terça-feira, 25 de julho de 2017

O segredo...de justiça!

"Acabo de assistir com perplexidade pela televisão a um primeiro-ministro e dois ministros dizerem que não podem revelar a lista de mortos em Pedrógão Grande porque está em "segredo de justiça". Querem enganar quem? Como eles obviamente sabem, a identidade de vítimas mortais nunca pode estar em segredo de justiça, uma vez que a morte de alguém é um facto público que tem que ser obrigatoriamente inscrito no registo civil, que qualquer pessoa pode consultar. A fuga deste governo às suas responsabilidades é de tal ordem que já não há limites para a sua falta de vergonha."

                  Luis Menezes Leitão in Delito de Opinião

Confesso que considerar a lista de nomes dos mortos no incêndio de Pedrogão Grande, algo do âmbito do segredo de justiça, deixa-me igualmente perplexa. Por essa ordem de ideias, nunca saberíamos a lista de mortos na guerra que, por maioria de razão, não poderia ser revelada...E muito menos homenageada!
A inépcia - estou a ser muito educada - tem limites. Fazer de nós parvos também. Este governo, desde que a roda da fortuna se inverteu, está a ultrapassar a red line, de uma forma chocante.
E o Presidente da República tem que ser menos afectuoso para com este tipo de situações, já que, sendo de Direito, sabe muito bem até onde aqueles limites podem ir.
O problema da proximidade do povo distribuindo beijos e abraços reside aqui, em situações como esta. É que um dia, o povo vai pedir-lhe contas, porque considera que só ele é que pode e deve resolver os conflitos. Não queria, confesso, estar na pele de Marcelo Rebelo de Sousa!

HSC

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Venezuela: o outro drama

Ouvi a reportagem feita pela SIC sobre o outro drama que os portugueses estão a atravessar e que se chama Venezuela. Todos os dias chegam à Madeira de onde seus Pais partiram, centenas de "filhos" que fogem daquele país, onde no passado, os avoengos foram buscar aquilo que a sua terra lhes não podia proporcionar. É lancinante ouvi-los contar as suas vidas, enquanto a nossa se divide tranquilamente entre a sopa e a fruta.
Há muitos anos, com uma ponte aérea - que hoje não sei se será alguma vez possível -, e em tempos de ditadura, o país acolheu e absorveu meio milhão de portugueses. Agora o que é que o governo terá decidido fazer, se é que decidiu já alguma coisa, relativamente a este melindroso assunto?
Pessoalmente deveríamos ser informados do que se está a pensar fazer, até porque, de uma maneira ou de outra, todos nós seremos chamados a ajudar estes portugueses, alguns já nascidos no pais que acolheu os seus ascendentes. 
Para quando uma declaração do Primeiro Ministro sobre a matéria, já que a do Ministro dos Negócios Estrangeiros, para mim foi muito pouco clara?

HSC

domingo, 23 de julho de 2017

A carta de uma mãe de Pedrogão Grande

O Jornal Publico dá, hoje, a conhecer a carta de Nádia Piazza, a mãe da criança de 5 anos que morreu no incêndio de Pedrogão Grande. Quem já perdeu um filho, conhece esta dor. Mas perdê-lo por incapacidade de o salvar de um fogo é, seguramente, uma dor insuportável. É por isso que sinto obrigação de vo-la dar a conhecer. E de vos falar da Associação que entretanto foi criada, para que nada fique no esquecimento. 
Senhor Presidente da República, seja o garante deste movimento de cidadãos e dê-lhes toda a sua atenção. Porque eles vão merecê-la e precisar dela por muito tempo ainda!

CARTA

"Estamos tão cansados, mas não podemos estar. Os mortos não se calam e não nos deixam cansar. Gritam por Justiça! Exigem Mudança!

A Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, o grande, brutal e devastador incêndio que lavrou do dia 17 a 24 de Junho de 2017, nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, é um movimento cívico que partiu dos familiares e amigos das vítimas mortais desta tragédia. Uma associação cujo mote é apurar responsabilidades e ajudar a construir um futuro em que tal tragédia e crueldade não volte a acontecer!
Esta é a descrição do que pretendemos ser, com a ajuda de todos e a lembrança de todos aqueles que partiram. Porque hoje somos uma comunidade traumatizada. Uma comunidade sujeita a uma tal brutalidade que não se nos apaga da memória... O cheiro a terra ardida é algo que nos envolve, que nos macilenta e que se entranhou em cada um de nós.
A perda de dezenas de vidas e de forma tão trágica que roça a loucura deixou uma sociedade e todo o seu contexto à volta num luto imposto. A vida acabou ali, naquela estrada para muitas pessoas. Inocentes. E acabou também parte de uma vida para os que ficaram. Os que ficámos, ficámos mais pobres, mais sós, apenas com o alento das memórias, mas com a revolta de toda esta situação. São filhos sem pais. São pais sem filhos... são casas sem gente, é gente sem gente, não é natural!
Olho à volta e as pessoas não se riem, choram sozinhas, acanhadas, não se olham nos olhos, com vergonha pela sua impotência, com medo; o cenário é deprimente e não nos ajuda a superar com dignidade a tragédia. O Inverno não tarda e com ele as ruas despidas de vida. Despidas de ainda mais vida.
Há rancor, ressentimento com o território e com as entidades públicas. O Estado falhou. A Nação não existiu.
Mas não falhou apenas nesta tragédia. O Estado vem falhando ao longo de décadas. O Estado padece de uma cegueira crónica, está enfermo de um tal sentimento de negação de si próprio. Nega o seu estado de país rural, um país orgulhosamente rural e por isso mesmo rico.
Enquanto Estado é um conceito frio, masculinizado, distante, de um ente que impõe tributos e leis aos seus súbditos, um amontoado de entidades supostamente hierarquizadas, com dirigentes supostamente competentes, e que supostamente deveriam cumprir e fazer cumprir um conjunto de leis e regras que se vão aprovando (ou não!) conforme as vontades políticas da estação. Assim se vai governando Portugal. Sem pactos de regime e visão a longo prazo. Vão-se puxando o tapete uns aos outros, não se apercebendo que, por fim, só restam cacos, dor e tristeza para governar.
Nação, por sua vez, é um conceito acolhedor, integrador, feminino, belo, quase maternal, que agrega o seu Povo e o seu Território. É o que dá sentido à reunião das pessoas num determinado território a que chamamos “a nossa terrinha”, “o nosso cantinho a beira-mar plantado”, a proa desta “jangada de pedra”. Portugal.
O Estado falhou nesta tragédia levando consigo o sentimento de pertença de Nação que tínhamos. O Estado não protegeu a sua Nação. Não assegurou o seu Território e com ele o seu Povo...
Fomos vítimas desta ausência insuportável de Estado. Ontem e hoje. Mas não amanhã. Porque já chega de incêndios que ceifam vidas. Incêndios como os de 2003, 2005 e Junho de 2017, e que contabilizam, até a data, 100 vítimas mortais em solo português, não podem voltar a acontecer. É hora de todos dizermos “Basta!”. Este Estado que não quer ver secou uma parte importante da sua Nação, aquela que moveu este país por séculos, o Interior.
A primeira muralha e frente de defesa do País no passado contra as invasões estrangeiras, o celeiro do País em tempo de vacas magras, o emissor de soldados nas guerras ultramarinas, o mercado de mão-de-obra barata em tempos de construção europeia... Quando o Interior e os seus recursos já não eram precisos, substituídos pela oferta de bens e serviços mais baratos, o Povo e o Território do Interior foram abandonados À sua sorte. Emigrem! E assim o fizeram, abandonados à sua sorte.
Não houve solidariedade em tempos de vacas gordas, não houve estratégia para o Território quando os dinheiros dos Fundos Estruturais Europeus chegavam a rodos. Foram anos de esquecimento, de esvaziamento progressivo e consistente das instituições regionais e locais, depois seguiram-se as empresas e, por fim, as pessoas. Sobreviver é preciso.
Foram sucessivas décadas de descaso com o Interior, de negligência com o Território, com a Floresta e a Agricultura. Tendo como consequência a emigração das pessoas em idade ativa, restando uma população envelhecida e empobrecida a exigir cuidados redobrados do pouco Estado que restou e que nos foi esventrado e sobretudo das autarquias locais e misericórdias.
Parecia propositado... o Interior tornou-se terra de ninguém, envergonhado de o ser, abandonado e, assim, por fim, vergado.
Deveríamos dar graças por nos termos tornado a maior região eucaliptizada da Europa... Fomos “agraciados” pela falta de oportunidade! O Território estava a saldos e ninguém quis saber.
O Interior tornou-se um canteiro de ervas daninhas, sem jardineiros — as suas gentes. Um barril de pólvora em que se soma a indústria do fogo institucionalizada e um qualquer ano eleitoral. Os ingredientes ideais para a tempestade perfeita.
A tragédia de 17 a 24 de junho de 2017 estava mais que anunciada. Foi apenas uma questão de tempo... e o tempo não pára! E com ele foram muitas vidas abreviadas. Cedo demais... Cedo demais!
Por ti, meu filho..."
Nádia Piazza, mãe de uma criança de cinco anos que morreu a 17 de Junho de 2017 em Pedrógão Grande


HSC

Paris pode esperar


Os que me lêem sabem que Paris é, por muito bons motivos, a minha segunda casa.Vivi lá os melhores momentos da minha vida, se deles excluir o nascimento dos meus filhos.
Na semana passada fui submetida a uma pequena cirurgia - como me dizia, ontem uma amiga, este ano andas sempre em intervenções cirúrgicas - que felizmente parece ter corrido bem, ao contrário da que fiz em Janeiro, que essa,  não era pequena e correu mal.
Mas como sou uma otimista, dou graças a Deus pelo facto das maleitas só me começarem a morder agora...
Assim, decidi espairecer com amigos, jantar e ir ao cinema. Fui justamente ver o filme Paris pode esperar, que é o contrário daquilo que sempre sinto, pois considero que aquela cidade "nunca" pode esperar. Porém, tive uma surpresa agradável. 
É uma história curiosa que, nas mãos de um grande realizador, daria um excelente filme, mas que nas mãos desta, Eleanor Coppola - apelido com grandes tradições neste campo -, se pode considerar uma comédia agradável de se ver. Não exige muito do espectador, mas sai-se da sala com a noção de hora e meia bem passada. E, como o cinecartaz de Verão é sempre penoso - dramas políticos, thrillers, ou cinema para crianças - este Paris pode esperar é bem agradável de se ver!

HSC

sábado, 22 de julho de 2017

Autopromoção


Aqui está, em jeito de promoção, a conversa que o Francisco José Viegas e esta vossa amiga irão ter, se Deus quiser, na próxima quarta feira, em Nelas. Quem estiver por perto e queira assistir dar-nos-á muito prazer.

HSC

O Alta Definição


Já aqui disse que gosto do Daniel Oliveira, gosto do Alta Definição e gosto sempre da forma como as entrevistas são conduzidas. Ele sabe o que faz e como faz bem, o programa já não vive só da escolha do entrevistado. Vive, e muito, da forma como o entrevistador se comporta face ao seu convidado. E esse jeito ou se tem ou ou não se tem. Daniel Oliveira tem!
O homem da passarela foi, hoje, o actor brasileiro Tiago Lacerda e os seus vinte anos de carreira. Foi um gosto ouvi-lo e perceber como a idade pode, em certas pessoas, ter efeitos tão benéficos. A conversa poderia ter-se encaminhado exclusivamente para o lado profissional. Mas Daniel soube ir puxando o "ser" que tinha à sua frente e levar-nos a compreender que um actor não é apenas isso. É um homem, tem filhos, tem pais, tem mulher e tem amigos, Foi sobre tudo isso que Lacerda falou e encantou. Que bom é perceber que há quem saiba hierarquizar perfeitamente as prioridades da sua vida. O actor sabe. E o entrevistador também!

HSC

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Isto não está a correr bem

Os fogos voltaram a atear-se e algumas disfunções continuaram a manifestar-se. O país está a banhos, meio adormecido. Mas as televisões não param de pôr questões a que ninguém dá resposta.
Agora os bombeiros só falam por interposta pessoa e duas vezes por dia. Foi a decisão superior tomada. Mas alguém acredita que este país acate estas decisões, quando o jornalistas andam no encalce de respostas?
O governo que até aqui tinha tudo a seu favor, parece ter caído subitamente num período de desgraças e até o nosso efusivo Presidente Marcelo parece ter apanhado um resfriado que o deixou completamente afónico.
É preciso ser criativo, Senhor Primeiro Ministro, porque Portugal já não aceita uma roda da fortuna que encrencou. António Costa, por favor, saque lá de uma ideiazinha que nos tire desta anemia deprimente. É que que já ninguém suporta que a geringonça possa correr mal!

HSC

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Quem responde?

Passa hoje um mês sobre a tragédia de Pedrogão. Outros incêndios se detectaram, entretanto. Agora foi em Alijó, onde mais uma vez o SIRESP não funcionou... Admite-se?
Entretanto e com tantas doações amealhadas, eu não consigo perceber bem quem é o fiel depositário do dinheiro que foi enviado. Mas algo parece evidente: é que ele não começou ainda a ser distribuído e aplicado. De que é que se está à espera, já que não é dinheiro público que está em causa, mas sim dinheiro que, solidariamente, os portugueses doaram aos que tanto sofreram e sofrem.
A União das Misericórdias depositou-o nalgum banco? Em qual? E em que conta? Era bom sabermos. Os sacrifícios daqueles que ajudaram, merecem conhecer o destino dado àquilo que doaram!

HSC

domingo, 16 de julho de 2017

Manobras de diversão

"... Era esperado que se a PT-Altice abocanhasse a TVI-PRISA, como numa queda em dominó, a NOS se fizesse à  SIC-IMPRESA. Postas as coisas em movimento a questão fundamental é só uma:
Como será a paisagem audiovisual portuguesa?... Decorrem imediatamente daqui dois assombros:
  1. Em que outro paí­s europeu (ou mesmo mundial) CINCO indústrias (a televisão aberta, a televisão por cabo, a Internet, as comunicações móveis e as comunicações fixas) ficam agregadas numa empresa? E se a NOS executar os seus propósitos acrescentem-se MAIS TRÊS: a exibição cinematográfica e a distribuição cinematográfica. E os direitos de futebol.
  2. Que liberdade de mercado, económica, comercial e de escolha se antevêem quando tantas áreas industriais de tamanha dimensão e incidência se limitam a um duopólio?
Enquanto a discussão não enveredar por este caminho é poeira nos nos olhos. Boa sorte."

           José Navarro de Andrade in http://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/

As perguntas básicas são, de facto, estas. Mas quem é que está preocupado com elas? E, sobretudo, alguém se  lembra de quando tudo isto começou e com quem começou?!

HSC

sábado, 15 de julho de 2017

E Deus Criou o Mundo



Conheço o Carlos Quevedo desde que, nascido em Buenos Aires em 1952, decidiu renascer em Lisboa, vinte e seis anos depois. Por sorte minha, seria o Independente que havia de mo revelar como o mais português dos argentinos.
A amizade que me liga a ele é daquelas que nem um terramoto abala. Estamos muitas vezes juntos? Não. Mas esse facto só aumenta a alegria genuína de nos vermos.
Desde 2015, ele é o autor e produtor do programa "E Deus Criou O Mundo", na Antena 1, onde procura fomentar o debate inter-religioso. No pilar deste programa assenta a fé dos três principais credos monoteístas, o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão, todos oriundos do Médio Oriente e cujas orientações morais servem de guia para milhões de pessoas em todo o mundo.
O debate assenta em três membros das comunidades religiosas mais influentes em Portugal – Khalid Jamal, Isaac Assor e Pedro Gil -, que abordam temáticas da actualidade e da religião.
Com uma enorme persistência, o Carlos Quevedo pegou no conceito e no nome do programa e fez este livro. que resulta do muito que se passou no mesmo se passou.
O livro está organizado em quatro partes: as duas primeiras abordam o enquadramento das religiões, e a terceira mostra as posições que as três religiões têm sobre a vida dos crentes na família, no casamento e no divórcio e, finalmente, como o judaísmo, o catolicismo e o islão encaram a morte.

No dia 12 fui à segunda apresentação, no Grémio Literário, já que a primeira foi na Feira do livro e eu não não tive dela conhecimento.
António Rebelo de Sousa escalpelizou a obra. Khalid Jamal e Pedro Gil falaram da importância de contrariar a moderna e persistente corrente de excluir a religião do debate publico, mostrando os riscos e a fobia que tal representa.
Foi muito importante, para mim, ter podido assistir a esta sessão, já que não só sou uma fervorosa adepta do debate inter religioso, como defendo que a fé, todas as fés, fazem parte do mundo em que vivemos e por isso não devem ser afastadas dele.
Só este tipo de debate nos poderá levar a compreender que há razões para um mesmo Deus ser adorado de maneiras diferentes, sem isso ter de resultar em desconfiança e receio. E que, na verdade, cabe aos homens e mulheres de fé instituir a tolerância e derrubar séculos de ignorância e amnésia cultural.


HSC

sexta-feira, 14 de julho de 2017

A mini remodelação

“...Mas é claro que se há mudanças mais do que óbvias para qualquer cidadão, como seja a necessidade de substituição de quem se demitiu ou de quem mostrou não servir, há outras que precisam de ser devidamente explicadas aos cidadãos e aos militantes, que são os olhos e os ouvidos do partido, e os seus embaixadores junto do eleitorado. Tomar os outros por parvos (os eleitores não são estúpidos) não é um bom princípio em política.”

“...Ouvir os outros continua também a ser um bom princípio, em especial se aqueles a quem se recorrer for gente que não depende do partido, nem anda à caça de uma promoção, de um estatuto ou de uma mordomia, para si ou para os familiares e amigos mais próximos. E hoje em dia, devíamos todos sabê-lo pelos maus exemplos que fomos tendo, dos mais recentes aos mais remotos e que ainda estão bem frescos, não é só a mulher de César que tem de ser e parecer séria. É César e a família toda, incluindo filhos, sobrinhos, afilhados, sem esquecer as concubinas e a criadagem. Por isso houve quem, sendo sério, por causa de uns míseros bilhetes para ir à bola, seja agora obrigado a ver pela televisão o que falta do campeonato, com claro prejuízo para todos.”


             Excertos de um post de Sergio Almeida Correia no Delito de Opinião

Vale a pena ler o post na integra. Mas os dois excertos que aqui publico correspondem ao meu sentir e ao de muitos outros portugueses. Há gestos que carecem de explicação e a substituição de quem não se demitiu deve ser explicada para que o nome dessas pessoas não fique envolto em neblina. O que, como se sabe, é frequente neste soalheiro país!

HSC

quarta-feira, 12 de julho de 2017

O governo luz


Já aqui o disse. Sigo sempre que posso o Governo Sombra. Hoje, num intervalo deste imenso calor que me mata, resolvi fazer uma pausa e ouvir o programa de sábado à noite. No meio de assuntos tão sérios não pude deixar de me rir com a argumentação usada pelo Pedro Mexia que queria ser Ministro das Forças Desarmadas. E como ele costuma ser o mais comportadinho de todos, foi completamente inesperado o seu desejo.
Ricardo Araujo Pereira, com quem me vou reconciliando muito devagarinho - é impossível negar-lhe a inteligência e o humor - também esteve no seu melhor quando falou de comunismo primário, ao referir-se à manifestação feita pelo PCP relativamente a Maduro e à banda que tocou no dia da Venezuela. Dali à Coreia do Norte foi um palmo e a galhofa foi incontrolável quando ele  acabou a contar a história do taxi em que viajou.
Enfim, João Miguel Tavares acabou por se considerar um anti comunista secundário porque gostava do Jerónimo de Sousa, arrastando-me consigo, que, como ele, sou fã da sua forma de genuinidade.
Enfim, quando retomei a escrita estava menos preocupada com Tancos e as armas roubadas, já que, na última versão, à hora do almoço, se avançava  que parte das armas até eram para ser abatidas. Assim, já se compreende melhor os buracos na vedação e os vidros partidos no paiol. Aquilo era mesmo tudo para abater, desculpem, desaparecer...quando se remodelasse o governo luz!

HSC