segunda-feira, 19 de junho de 2017

Três dias de luto

No Domingo, Luís Marques Mendes, no seu comentário habitual na SIC, dizia que tinha sido um crime contra o país não só acabar com os serviços florestais e com a rede de guardas florestais, como terem sido afastados da liderança da gestão e defesa da floresta, os engenheiros florestais, cujo conhecimento técnico seria essencial na prevenção e combate aos fogos.
Todos sabemos a partir de que altura os incêndios começaram a devorar o país e porquê. De ano para ano é sempre a mesma “conversa”. Chegam, até, a anunciar-se verbas e programas para tal combate, esquecendo que o essencial é investir na prevenção. O resto é favorecer um negocio que vive deste tipo de incúria.
A primeira causa dos incêndios em Portugal é a manifesta ausência de uma política para as florestas. É, aliás, esse facto que explica que o pais tenha, só ele, mais  fogos do que o conjunto dos quatro países europeus constituído pela Espanha, França, Itália e Grécia.
É por isso que três dias de luto nacional são, para muitos, aquilo de que não deveríamos necessitar, uma vez que este padrão de comportamento já em 2005 tinha sido registado!

HSC

8 comentários:

José Carlos Sant Anna disse...

À distância, não tenho dúvida de que estais coberta de razão. Nunca foi tão apropriado o bordão "Prevenir é melhor que remediar". E agora todos carregam este peso sobre os ombros.
Um abraço,

Anónimo disse...

Pois...
Talvez considerem Portugal uma Fénix...ano após ano tem de arder para depois renascer das cinzas.

Silenciosamente ouvindo... disse...

E então que pudemos nós exigir aos políticos,
que tendo os 3 principais estado no Governo
no período em que mais fogos se registaram?

E aos Presidentes de Câmara?

Não votando neles? Exigir que hajam de outra
forma, como o poderemos fazer coletivamente
para ter uma grande força?

Sinceramente não sei, uma grande manifestação?

Eu, sinto-me revoltada, triste e quase impotente.

Que triste ver o meu país neste estado.

Morrer a n/Natureza, as pessoas, os animais!!!

É doloroso de mais.

Os meus cumprimentos.

Irene Alves

Anónimo disse...

O Diabo anda á solta em Portugal!... 666 operacionais no terreno em Góis.
Tudo funciona a passo de geringonça.
O HORROR instalado no país e Grandes Heróis a ter de aguentar.Esperemos notícias melhores.

Rogério de Freitas disse...

Estimada Dra. Helena,
Se achar por bem gostaria que divulgasse da forma que achar mais conveniente os dois últimos post do meu blog.
Como desempregado de longa duração e padecendo desse estranho síndrome chamado fibromialgia por vezes pergunto-me com muita raiva e revolta; - porquê só a mim? Este último fim de semana tão doloroso para todos nós obriga-me a relativizar os meus problemas, daí querer dar, se possível, o meu modesto contributo àqueles que neste momento estão mais necessitados de apoio.

https://rogeriofreitas.blogspot.pt/

Muito obrigado.
Com os meus cordiais cumprimentos,
Rogério Freitas

Anónimo disse...

«As alterações climáticas que produziram um dia como o de sábado em meados de Junho ameaçam destruir a floresta portuguesa. E perante a iminência de um cataclismo desta dimensão, o país tem de ir muito para lá das perguntas de contexto ou da justa expressão das dores do momento: precisa de uma energia, de uma determinação e de um conjunto de meios para debelar o problema que parece estar para lá das nossas capacidades actuais.

Ainda assim, parece cada vez mais claro, a intervenção no ordenamento florestal tal como a conhecemos, parece cada vez mais condenada a resumir-se a uma medida paliativa para um problema de dimensões colossais. O planeta está a aquecer, Portugal está a aquecer e as nossas florestas, altamente vulneráveis ao fogo, parecem ser as primeiras vítimas dessas mudanças profundas. Um incêndio com as proporções do deste sábado em meados de Junho é algo inimaginável na geração dos nossos avós. E um dia nesta estação com tão altas temperaturas e zero humidade é uma circunstância meteorológica que vai tornar-se num novo normal. O pinhal em Pedrógão ardeu como ardeu porque não há defesa natural possível a um fenómeno desta intensidade.

Não sabemos se teremos recursos, energia, meios humanos, ciência ou perseverança para responder a esse dramático desafio. Soubemos sim com o fogo descontrolado deste sábado no Pinhal Interior que o aquecimento global está a tornar a aposta em leis avulsas para os proprietários ou estratégicas de combate com o nome de grandes operações militares num esforço condenado a fracassar.

Não está em causa a culpa ou a omissão dos políticos, dos proprietários florestais ou dos bombeiros: está em causa a constatação de que há uma ameaça que elevou a sua escala de periculosidade e de destruição e a noção de que, nas circunstâncias actuais, não temos forma de a travar.

Está na hora de tomarmos consciência do que nos espera. De ano para ano a temperatura vai subir e cada vez mais horrores como o de Pedrógão hão-de repetir-se. Não está em causa uma fatalidade. Está apenas em cima da mesa a pergunta dolorosa: seremos, colectivamente, capazes de encontrar meios para enfrentar um tão grande desafio?»

Manuel Carvalho - Públio

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Manuel Carvalho
Dei publicidade ao seu comentário e espero que quem aqui venha lá vá espreitar o seu domínio.

Rogério de Freitas disse...

Estimada Dra Helena,
Peço desculpa se estou equivocado, mas se o seu comentário se refere ao meu domínio renovo os meus agradecimentos em meu nome e em nome de todos aqueles que estão necessitados do nosso apoio.
Bem Haja
Rogério Fretas