segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Quando se nega muito...


Ouvi hoje a resposta do Ministro das Finanças a uma noticia publicada no Financial Times que aventava a hipótese de virmos a ter um terceiro resgate, face aos resultados economicos e financeiros cá do burgo e do nervosismo dos mercados.
Pela mesma altura, tinha ouvido o Ministro da Economia, que raramente aparece, admitir uma alteração nos impostos, embora sempre salvaguardando o interesse dos mais desfavorecidos.
Se há algo que aprendi, ao longo destas quatro décadas de democracia em Portugal, é que quando os membros do governo começam, com demasiada frequência, a negar "boatos", é sinal de que alguma coisa anda no ar e os ministros desafinam ao falar sobre os ditos.
Em matemática a multiplicação de duas negativas constitui sempre uma positiva. Estas duas negações de um facto preocupante, sem uma demonstração real de que esse facto é falso, começa a deixar nos contribuintes uma grande preocupação.
Ou não se dá crédito à noticia e ninguém fala dela, ou ela merece ser desmistificada e então urge faze-lo, com provas que nos tranquilizem. Dizer que não é verdade, não chega. É preciso demonstrar porquê. Façam-no, por favor, para serenidade de todos nós!

HSC

2 comentários:

Silenciosamente ouvindo... disse...

Drª. Helena também hoje fiquei muito preocupada!
O Ministro das Finanças raramente fala à
Conunicação Social em Portugal, e vai dar entrevistas
a jornais estrangeiros.
Já é muita gente a falar de que Portugal precisa
de um novo resgate, e curiosamente não ouvi(pode ter-me
passado) o PR a prenunciar-se sobre haver ou não
necessidade de um novo resgaste.
Sabe drª. Helena tranquila eu nunca estou!!!
Sei que muita vez os políticos desmentem até à véspera
de acontecer!!!
Que Deus tenha pena dos portugueses.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

Pedro Perdigão disse...

A tratar-se de um novo resgate, seria o segundo e não o terceiro (dos últimos anos que é o que estamos aqui a falar).
Eu, apesar de jovem idade, lembro-me bem de ver alguns políticos (e não só, a classe futebolística por exemplo) negarem algo que no dia seguinte acontece, não é por acaso que se diz muitas vezes o ditado de que o que hoje é verdade amanhã é mentira e o que é hoje mentira amanhã é verdade.
Porém, para o caso, creio que o que o Ministro Mário Centeno disse foi aquilo que acaba por ser óbvio mas que nem todos o vêm. É importante não esquecer que a sombra do segundo resgate está presente desde que estavamos ainda no primeiro! Acredito bem que, quando foi convidado a iniciar funções, lhe tenham dito algo do género (missão nº1: evitar novo resgate). E foi o que ele disse. Não me acredito que seja sequer um cenário colocado em cima da mesa hoje.
Tenho comigo a convicção de que se tratará de uma gafe linguística a roçar na má interpretação.
Seja como for, é bom ver que existem pessoas atentas e com preocupações que afetem a sociedade, e não que vivemos numa sociedade oca e vazia como muitos nos fazem crer que vivemos.