domingo, 16 de agosto de 2015

A adequação ao cargo

Algumas pessoas têm dificuldade, na análise crítica, em saber distinguir entre a pessoa e o cargo. Pode ser-se um excelente economista, um excelente professor, um excelente pai/mãe de família e não se ser, por exemplo, um bom gestor. Chama-se a isto de "adequação ao cargo".
O grande erro que pode cometer-se na "escolha" de alguém para determinada função, é esquecer esta prioridade. Seja a que nível for. Em particular na política.
Como já se viu pela profusão de candidatos à Presidência da República, estamos perante pessoas que têm imensas qualidades pessoais e profissionais. Mas a escolha que teremos de fazer assenta na definição de qual é aquele ou aquela que melhor se adequa à função que vai exercer. E é evidente que os que não forem escolhidos não deixam, por isso, de manter as qualidades que tinham. Não perceber isto é pura miopia...

HSC

7 comentários:

Unknown disse...

Olá,

A Dra.Helena leu-me o pensamento!
Está tudo dito.Há dias, quando fiz um comentário acerca de um post, neste blogue, a Dra. Helena questionou-me?
Eu respondi e hoje verifico que afinal até estamos de acordo, embora pareça que não.

Um abraço,

Anónimo disse...

Porque será que não se candidata Odete Santos?E Alberto João Jardim?
Já agora?!

TERESA PERALTA disse...

Ora, sem duvida Helena! Uma observação bastante oportuna.
A menos que estejamos perante um super homem ou mulher, quem for bom num cargo não implica que o seja noutros. Ao longo da vida tenho assistido a grandes derrotas, que resultam sempre do facto de não existir a consciência das respectivas capacidades. A maior parte das vezes resulta mesmo numa espécie de cegueira, que vai inventando evidencias onde não existem….

Um abraço :)

João Menéres disse...

Ser Presidente da República exige alguma independência e muita experiência política e não se deve esquecer os contactos pelo mundo fora.
Por mim, opyarei pelo MRS...


Melhores cumprimentos.

Anónimo disse...

Cara Dra. Helena,
concordo com o que escreveu. Por isso, e enquanto mulher, me parecem despropositados os elogios à candidatura de Maria de Belém pelo facto de ser mulher. Percebo a relevância histórica e política da possibilidade de ter uma mulher Presidente da República. Mas jamais apoiaria politicamente uma mulher apenas pelo facto de o ser (nem vale a pena referir as declarações públicas de Álvaro Beleza sobre as vantagens de ter uma mãe na Presidência da República...).
E na minha perspectiva, a adequação não se mede pelo número de cargos partidários que já se teve, mas sim pelas ideias e visão de sociedade que se tem e pela capacidade de interpretar o papel inerente ao cargo que se candidata.
E como (ainda que eventualmente de forma abusiva, reconheço) leio neste seu post uma referência velada a Sampaio da Nóvoa na sua suposta não adequação ao cargo de Presidente da República, pelo facto de não ter experiência partidária, não posso deixar de afirmar que a sua visão sensata (na minha perspectiva, obviamente) e as ideias claras que tem para o país e para o papel de PR (basta ler a sua Carta de Princípios), não me deixam dúvidas da sua adequação ao cargo. Poderia falar também da experiência política quando foi consultor do Presidente Jorge Sampaio, ou quando participou numa missão internacional da UNESCO, ou da capacidade política, de diálogo, negociação e concertação demonstradas no seu exercício enquanto Reitor da UL, particularmente aquando da fusão da UTL e da UL, mas tornaria este comentário demasiado (ainda mais) longo.
Já o facto de se ser mulher não me parece ser suficiente para a adequação ao cargo (nem ser homem, já agora!). Nem ter sido ministra ou presidente de um partido, como prova (na minha perspectiva) a inadequação demonstrada por Cavaco Silva. Já ter sido Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde e, em simultâneo, consultora de um grupo privado na mesma área (BES Saúde), isso sim, parece-me mostrar a inadequação de Maria de Belém, pela promiscuidade que, não obstante possa ser legal, é, no mínimo, pouco ética. E a ética é para mim o primeiro sinal de adequação ao exercício de um cargo público.

Atenciosamente,
Alexandra Costa
P.S.: reafirmo, para deixar claro: sou apoiante de Sampaio da Nóvoa e não milito, nem nunca militei, em nenhum partido político.

Virginia disse...


Também é importante saber em que situação estará o país quando a pessoa for exercer o cargo. Um presidente da república deve ser neutro e não conotado com um partido em especial. Mesmo que tenha exercido cargos do governo, ao assumir o de Chefe de Estado tem de estar completamente alheado do facto de ter pertencido a este ou aquele partido e agir com ética e sabedoria para bem do povo todo.

Por isso é difícil neste momento dizer quem tem perfil ou não para ser o próximo PR.

Anónimo disse...

É isso aí.

:-)