexeram bem mas, chance nossa, não sabem marcar. Porque senão poderíamos ter sido bem despachados... 
Julgo que Fernando Santos demorou a fazer substituições e quando as fez deixou Quaresma no banco. Mas alguém, além de Ronaldo, nos deu a vitória. Foi Patrício que, na baliza, mais parecia um lince. Para mim, esse, foi o grande porteiro da noite. Revi todas as defesas que fez e fiquei orgulhosa com o espectáculo. 
Grande Patricio!

HSC

sábado, 16 de junho de 2018

Salva-nos o Ronaldo


No mesmo dia em que, por motivos fiscais, decidira pagar ao fisco espanhol milhões de euros e ficar com uma pena de prisão suspensa, Cristiano Ronaldo permitiu-nos uma verdadeira sessão de egoterapia.
Pertenço ao grupo dos que apreciam o jogador nacional mais amado - e talvez, também, mais odiado - do mundo do futebol. O espectáculo de ontem foi, novamente, algo de arrepiante e simultaneamente fascinante. Sobretudo, o último golo, que havia de determinar o empate.
Podemos concordar ou discordar, gostar ou detestar, aceitar ou combater, mas o mundo que roda em torno do esférico é um valor que move como nenhum mais os portugueses. Nem a política, outro valor da terrinha, se lhe compara.
E Ronaldo, goste-se ou não, é o melhor desse mundo e é português!

HSC

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Tanta e lamentável "efeméride"

Tenho tido muito pouco tempo para aqui vir escrever. Possivelmente porque os acontecimentos são tantos e reveladores, que me pergunto se valerá a pena alguém debruçar-se sobre eles. 
Como sempre as manobras no futebol e na política ocuparam os noticiários. A novela do Sporting - será que ainda existe clube? -, a novela do que se está a fazer para que a tragédia de Pedrogão Grande se não repita, a comédia das rendas da EDP, o mundial de futebol, a nossa dívida que não pára de aumentar, o turismo a expulsar as populações das zonas habitacionais, a situação na Itália a fazer esquecer a da Grécia e, a fechar o círculo, o Real de Madrid a comprar  o selecionador de Espanha em vésperas do encontro com Portugal. Tudo isto sem referir seiscentos refugiados que, não tendo podido contar com ninguém, acabaram por ser encaminhados para o país vizinho.
Perante tanta e lamentável efeméride, alguém consegue escrever o que quer que seja ou até seleccionar um tema sobre o qual não nos envergonhemos?!

HSC

sábado, 2 de junho de 2018

À espanhola



Aproveitando os efeitos da sentença do caso Gürtel, o bonitão Pedro Sánchez, que vinha perdendo terreno nas sondagens, lançou mão de uma moção de censura que lhe permitiu, com alguma facilidade, chegar a Primeiro-Ministro de Espanha.
Apesar de apenas ter 84 dos 350 deputados do parlamento espanhol, os socialistas conseguiram reunir o apoio de um total de 180 votos, que incluem os representantes do Unidos Podemos (Extrema-esquerda, 67), a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, separatistas, nove), o Partido Democrático e Europeu da Catalunha (PDeCAT, separatistas, oito), o Partido Nacionalista Basco (PNV, cinco),o Compromís (nacionalistas valencianos, quatro), o EH Bildu (separatista basco, dois), e a Nueva Canarias (nacionalista, um).
Albert Rivera, por seu lado, desesperou por não ter havido eleições, já que todas as sondagens lhe davam o primeiro lugar. Mas, na política como na guerra, há o velho ditado de que quem com ferros mata com ferros morre.
Sanchez e a difícil solução que forjou estão longe, creio, de revelarem gabarito e unidade suficientes para enfrentar os melindrosos problemas que têm pela frente. Veremos, por isso, até onde conseguirão chegar. Porque, convém lembrar, esta espécie de geringonça espanhola nada tem, felizmente, a ver com a nossa...

HSC