quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Saudade...


Tudo o que se tem passado ultimamente no mundo e particularmente entre nós, dá-me uma consciência muito viva do tempo que já vivi. Não sou saudosista e aceito o que a vida me dá e me tira, sem fazer grande alarido, porque cada vez mais me convenço da necessidade do silêncio na nossa entourage.
Ultimamente, talvez por isto, tenho-me lembrado muito de pessoas que já partiram e deixaram em mim uma marca tão profunda, que basta um cheiro, uma cor, um olhar, para elas virem imediatamente ter comigo. Sei que tenho saudades delas, porque mais do que a sua ausência, o que eu sinto é uma imensa necessidade da sua presença.
Não se trata de tristeza. Tão pouco de mágoa. É algo de espiritual, uma espécie de elo invisível que liga o lado de cá, o da vida pujante, a um outro lado sensorial, gratificante, mas que não está ao nosso alcance. É com estes familiares e amigos que tenho convivido mais ultimamente e são eles que me têm serenado neste período de férias, em que tanto trabalho tenho tido. Tem sido uma saudade muito boa!

HSC

25 comentários:

Anónimo disse...

Belas palavras para descrever exactamente o que eu sinto por estes dias. Boas férias para si e todos
os seus

fatima MP disse...

Tão bonito, Helena!
Boas férias. Beijo!!
fatima

Anónimo disse...

🌹🌹🌹

Anónimo disse...

Somewhere

https://youtu.be/cAu3a7CMA84

Ghost

Anónimo disse...


Helena
Compreendo o que sente, tenho dias que sinto o mesmo. Há pessoas que nos deixam imensas saudades, dos momentos que vivemos com elas, como diz e bem temos aceitar. Aceitar o que não queremos, mas aceitar, não existe forma de mudar. Gostei muito do seu texto, da forma racional, explicíta como expõe os seu sentimentos. Bom começar o dia a ler coisas que nos acrescentam.

Carpe Diem
Carla

Silenciosamente ouvindo... disse...

Li atentamente, como sempre, e não vou comentar.
apenas dizer que imagino o seu estado de espírito.
Os meus cumprimentos.
Irene Alves

Tété disse...


Tudo tão igual... o ser humano sentimental não difere muito entre si.
Os sentimentos repetem-se nos seus espíritos e almas.
Um beijinho, bom fim de semana e cuidado com o calor que está previsto.

Anónimo disse...

Hand on hand

A

Anónimo disse...


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:-)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Como eu a compreendo,as suas palavras dão-me conforto e alento.
tenho saudades, muitas saudades ......

Dalma disse...

HSC, como eu comungo desse seu sentir "... a vontade da presença"!
A minha avó deixou-nos quando eu tinha 43 e a minha filha, sua bisneta, 18. Não a quis ver morta e tb não quis ir ao funeral, pelo que se percebe que tenha sido duramente criticada por toda a família. Não me arrependo pela coragem que tive de enfrentar todos! Assim hoje só lembro de toda a sua doçura sem qualquer vestígio de degradação. Ela foi sem dúvida quem ajudou a tecer a minha personalidade, o meu espírito rigoroso, a minha organização, enfim, quase tudo do que eu sou. Quando era pequena e vivia perto dela era um privilégio poder ficar e dormir lá em casa. Lá tudo era encantado para nós...
Depois veio a Faculdade e quando regressávamos a casa acho que me apetecia ir a correr muito mais para a dela do que para a da minha mãe. Depois já casada e com filhos passou mts temporada connosco... foi ela que ensinou os meus três a aprender as horas e muito mais!
Por muito mais do que isto é que eu tb ainda sinto essa "vontade de presença" de que fala.

Muito gostava que o Céu existisse para que eu um dia a pudesse abraçar, mas como sabe e talvez infelizmente para mim, não acredito!

P.s. A HSC viu o filme "Cosmos" do Karl Sagan? Nele se abordava também esse Reencontro. Era assim que eu gostava que fosse!

Sandra disse...

É tão bom vir aqui! A sua serenidade e grandeza são um ensinamento. Embora à distância, é uma maravilha tê-la conhecido.

Beijinhos e boas férias (mesmo havendo muito trabalho).

Helena Sacadura Cabral disse...

Dalma
No meu livro de Memórias que sairá em Outubro é capaz de se sentir retratada porque passei com os meus avós maternos, algo de semelhante ao que descreve.

Anónimo disse...

"Ás vezes Deus te deixa perder o chão para você descobrir que consegue voar"
Maria

Anónimo disse...

"É a vontade da presença"...nem mais!

maria isabel disse...

Os anos trazem- lhe cada vez mais poesia nas palavras.
Obrigada, é bom ler essa poesia.
Boa férias e um enorme abraço

Maria Isabel

Maré alta disse...

Concordo inteiramente consigo Helena. Mais que a ausência é a vontade da presença.
Na verdade essa presença faz-nos falta, por que bem lá no fundo, é algo que faz parte da nossa essência. Ou seja, algo que faz parte de nós.
A saudade é a nossa alma a dizer para onde queremos voltar.
Cuidado com o calor que se aproxima!
Cordialmente,
Maré Alta

Dalma disse...

HSC, qd o seu livro de memórias sair, por favor, anuncie aqui.
D.

Portuguesinha disse...

Estreitam-se os mundos...
Maravilhoso texto. Sucinto. Autêntico.

Li faz tempo algo que diz mais ou menos assim: "porque choramos com saudade os mortos? Não choramos a sua perda mas a falta que eles nos fazem. Por isso somos egoístas".

Ocorre-me outro tipo de saudade. Uma que não é tão egoísta, porque não é triste e não chora. Uma saudade cuja lembrança origina felicidade, a inquietude é serena e traz um forte e íntimo desejo de reconexão.

Anónimo disse...

Que belo texto! E que bela imagem ilustrativas.
De facto, a saudade é isso mesmo: vontade da presença (mais, creio, do que o lamento da ausência).
Ao ler o seu post, imediatamente me lembrei de um "presente de Natal" de um querido amigo, há já uns anos.
A recitação de "Natal das Sombras", da autoria de João Lúcio e que neste momento partilho com a senhora e com os demais leitores deste blogue.
Claro, não estamos na Natal mas o texto diz, exatamente, do que se fala neste post, a "vontade de presença".

Um beijinho,
Vânia

https://www.youtube.com/watch?v=4lJHQpcry7U

Anónimo disse...


Helena
Também tenho uma relação especial com a minha avó materna.Passei os melhores anos da minha infância com os meus avós num monte, no meio da bicharada. Tive uma avó 5*, hoje aos 88 anos está totalmente dependente, anda mas não consegue comunicar. Quase todos os fds a vou buscar, gosto de a ver na minha casa, dar-lhe o que ela sempre me deu a vida toda, AMOR. Cada vez a vejo mais debilitada, isso deixa-me triste, há pessoas que nos marcam muito pela positiva. A minha avó é uma delas. É um amor que não consigo explicar, e ter tudo num ser só.
A Rita adora-a, os papeís inverteram-se, agora é a Rita que lhe dá as refeições. Sabe Helena, nós somos seres muito frageís, compreendi que a fragilidade dos outros, um dia pode ser a nossa.

Desculpe o comentário longo, mas aqui abordam-se temas que dava pano para mangas.

Carla

Anónimo disse...

Uma vez li que a saudade "é um amor que nunca acaba"... e é bem verdade! Mas também é uma dor que nunca desaparece e há alturas em que essa dor da saudade é uma dor física, não é só uma dor de alma! Um beijinho para si Helena.

Anónimo disse...

Believe

https://youtu.be/wIIxzaWMnfE

A

Anónimo disse...

Adorei o seu texto, assim como tudo o que escreve, sei o que é essa saudade tambem pelos meus pelos meus avós, mas sobretudo sinto saudades dos meus filhos vivos e porque a vida nem sempre é como queremos,não sentem saudades minhas. E eu sinto tanto a falta deles ,por vezes parece que nem consigo respirar , tenho um buraco no peito que me corroi o que fazer a essa saudade a essa falta?