domingo, 17 de janeiro de 2016

A rapariga dinamarquesa


Apesar de não muito empenhada - não estou nada em clima de dramas cinematográficos - fui ontem arrastada para ver A Rapariga Dinamarquesa. Embora toda a gente dissesse maravilhas do filme, eu não me apetecia ir vê-lo. Ainda bem que fui, porque obriga a pensar nos nossos preconceitos. Mas que levei um murro no estômago, isso, levei.
Ainda que o protagonista - Eddie Redmayne - e o realizador - Tom Hooper - sejam ingleses, a película é americana e o ambiente que ali se vive é marcadamente nórdico. Aliás, a principal figura feminina, Alicia Vikander, nasceu na Suécia
A história, muito bem contada e maravilhosamente interpretada  - é difícil saber qual dos dois principais intérpretes é melhor - aborda um tema, ainda hoje muito pouco falado, quase tabu, que é o da transexualidade. 
Senti-me várias vezes transportada aos ambientes bergmanianos e creio que isso não tenha sido um puro acaso. Há naquela história, na forma como o realizador mexe a máquina, algo de Bergman.
A película, baseada no livro de David Ebershoff, com o mesmo título, é uma marcante história de amor inspirada na vida de Lili Elbe e Gerda Wegener e quer realizador quer interpretes receberam já vários prémios. 
Filme a não perder, para abrir a nossa mente. Mas vá preparado com lenços de papel. Eu, que sou duríssima neste tipo de fitas, fiquei com um nó na garganta que levou algum tempo a desfazer! 

HSC

Nota: Pode em - oestadodaarte.blogspot.pt - ler algo mais pessoal sobre este tema.

7 comentários:

Virginia disse...

Foi um dos melhores filmes que vi esta temporada e rezo para que dêem o Óscar ao Redmanye, em vez de o darem ao Leo diCaprio!! O papel dele é difcílimo e interpretado com uma delicadeza que nos deixa pregados às cadeiras. Tb chorei. Não consegui fazer a minha habitual crítica no blogue, tal o modo como o filme me impressionou.

Já o Brooklyn da BBC fica muito atrás desse em tudo.

Madalena Amaral disse...

Muito boa noite!
As suas análises sobre filmes são sempre a não perder.Muito melhores dos que se intitulam de críticos de cinema !
Pois,o seu alerta para Igmar Bergman, sobre o filme em questão, tem a sua razão de ser...Vi imensos filmes desse realizador. São sempre histórias de vidas muito reais, cobertas de dramas e mexendo com o emocional de forma excepcional.
Mesmo que os filmes tenham histórias singelas interessa-me é que sejam bem contadas, bem realizadas, bem interpretadas e que contenham principio, meio, e fim.Têm de me convencer, naquelas horas da rodagem da película,que estou a viver em pleno o enredo e me abstenha do resto à minha volta.Por isso alguns provocam-me ansiedade, como por exemplo, um que vi há cerca de uma semana, na rtp2, de nome "O Segredo de um Cuscuz". Senti-me um dos membros daquela família,tal foi a aflição... (risos)
Abraço!

Anónimo disse...

🌷

Anónimo disse...

Ingmar Bergman é uma boa referência.É de facto um filme excelente e um tema que exige meditar com profundidade.
Sara

Anónimo disse...

Um verdadeiro murro no estômago. Toda a gente devia ser "obrigada" a ver este filme. Se apenas uma pessoa mudasse a mentalidade, já era bom.
Cumprimentos.

Anónimo disse...

Dos filmes mais bonitos que alguma vez vi. Que bom seria se as pessoas mudassem um pouco ao verem este filme, que mundo diferente teríamos. Um filme a não perder.
Inês Galvão

Anónimo disse...

🌹🌹🌹