quarta-feira, 6 de setembro de 2017

PÁTRIA


Embora julgue que já estou a dar sugestões de mais, o que é certo é que gosto de partilhar o que julgo ser bom e que os outros podem, também, apreciar. O mês de Agosto e o de Setembro eram os meses em que, antes, lia mais. Agora, depois do IRS que me fizeram pagar, decidi não trabalhar e, por isso, tenho todo o tempo que Deus me der para ler. Espero que seja muito e bom.
Ontem falei-vos de um ensaio do qual vou lendo umas páginas por dia e que me tem prendido toda a atenção. Hoje, vou falar-vos de um excelente romance de Fernando Aramburu, intitulado PÁTRIA, que decorre no tempo em que a ETA anunciou o abandono das armas. É uma história que mostra muito bem como a ideologia e a violência podem arrasar a vida das pessoas, em particular quando as cisões se passam entre família.
O autor é considerado como um dos narradores mais destacados em língua espanhola e eu pude lê-lo no original, já que uma parte dos meus se exprime nesse idioma e eu apanhei um pouco desse jeito.
Ignoro se há tradução portuguesa, mas foi um dos romances mais importantes de ano passado e, depois da sua leitura, percebe-se muito bem porquê. A não perder!

HSC

7 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...


Eu tenho sempre em conta as suas opiniões,

também sobre literatura, como é óbvio, só

tenho pena de o meu poder de compra não dar

para comprar muitos livros, porque tenho uma

reforma miserável e trabalhei desde os 9 anos

até aos 55, quando a empresa onde trabalhava

resolveu fechar e ficámos trinta e tal pessoas

sem emprego. A reforma antecipada em 10 anos

deu uma miséria. E apesar de ter começado a

trabalhar com 9 anos, descontos para a Segurança

Social só começaram aos 16 anos. Desculpe este

desabafo.

Os meus cordiais cumprimentos.

Irene Alves

Helena Sacadura Cabral disse...

Cara irene
Percebo bem o que diz. comecei a dar explicações com 13 anos porque o meu Pai não queria que eu fosse para a Faculdade. Aos 15 anos entrei e ganhei a bosa de estudos porque tinha altas classificações. Fui "sebenteira", ou seja fazia as sebentas por onde estudávamos para ter os livros de graça. Ia para a Faculdade às 6 da manhã para apanhar o eléctrico dos operários e assim ter o regresso grátis.
Acabei o curso a 16 de Julho e a 26 já estava a trabalhar. Tive filhos durante as férias porque não havia licença de parto. E aos cinco dias do meu filho nascer fui para o MNE fechar um acordo com a Finlandia porque era eu que o tinha negociado. Por 18 anos no Estado recebo 280€ que entrego integralmente ao Banco de Portugal...
Divorciei-me e criei dois filhos sozinha sem nunca ter recebido pensões. Mantive 3 empregos - acabava à 1 hora da noite - e aguentei que o meu ex marido se doutorasse para que ,20 anos depois, eu pudesse fazer o mesmo.
Acredite que sei dar valor ao que diz. E em 2016 trabalhei sete meses para o governo e cinco para mim. Finalmente desisti. Vou viver para uma casa pequenina e adaptar-me às novas circunstâncias. O neto mais velho daqui a um ano já não deve precisar de mim e eu vou finalmente descansar e pensar em mim!

Dalma disse...

HSC, entrou aos 15 anos para a Faculdade? Não me parece ter sido possível, pois mesmo entrando aos 5 anos para a 1º classe fazendo 6 em Dezembro como aconteceu comigo, somando 4 de primária + 7 de liceu isto dava 17 anos de entrada na Faculdade! Deve ter sido pois, erro de digitalização!

Silenciosamente ouvindo... disse...

Drª. Helena comovi-me com a sua resposta ao meu comentário.

Também fiz muito na vida para além do meu trabalho "oficial"

para ajudar sobrinhos e depois os filhos dos sobrinhos, mas

também lhe digo agora vou "tentar viver mais para mim e o meu

marido" o resto de tempo de vida que Deus nos reservar.

Os meus cordiais cumprimentos.

Irene Alves

Helena Sacadura Cabral disse...

Dalma
Não minto e por isso acho estranho que duvide do que eu digo. Mas desta vez dou-lhe a explicação.
Fiz a primária em 3 anos numa escola particular, onde entrei com 6 anos sabendo já ler e escrever . Fui a exame e passei.
Entrei com 9 no Liceu D. Felipa de Lencastre, porque em Dezembro desse ano escolar fazia 10 e o Ministério da Educação autorizou.
Entrei na Faculdade com quando ia fazer 16 nesse ano, dado que por razões de natureza familiar tive que fazer dois em um devidamente autorizada. Chega-lhe ou que ver a documentação?

Dalma disse...

HSC, não é uma questão de dúvida só que entrar com 15 anos para a faculdade não é comum e podia ser um erro de digitação o que não foi, já que por duas vezes pode fazer dois anos em um! Hoje isso não me parece que pudesse ser possível! No entanto nos US acontece com frequência com os sobredotados!
Não se zangue com a minha observação. Outros que a lêem eventualmente terão pensado o mesmo só que o não verbalizaram. Eu sou assim mas com todo o respeito...

Virginia disse...



Não posso deixar de censurar aqui o comentário gratuito da colega Dalma, que, como habitualmente, tira as suas conclusões doutas sobre os "erros" de quem escreve a entrada do blogue. Como pode duvidar da veracidade daquilo que a Helena escreveu? Com que direito?
O meu Pai, que chegou a professor catedrático da Faculdade de Medicina, entrou para a Faculdade com 15 anos. Veio de Goa em 1925 com 13 anos, fez o 6º e 7º ano num só ano e entrou para a Faculdade de Medicina com 15 anos, formando-se em 1933 com 21 anos.

Títulos Académicos, Cargos e Funções
1933 Licenciatura
1934/36 Internato Geral – HCL
1941 Assistente de Pediatria
1942 2º Assistente de Pediatria
1945/60 1º Assistente de Pediatria
1945 Doutoramento
1960 Professor Extraordinário de Pediatria
1974 Professor Catedrático de Pediatria

Peço desculpa de incluir aqui os dados extraídos do seu perfil biográfico publicado pela Faculdade de Medicina de Lisboa. O meu irmão Mário também entrou na Faculdade de Medicina com 16 anos em 1971.

Não estou aqui a gabar-me, mas a explicar que entrar na universidade com 15 anos era possível. O meu Pai disse sempre que isso o prejudicou muito em termos de responsabilidade e até de maturidade.

Desculpe , Helena, esta minha intervenção, mas não consegui calar-me.

Faz bem em descansar e não dar mais dinheiro ao Estado. Também deixei de o fazer.