domingo, 31 de julho de 2016

A consciência tranquila



"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." 
                                 
                                              Guimarães Rosa

Quando toda a gente sai da cidade para férias, eu entro no meu período de felicidade, com a capital por minha conta. Este fim de semana tinha tanto trabalho meu e do novo escritório, que nem a bica pude tomar ao ar livre, sentada na esplanada da Cristal.
Mas o trabalho administrativo tem que se fazer e eu não quero o meu filho ocupado com esse tipo de preocupações. Logo, qual formiguinha, tratei de pôr os dossiers todos em dia e quando me fui deitar nem sabia de que terra era.
Tomado o duche noturno, enfiei-me em vale de lençóis e peguei num livro que ando a ler . A primeira frase que me surgiu, foi a que acima reproduzo. Pousei-o em cima do peito e fiquei a pensar em quanta verdade ela continha.
Fiz, por isso, uns minutos de meditação. E hoje, acreditem, acordei como nova, com o livro ao meu colo, no mesmo lugar. Quer isto dizer que, não tugi nem bugi durante o sono. Abençoados sejam Deus e a minha consciência!

HSC

Hoje há receitas

Já me sinto chinesa...


Por uma qualquer coincidência, tenho todos os meus seguros na Fidelidade, trato-me no hospital da Luz e sou cliente do BCP, que agora se admite poder vir a ser participado pelo grupo FoSun, o proprietário das duas anteriores instituições. 
Fiquei a matutar na coisa, porque desde que me conheço sou grande defensora de nunca ter todos os ovos no mesmo cesto. Assim, e de repente, senti que parte da minha segurança se encontrava na China...
Ora se eu eu não sou nada europeista - só sou, orgulhosamente, portuguesa - esta constatação  fez-me sentir um pouco chinesa, situação para a qual, confesso, não estava, nem estou, muito preparada.
Vou ter que pensar se quero continuar neste mood, ou se me dedico a dividir por outros países a minha identidade. Mas, se for o caso, de algo estou segura. É que não escolho nenhum país da Europa...

HSC

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Auschwitz


Nunca estive em Auschwitz. Nunca me senti capaz de lá entrar ,pese embora as tentativas que fiz. Arrumei o caso num dos escaninhos do meu cérebro, como já havia feito com a India, onde não penso voltar, por ter visto matar um homem à bastonada, sem que ninguém se indignasse muito com a situação.
Hoje, ao ver na televisão o Papa Francisco, numa visita pesadamente silenciosa, àquela mostra do que pode ser a brutalidade humana, senti que talvez devesse ter tido a coragem de vencer a minha repugnância. Não irei, decerto, lá de propósito porque, no meu caso, seria puro masoquismo. Mas se voltar a pisar terreno próximo, creio que me obrigarei a fazer tal visita. Afinal, nunca é tarde para aprendermos a superar as nossas fragilidades, como dizia a minha sábia avó Joana!

HSC

quarta-feira, 27 de julho de 2016

As sanções...


Pessoalmente como, creio, a maioria dos portugueses, não percebo nem aceito as sanções que a Comissão Europeia nos quer aplicar. Sobretudo, porque de há muito que Portugal não cumpre e outros países também não, como a França e até no passado a Alemanha. Mas a França não é sancionada apenas... porque é a França. E o mesmo se poderia dizer da Alemanha.
Há, todavia, algo mais grave, que também não entendo. É que António Costa e o governo tivessem sempre posto de parte estas sanções, não acreditando nelas no inicio e, dizendo depois que seriam de nível zero, para agora virem dizer que serão uma realidade. Qual, de que montante, também não sabem...
Não seria mais honesto admitir, desde o inicio, que elas, embora injustas, podiam acontecer? Será que nenhum governo em Portugal é capaz de falar claro e não tratar os portugueses como idiotas ignorantes, que só servem para votar devidamente manobrados pela partidocracia?!
Já aqui chamei a atenção para os riscos do Orçamento de 2017. Mais uma vez o discurso é o dos "paninhos quentes", que de nada servem, porque, pese embora a tão falada execução orçamental, a divida e os juros não param de crescer. Essa é que é essa. Foi esse endividamento que, no passado, nos levou a ser intervencionados e  que, agora, não augura nada de bom.
E, se por uma vez, nos falassem verdade sobre a austeridade que vem aí? E o que diz o PR a tudo isto, ele que tanto gosta de tecer comentários felizes? Estará a preparar o quê?

HSC

Em tempo: Acabo de ouvir, na televisão, que foi decidido aplicar sanções zero a Portugal, atirando para o Orçamento de 2017 o peso todo da situação criada. Passos Coelho deve estar particularmente satisfeito e o ministro das finanças altamente preocupado. No lugar dele, eu também estaria!

sábado, 23 de julho de 2016

Em tempo de massacres


Esta imagem do Papa está na minha mesa de cabeceira e é lindíssima. Hoje, depois de tanta gente morta, a única coisa que me apeteceu foi partilhá-la convosco!

HSC

Nota Hoje há receitas

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Os debates que temos

Acabo de ouvir um debate televisivo entre um membro do PSD e outro do PS que, até suponho, é economista. Confesso que não consegui ficar até ao fim. Debatia-se, ou melhor, pretendia debater - se a situação da Caixa Geral dos Depósitos. 
Impossível. Ninguém estava ali para esclarecer qualquer tipo de publico. O objectivo era tão só saber qual dos partidos tinha mais responsabilidade na situação criada. 
Tudo isto, passados mais de 40 anos de revolução, é de uma tristeza atroz. Poderemos ter mais liberdade, mas a ileteracia política, económica e financeira é algo cujo nível chega a meter dó. É por isso que eu continuo a não perceber estes "frente a frente" sempre conduzidos por militantes partidários, que só ali vão para que os respectivos discursos se sobreponham e o telespectador se sinta ou julgue o verdadeiro homem das cavernas!
Façam debates, porque precisamos de ser esclarecidos. Mas por favor deixem os partidos fora deles e escolham pessoas competentes que saibam do que falam e saibam fazer-se entender. Será assim tão difícil?!

HSC

terça-feira, 19 de julho de 2016

A brisa do Outono e o Orçamento de 2017


Não é que esteja muito interessada na política nacional. Mas a bancária que fui, continua viva em mim, até porque uma boa parte do meu trabalho, ainda passa por este sector.
E, de facto, confesso, continuo verdadeiramente surpreendida com o que está - ou não está - a passar-se com a Caixa Geral dos Depósitos, que vive há meses com uma administração demissionária e há outros tantos com outra à espera de tomar posse. Que isto seja possível no nosso único grande banco público, é algo que me ultrapassa. Mas também não percebo para que é que são necessários dezanove membros no novo conselho de administração, se chegarem a entrar, claro. Suspeito que Bruxelas vai considerar o numero exagerado e mandar que se eliminem pelo menos três. Quem serão, constituirá outra surpresa. Espero que não seja o Presidente, mas com aquilo a que tenho assistido, até nem me surpreenderia muito. Creio bem que o aumento a que se tem assistido, nas necessidades da instituição, é bem capaz de estar ligado ao que a futura administração exige para tomar posse...
Com efeito a "geringonça" ao colo de Marcelo Rebelo de Sousa, vai funcionando. Falta saber por quanto tempo, já que, apesar de estarmos no Verão, pressinto as nuvens que se aproximam. E a CGD pode ser uma brisa tão forte, que as faça vir antes do Outono. Enfim, esperemos que não e que as sanções zero não nos venham trazer dores de cabeça ao Orçamento de 2017, que, esse sim, é que vai ser um berbicacho, apesar de ninguém falar dele. Estranho, não é? O problema deve ser meu com certeza!

HSC

Nota: Hoje há mais receitas

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Nós somos os maiores!








                 (Roubado ao Pedro Reis noDelito de Opinião)

Sempre declarei aqui e em todo o lado, o meu amor por Portugal e a relativa pouca importância - cada vez menor. aliás - que dou ao facto de ser europeia. Tanta importância como ser canhota, que sou, ou ter cabelo liso. que também tenho. São coisas que nasceram comigo, mas que não aquentam nem arrefentam, como se diz na minha terra. E que não interessam a ninguém, como a Europa que hoje temos, da qual em várias ocasiões até já me envergonhei...
Mas ser portuguesa e ter nascido num país que, remando contra a maré, consegue reunir os prémios atrás citados, isso, enche-me de um enorme orgulho. Viva Portugal e vivam os seus melhores!

HSC

Nota: Hoje há mais receitas

sexta-feira, 15 de julho de 2016

La promenade des Anglais!


“Há uma diferença muita clara entre os Estados Unidos e a Europa no que respeita aos atentados no seu território. Os Estados Unidos sempre entenderam que o ataque no 11 de Setembro foi um acto de guerra, a que teriam que responder pela mesma forma. E a verdade é que conseguiram controlar ataques posteriores no seu território. Já na Europa insiste-se em ver as situações como meros atentados terroristas, que por isso se vão sucessivamente repetindo.”

                                       In Delito de Opinião

Eu não consigo ver claro nesta matéria. Mas de algo estou absolutamente segura. Estes movimentos visam estabelecer um Califado na Europa e esta não se encontra suficientemente organizada – a saída do Reino Unido só piora a situação – em matéria de segurança, para fazer frente aos sucessivos embates que está a sofrer, em particular a França.
Admito que a Europa tem sido demasiado contemporizadora para com quem não hesita em matar. Mas a consciência europeia face a este tipo de ataques, tem de encontrar, urgentemente, uma rota comum. Se o não fizer a sua desagregação está à vista.


HSC

Nota: Há receitas novas na Agenda dos Sabores

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Exposição de Izabel Telles


Izabel Telles veio, há muitos anos, para Portugal, dirigir uma grande empresa de publicidade e esteve na origem do grupo de pessoas que pensaram e fizeram a revista feminina Máxima, no qual eu estive incluída. Foi aí que a conheci e os anos que ela permaneceu entre nós, serviram para sedimentar a nossa amizade  e o seu amor pelo nosso país.
Retornada ao Brasil, a sua vida mudaria completamente e ela passaria a ler a mente humana com o mesmo sucesso com que antes soubera interpretar as necessidades dos seus clientes.
De há uns anos para cá, sentiu necessidade de pintar. Não com enquadramento académico, mas como mais uma forma de soltar o que vai no seu espírito. Começou a faze-lo e já expôs em galerias no estrangeiro onde as suas obras foram vendidas e muito bem aceites.
Izabel expõe, agora, de modo muito informal, as suas ultimas criações na Galeria Team Box, que fica na Lisboa Factory. É algo diferente do que estamos habituados a ver. Mas tem peças que merecem a nossa atenção. Vá lá - estará aberta até 4 de Agosto - e perceba como o tema escolhido, o da visão para além do que os nossos olhos vêm, pode fazer todo o sentido!

HSC

Nota : Hoje há receitas na Agenda dos Sabores

terça-feira, 12 de julho de 2016

Uma gafe



Os desportistas devem merecer todos o mesmo respeito. As medalhas de oiro conquistadas também. A selecção nacional de futebol foi recebida em apoteose, em Belém, pelo Presidente da República e um grande número de personalidades da política. Vão ser dentro de horas condecorados e ter direito ao título de comendadores.
Horas depois chegavam os campeões portugueses de atletismo com as suas medalhas E de ouro também. Eu gostava que estes campeões tivessem direito a igual tratamento. O futebol é o desporto rei. Mas nós somos um democracia republicana. Marcelo Rebelo de Sousa cometeu uma gafe de que deveria redimir-se, porque ele é o Presidente de todos os portugueses e de todos os desportistas, sem excepção!

HSC

Receitas

Hoje há receitas na Agenda dos Sabores!

HSC

À bon entendeur salut!


HSC

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Um árbitro cego?!



O jogo de ontem  foi um teste à nossa equipa, ao seu capitão e ao seu treinador. E foi, para os portugueses que se encontram dentro e fora de Portugal, um autêntico desafio de nervos, impróprio para cardíacos.
Disse aqui que preferia que a França fosse a nossa adversária. Tínhamos contas antigas e recentes para saldar. Foi inadmissível a xenofobia como grande parte dos jornais franceses falaram de nós. Vivi naquele país anos suficientes, para poder afirmar que uma boa parte dele, ainda nos vê como os habitantes dos bidonville, as porteiras e os trabalhadores da construção civil. Já fomos. Já o não somos.
O árbitro do encontro de ontem ou era cego, ou pretendia ajudar o pais que o acolhia. De facto, depois da agressão de Payet - é esta a palavra - de que Ronaldo foi alvo, nada ter feito é inadmissível e mereceria das autoridades competentes uma queixa. Se o não fizerem, provam bem a sua incompetência... 
Há muito que se pretende magoar fisicamente Ronaldo, tolerando mal que, aos 31 anos, ele mantenha as performances que conhecemos. Mas faze-lo desta forma, sem um qualquer reparo do arbitro, só pode mostrar que no futebol há umas indesejáveis zonas cinzentas, das quais só uns poucos beneficiam!
Hoje voltaremos às sanções. Não as futebolísticas que resolvemos muito bem. Mas às outras que, qual espada de Calíope, pesam sobre a nossa cabeça. E nem a Alemanha nem a França devem estar muito amáveis, em relação a Portugal.

HSC

sábado, 9 de julho de 2016

O milagre


Entre hoje e amanhã é difícil não pensar na final que vamos ter. Com o futebol ganhou a política que neste momento bate a bola pianíssimo. Porque as sanções podem esperar por quinta feira, mas a vitória terá  de ser nossa amanhã. Essa é que é essa!
Não há nada que una mais os portugueses do que a paixão pelo esférico. Aí, maravilha das maravilhas, apesar de algumas escassas vozes dissonantes, torcemos todos por Portugal. Já pensaram que grande país podíamos ser se este milagre de união no essencial, um dia, se estendesse à política?!

HSC

Nota Há muitas novidades na Agenda de Sabores

quinta-feira, 7 de julho de 2016

As estranhas réplicas

Ultimamente cada vez que coloco um post, ele sai em duplicado ou em triplicado, sem que eu faça alguma coisa nesse sentido.Ou me tornei muito conhecida e o Google replica tudo quanto escrevo, hipótese que à partida dá uma imensa vontade de rir, ou os problemas que a plataforma vem atravessando, fizeram com que "pirasse" de vez.
Sei de outros bloggers a quem tem acontecido o mesmo, mas não com a frequência com que aqui o fenómeno se verifica. Não sei que fazer, confesso. Por isso, quando tal acontecer comentem, por favor, no  mais antigo, porque os outros são réplicas. Pode ser que alguém leia isto e saiba como evitar ou denunciar. Se for o caso, agradeço a ajuda.

HSC

Não é loucura, é futebol


Ando mesmo despassarada. Levanto-me da secretária com uma finalidade e chego a meio do caminho já não sei porque me levantei. Não creio que seja a visita do alemão, porque no resto tudo bate certo e funciona bem. Cozinho, escrevo e leio sem qualquer problema. Mas reconheço que na minha cabeçinha só existem pernas a perseguir uma bola. No último jogo, que quis mesmo ver sozinha, aqui no canto da minha sala, já estava irritada - o que raramente me acontece - com a forma como a primeira parte do encontro estava a decorrer. 
Foi o voo de Cristiano que me fez dar um salto. Quase tão grande como o dele. A partida começava, de facto, naquela altura, com aquele golo lindo, que todos pudemos ver. E, mais outra vez, seria o nosso CR7 que criaria as condições para que a habilidade de Nani se pudesse manifestar. A bola passaria antes pelo meio de outras pernas e chegaria às do goleador que ajeitou as suas para a baliza adversária, não deixando passar a  bela oportunidade. Estava feito o 2-0, que nos vai levar, domingo, ao encontro da França ou da Alemanha.
Não sou de rancores, mas tenho memória de elefante. Por isso, torço mesmo para que seja a França o nosso adversário. E que este possa ficar no lugar que lhe compete, ou seja, o de vencido.
Os meus votos vão ainda para que Cristiano continue a brindar-nos com os seus pés e as suas pernas, pese embora tanta crítica injusta que se lhe faz. E que eu, a partir de domingo, possa voltar, finalmente, à minha normalidade!

HSC

terça-feira, 5 de julho de 2016

Juno na órbita Jupiter


A ciência vai dando passos gigantes. A NASA conseguiu colocar a nave Juno na órbita de Jupiter depois de quinze anos a trabalhar nesse sentido. São este tipo de eventos e não as sanções da política que continuam a mover-me e a maravilhar-me!

HSC

Nota: Hoje há post no http://oestadodaarte.blogspot.pt

segunda-feira, 4 de julho de 2016

O ping pong

Portugal e Espanha vão ter mais três semanas – até 27 de Julho, para evitar as sanções europeias. Este adiamento ainda não foi confirmado oficialmente, mas uma das medidas, caso Portugal e Espanha não se corrijam, é o "congelamento de parte dos Fundos Estruturais no próximo ano" que, entre nós, "só poderá ser evitado com garantias do Executivo de António Costa"

Assim, o que era um problema de Pedro Passos Coelho - estava em causa o não cumprimento do défice em 2015 - passa a ser um problema de António Costa –uma vez que tudo irá agora depender do que fizer este governo e não do que fez o anterior.
A situação é complicada porque se Costa tomar medidas, pode ter problemas com o BE e o PCP; se não tomar, pode ter problemas com a UE. No entanto, o entendimento generalizado é que "António Costa nunca comprará uma guerra com Bruxelas".
Pedro Passos Coelho, por seu lado, publica um texto no DN nqual defende que “a desconfiança que se instalou, dentro e fora do país, envolvendo cidadãos, investidores, instituições e parceiros resulta da nova abordagem e da nova orientação política seguidas pelos socialistas e seus aliados”

Entramos, deste modo, num jogo de ping pong, cujo principal atingido é o país. Lá fora o PM e Passos parece estarem do mesmo lado da barricada, mas  cá dentro nao se entendem, sobretudo  desde que Maria Luis Albuquerque decidiu afirmar que com ela ao leme nada disto aconteceria. O passa culpas é irrelevante, já que somos todos nós que iremos sofrer as consequências. Mas, infelizmente, agarrados à partidarite aguda, ninguém parece capaz de considerar essa a prioridade...


HSC


Nota : Hoje há receitas novas na Agenda dos Sabores