quinta-feira, 25 de junho de 2015

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Por uma qualquer razão que me ultrapassa, sempre que penso dedicar o meu dia a coisas pessoais, acontece algo que me "ensarilha" a vida. 
Ontem tive a alegria de ter toda a familia reunida à volta da mesa. Bem, toda não, porque faltavam os irmãos. Mas estava uma parte importante dela e eu cada vez mais olho o copo meio cheio e fico feliz. Quando me deitei fiz uma lista do que tinha para resolver hoje. Esqueci-me, logo, que tinha um jantar e o lançamento do livro da Rita Ferro em horas muito próximas...
A manhã foi um rodopio entre a porta e a cozinha. E quando, já bastante esfalfada, me preparava para almoçar tocaram, de novo, à porta. Como estava à espera de uma encomenda, abri sem perguntar quem era. 
Só que não era a encomenda, mas um cavalheiro que, identificando-se como pertencendo à Golden Energy, me queria "oferecer" a possibilidade de deixar de pagar a taxa de acesso aos contadores. Como não tinha ideia de nenhuma taxa do género, disse-lhe que ia falar com um familiar que trabalhava numa das empresas do sector. O rapaz pareceu-me demasiado impressivo para meu gosto e por isso despachei o assunto.
Contactei o amigo, que não sendo familiar, nesta área tem funcionado como tal e expus-lhe a situação. A reacção não se fez esperar e a explicação também não.
É que com a dança do actual estado do mercado da energia as mudanças de fornecedor são a mira de certas empresas, que usam de todos os meios para chegar ao fim pretendido que é a caça de mais um cliente.
Se eu tivesse assinado o papelinho, pura e simplesmente teria mudado de operador, com todas as consequências inerentes, sem me dar conta disso. Quer dizer, no meu caso daria porque, por norma, leio muito bem aquilo que assino. Este procedimento que ninguém parece condenar, convence os mais incautos, que  por desgraça e ignorância acreditam nas promessas falaciosas e não sabem defender-se.
Pergunto: o que faz o regulador perante tais práticas que têm dado origem a uma série de processos?!

HSC

Nota: umas horas depois, eis que outro novo e diligente contacto pretende o mesmo… É obra!

7 comentários:

Anónimo disse...

acabou de me acontecer exactamente o mesmo. A diferença, eram duas raparigas, tipo modelo, a quem o meu marido abriu a porta com um enorme sorriso .... e perante o meu aparecimento e informação rápida e curta que não tínhamos gás em casa, passaram ao vizinho do lado!
De facto temos gás .... mas não aceito jamais que contactos sejam feitos desta forma e conheço bem a maneira destas empresas actuarem.
Já nos rimos os dois desta situação.
Disse-lhe que ele estava a ficar gágá e perante duas caras bonitas emparvece!
Nocas

Anónimo disse...

A mim aconteceu pior pois caí na conversa de que era um inquérito e quando dei por mim tinha um contracto .
Ando desde Janeiro para me ver livre de tal empresa e parece-me que só depois de ter ido bater à porta do centro de arbitragem de conflitos de consumo e da DECO é que vi a luz ao fundo do túnel.
Ainda não está tudo resolvido

João Menéres disse...

O que faz o regulador ?
Por certo, não muito diferente do que fez o Banco de Portugal no BES...

Melhores cumprimentos.

João disse...

Minha cara, essa figura do "regulador" não existe a não ser para pagar mais uns ordenados chorudos aos amigalhaços.

Já fiz diversas reclamações a "reguladores", sejam eles das telecomunicações, das electricidades ou dos bancos e, invariavelmente, a resposta é que o reclamado "disse" que eu não tinha razão e que a queixa estava arquivada.

Essas entidades são pura areia para os nossos olhos.

João Almeida disse...

Autoridades, reguladores e observadores: três faces de um mesmo logro, que se paga bem caro.
Já aqui foi feita uma observação sobre a “regulação” do Banco de Portugal no caso BES… E no BPN? e no BPP?
Já aqui se afloraram os “reguladores” das telecomunicações e das energias … que até se dão ao luxo de fixar os aumentos de tarifas que, em nome da “concorrência” “franca” e “leal” os mercados não regulados seguem piamente.
E, porque falamos de concorrência, fale-se da “alta autoridade” para a dita. A autoridade que não consegue perceber que entre tarifários de telecomunicações o que muda é o nome dos pacotes… que não entende que é coincidência a mais ter, num mesmo painel de informação de preços de combustíveis, numa mesma auto-estrada, três gasolineiras de marcas distintas, com preços exactamente iguais… à milésima de euro! É obra! E é assim que vamos, gastando centenas de milhares de euros nesse sistema de informação que inclui painéis de pré-aviso de informação, painéis de informação com comando remoto, respectiva exploração e manutenção… Alguém ganhou bom dinheiro com uma decisão parlamentar que eu referiria como para lamentar. mais uma!
E que dizer da fantochada que foi a obrigação dos postos terem combustíveis low cost e os preços que agora se praticam. Até há pouco tempo os senhores das gasolineiras de marca argumentavam que os preços praticados pelas low cost se justificava por os combustíveis não terem o tratamento devido… Praticavam-se em regra nas low cost preços entre 10 e 12 cêntimos inferiores aos preços dos combustíveis de marca… Hoje nos postos de marca os combustíveis “simples” são em regra 2 cêntimos mais baratos que os “não simples”. Para onde vão os outros 8 a 10 cêntimos? E não justifiquem com investimento para por em prática a legislação. Não houve instalação de novos depósitos nem sistemas de abastecimento. Houve a utilização de sistemas utilizados do antecedente por outro tipo de combustíveis que, porventura, até nem tinham saída como os premium, os ultra, os force, etc…
E o que fazem as autoridades, os reguladores e observadores? Assobiam para o lado como aqui também já foi referido… arquivando processos.
Ah… e os políticos que nos (des)governam não beliscam a independência de tais entidades/sumidades.
Estamos assim.
João Almeida

Anónimo disse...

Eu sou tão mas tão desconfiada com estas abordagens que até a mim me faz aflição. Não acredito nem dou atenção a ninguém que me aborde à porta de casa ou por telefone. Digo sempre que aderi a outro operador ou serviço recentemente e portanto tenho que respeitar a fidelização. Dá sempre resultado. Respeito as pessoas e o trabalho que fazem mas não acredito nelas!
Já o meu marido gosta sempre de prestar atenção.....coisas de homens pelos vistos!
Bom fim de semana Dra.Helena.
FL

rmg disse...


É aflitivo o número pessoas que "caem" nestas coisas e depois não querem aceitar que foi pura ingenuidade e só se podem queixar de si próprio, quando todos sabemos que isto anda a acontecer "aos outros" há anos e anos.

Há sites portugueses especializados em ajudar nestas situações e é terrível ver as respectivas caixas de comentários, gente que deu até códigos pessoais (como é possível?).
Ter acesso à internet não é só andarmos nas redes sociais, é também conhecermos dicas simples de "defesa" no dia-a-dia, a mais simples sendo "ninguém dá nada a ninguém".

Se as pessoas assinam papéis de que não lêem as letras pequeninas (e toda a gente fez um seguro qualquer na vida e se lixou alguma vez por não as ter lido) só muito difícilmente se podem vir a queixar e a queixa dar resultado se não apresentarem provas de que têm a razão do seu lado.
Versões pessoais, por mais sérias que sejam as pessoas e por mais mal vistos que estejam algumas empresas na praça pública, não passam disso mesmo do ponto de vista legal.

Telefonemas desses recebo eu tanto em Lisboa como no interior do país (onde estou agora) em grande quantidade e atendo sempre só para perceber o "esquema", minha mulher assim que ouve o que eles querem despede-se logo.
Visitas pessoais são "corridas" na hora, no porta-a-porta só anda gente muito "persuasiva".

Isto não é um problema de mais cultura ou menos cultura de cada um.

Conheço licenciados que compraram colchões de 200€ por 600€ porque lhes "davam" umas férias algures, acabando por concluír tarde demais que o colchão não valia nada e as férias ali estavam a 300€ na net, mas como só tinham as férias depois de passar o tempo de reclamação ...
Conheço gente que tem rendimentos acima dos 3 mil euros mensais e mudou de operadora de télémóvel para poupar 10€ por mês esquecendo-se que a fidelização à anterior estava em vigor com o seu acordo.

E conheço gente com a 4ª classe antiga que assina, guarda os papéis todos e rescinde por carta registada com aviso de recepção dentro do prazo legal quando vê que foi enganada.
Quando recebeu a carta a dizer que os papéis tinham vindo tarde (a ver se pegava) ameaçou-os ele com um processo.
Ainda falei desse senhor aqui há dias.

São só 2 exemplos pontuais, mas são reais.

Ainda ontem recebi um telefonema desses, parece que eu estava "referenciado" para ser "acompanhado" na prevenção de não sei o quê que nunca me incomodou na vida, tudo com um ar "muito oficial" até eu dizer que os serviços oficiais não contactavam as pessoas por telefone para um número de uma residência secundária que, portanto, não é a oficial.
Despediram-se logo com um "houve aqui algum engano"...

Há tempos e noutro caso, como tinha o computador na frente escrevi o número que aparecia no mostrador do telefone e, por sorte, apareceu logo na pesquisa do Google "número de vendas agressivas" que fazia parte de uma lista de um site, comuniquei ao interlocutor o que estava a ler e nem se despediu (mas isto é muito raro e acho que aqui as "defesas do consumidor" deviam estar mais atentas também).