domingo, 29 de maio de 2016

Um problema de neurónios


«O Bloco de Esquerda quer que se possa mudar de sexo aos 16 anos. Infelizmente, os adolescentes que mudarem de sexo mais cedo não vão poder celebrar com champanhe: álcool só aos 18. Mas há mais: propõe que o cartão de cidadão deixe de fazer menção ao sexo. Faz sentido. Um chip com informação privada? Claro. Revelar o sexo? Nunca!»
             
                   José Diogo Quintela, no Correio da Manhã


Ler os jornais tem consequências muito nefastas. Li este parágrafo duas vezes e pensei que estava a ver mal. Mas quando o vi reproduzido no Delito, percebi que o mal não estava em mim, mas sim, em certas cabecinhas pensadoras que nem se dão conta dos contra-sensos que provocam. 
Poderiam fazer o favor de pensar um pouco menos? Só um poucochinho, de forma a não fundirem os neurónios?!

HSC

sábado, 28 de maio de 2016

A Feira, a Grupa e eu


Aqui têm metade da Grupa, os meus fiéis amigos, a darem-me apoio na minha primeira tarde de Feira. E vejam bem como nos empacotaram ao "promover leve quatro e pague três"...
Mas ninguém nos quis levar e acabámos a jantar pizza, numa risalhota pegada. Quem tem bons amigos, como os meus, dá-se por feliz!

HSC

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Não há literatura feminina...



Não sou uma feminista ferrenha, porque estou a beneficiar da luta de outras que vieram antes de mim. Mas considero lamentável que uma parte importante da comunicação social só fale, a propósito da Feira do Livro, de autores do sexo masculino. É este tipo de discriminação que numa democracia de esquerda não deveria nunca acontecer.
E como faze-lo? Simples. Bastava que, a propósito do evento que vai ocorrer, alguém lembrasse que existe em Portugal uma literatura feminina que está longe de ser negligenciável. Mas não é isso que acontece, porque ninguém, nesta altura, se lembra de nós. E, até quando se procura aos autores o que é que vão ler, nunca é  às escritoras que as perguntas são feitas...
Que pena que assim seja, porque, se por um mero acaso, estas fizessem greve e não fossem à Feira, o recinto ficaria bastante deserto e talvez, então sim, se desse pela falta que elas fazem na literatura nacional.
Já agora, PC e BE não têm nada a dizer sobre esta misoginia? Espero que, pelo menos o Ministro da Cultura não deixe passar o facto em vão!
HSC 

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Iguais, mas ainda pouco!


Há mulheres no Governo, na banca, na bolsa e, dentro de pouco tempo, até no Banco de Portugal, onde há muitos anos Manuela Morgado foi novidade.
De facto, não há nenhuma mulher a presidir a uma empresa do PSI 20, o principal índice bolsista.
Segundo o Jornal de Negócios, as empresas cotadas em bolsa terão de ter pelo menos 20% dos administradores do sexo feminino até 1 de janeiro de 2018. Caso contrário, serão castigadas com a suspensão dos títulos.
A proposta, que hoje vai ser apresentada pelo Governo à Concertação Social, contempla o aumento desse número para 33% até 2020. Se a meta for cumprida, um em cada três administradores das cotadas será uma mulher, na viragem da década.
O destaque continua a ir para a Nos, queconta com cinco mulheres na administração (embora apenas uma, Ana Paula Marques, seja executiva), e para a Galp, cuja vice-presidência (não executiva) está entregue a Paula Amorim, filha do maior acionista da empresa.
A última empresa cotada liderada no feminino foi a EDP Renováveis, até 2012, tendo como presidente Ana Maria Fernandes.
No próximo ano, a meta a atingir é de 33%. A cumprir-se o objetivo, teremos em 2017 uma mulher em cada três dirigentes do Estado, contra as atuais uma em cada quatro.


                   ( Retirado da comunicação social )

A matéria discute-se há muito tempo. E até  se legisla. Mas poucos cumprem.
Pessoalmente não gosto de quotas, porque elas ainda constituem discriminação positiva e eu não gosto de discriminações. Mal vamos nós, mulheres, enquanto elas fores necessárias...

HSC

Feira do Livro


A quem possa estar interessado este será o meu horário na Feira do Livro

27/5  das18h às 20h      Clube do Autor e Pengouin Random House/ Objectiva
29/5  das 15às !7h         Pengouin Random House / Objectiva
4/6   das17h às 19h       Clube do Autor e Pengouin Random House/ Objectiva
12/6  das17h às 19h       Pengouin Random House/ Objectiva e Clube do Autor

Não só para assinar livros mas para ter o gosto da vossa visita. Apareçam!

HSC

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Só a mim...


Tendo recebido um convite que falava em Graça Moura, que li depressa, entendi que ele respeitaria à justa homenagem que ainda lhe não prestaram. Lá me abonequei para o acto que seria seguido de um jantar. Como o médico ainda me não deixa guiar, pedi à minha querida amiga Patricia Reis que me desse boleia. Era uma oportunidade de estarmos juntas e, também, de rever o Sebastião, seu filho, de quem muito gosto. Poucos minutos depois de termos saído confesso-lhe que só um prémio ao Graça Moura me teria feito sair do conforto da casa.
Bom, a gargalhada foi geral. É que o prémio é que se chamava Graça Moura - Cidadania Cultural (não percebo muito bem a cidadania cultural, mas deve ser defeito meu)  e o homenageado era Eduardo Lourenço, pensador com o qual, confesso, tenho poucas afinidades. Acontece aos melhores e eu gosto mais do José Gil.
Não havia nada a fazer. Fui, mas resolvi não jantar. De facto,  corria algum risco no que aos companheiros de repasto dizia respeito, já que a maioria deles era demasiado conhecida para o meu gosto. E isto, apesar de os anos passarem tanto por eles como por mim...
É extremamente intrigante verificar como são sempre os mesmos rostos presentes nestas cerimónias, pese embora, as famílias políticas que convidam, pertençam até a correntes ideológicas diversas. Porque será? Dir-me-ão que a cultura não tem ideologia. Nada mais falso.
O Presidente da República fez um discurso exemplar, como só ele saberia fazer, passando em revista a vida e obra do homenageado, ressaltando o essencial sem qualquer constrangimento ideológico. De facto, Marcelo ultrapassa sempre tudo quanto se pode esperar dele, e até nas águas mais encapeladas, ele não deixa de nadar bem. Pode não se gostar do estilo ou da filiação política. O que se não pode é negar-lhe a extrema perícia nestas questões.
Se a República fosse dinástica, diria que o lugar lhe estaria na massa do sangue. Ou de modo mais fino, que toda a sua vida fora preparado para esta função!

HSC  

Eu bem digo que todo o mundo está contente

"Bruxelas quer medidas adicionais de 730 milhões. O primeiro-ministro, António Costa não vê necessidade.
Bruxelas é pessimista? Não será bem isso, porque o comissário das Finanças, Pierre Moscovici, um socialista, diz que a responsabilidade por Portugal ter ultrapassado a barreira do défice é, sobretudo, da resolução do Banif.
Mas também aponta falhas ao Governo anterior, pelo que seria um erro estar a castigar o atual. Toda a gente ficou contente, embora a esquerda BE e PCP reiterem as suas dúvidas e acusem, como sempre a Europa de só querer mais austeridade".

Eu não digo que andamos todos contentes sem nos darmos conta dos problemas que se adivinham? É isto que Portugal tem de bom: todas as peças da geringonça se encaixam e até o Presidente anda feliz. 
Era este "o milagre" afectivo que nos faltava, por mais ateu que o governo seja. O problema é se alguma destas peças falha e a geringonça se desequilibra...

HSC

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A complacência de Bruxelas?

O pais atravessou uma verdadeira união nacional para que Bruxelas não aplicasse sanções a Portugal. E contava, para o efeito, com a complacência de Bruxelas, face à injustiça que aquelas sanções representavam. 
Acredito pouco nas complacências em matérias desta natureza, porque este tipo de lamúria colectiva não é própria de países adultos. Destes espera-se outro tipo de comportamento, e não me parece que a posição de fragilidade vá impedir qualquer instituição comunitária de aplicar as regras com que nos comprometemos para entrar no euro. 
Para já, a Comissão Europeia acaba de lavrar a sua sentença: Portugal e Espanha continuam em procedimento de défice excessivo, mas a decisão sobre as sanções a aplicar é adiada para Julho.

Data que não deixa de ser curiosa, face ao facto de a Espanha ter eleições no fim de Junho e de as sanções aplicadas poderem constituir um óptimo tema de campanha eleitoral. Será que todos julgam que somos débeis mentais?

HSC

terça-feira, 17 de maio de 2016

A realpolitik


"...Não somos nós que escolhemos os governos dos outros e, salvo um banimento internacional decretado, damo-nos, não com um dirigente ou um governo em particular, mas com os Estados. E, naturalmente, procuraremos estabelecer com os dirigentes "de turno" nesses Estados, qualquer que seja o seu nome, as melhores e mais próximas relações. E quando estiver em causa a defesa de interesses portugueses ou de portugueses, a "realpolitik" é sempre a regra básica e imutável a seguir". 

(excerto de um post de hoje no http://duas-ou-tres.blogspot.pt/)

O que se está a passar na America do Sul, seja o Brasil ou a Venezuela, para não falar do México, deve levar-nos a ponderar seriamente nas palavras do excerto acima. A política faz-se entre países, ou, quando muito, entre governos, tendo consciência da volatilidade destes. Fulaniza-la é não ter a noção do que se chama a realpolitik, ou seja, dos verdadeiros interesses nacionais.

HSC

domingo, 15 de maio de 2016

O triple A de Dilma


Confesso que nem o facto de um tio meu ter feito, com Gago Coutinho, a travessia do Atlântico Sul, esse oceano que liga Portugal ao Brasil, este país me despertou grande entusiasmo, com a sua proverbial desorganização. Ao contrário, muitos portugueses apaixonaram-se pela terra de Vera Cruz e adoram fazer por lá as suas férias. Cada um come do que gosta, como dizia a minha avó Joana, quando os filhos defendiam posições políticas opostas, cortando-lhes cerce a conversa.
Uma coisa nunca perdoei a Dilma Rousseff. Foi a sua extrema arrogância, quando de visita a Portugal - então classificado como lixo - ela afirmou, com grande superioridade, que o Brasil só comprava títulos de dívida a países "triple A". Para além da enorme grosseria diplomática que, infelizmente, parece ter deixado os responsáveis nacionais bastante indiferentes, era agora a altura oportuna para lhe lembrar que quem cospe para o ar, arrisca-se a que o cuspo lhe caia em cima. Foi o caso. O Brasil tem, neste momento, a brilhante notação de lixo...

HSC