sábado, 13 de junho de 2015

A instalação...

Disserem-lhe que tinha de ir ver. Que era uma instalação belíssima. Manuela que ambicionva ser uma mulher culta, foi. Não viu nada. Apenas uns ferros no meio de uma sala, que deviam ter ficado ali para serem arrumados. Saíu.
Mas voltou atrás para pedir ao empregado do museu que lhe dissesse onde estava a instalação. E o empregado apontou-lhe o monte de ferros no meio da sala. Ela educadamente agradeceu e sorriu. Estava mais culta...

HSC

36 comentários:

Anónimo disse...

:-)

:-)

maria isabel disse...

A muitas pessoas acontece o mesmo, mas dizem que gostam para dar um ar de entendidos em Arte.
Sei bem o que estou a dizer

Bom fim de semana Doutora Helena
Maria Isabel

Silenciosamente ouvindo... disse...

Pois é...eu também, já tenho olhado para algumas coisas
e não entendo nada...devo ser muito inculta!!!
Cumprimentos e bom fim de semana.
Irene Alves

Anónimo disse...

🌹🌹🌹

Anónimo disse...

Boa definição de cultura.
Joana

Virginia disse...


A Manuela poderia ser eu.

Há quadros e esculturas que nada me dizem, nem sequer considero que sejam Arte.

Lembro-me sempre da peça Arte, de Yasmina Reza, que tive a sorte de ver em Londres, interpretada pelo Albert Finney, Tom Courtenay e um outro belissimo actor, em que três amigos discutem por causa dum quadro branco com umas riscas leves ao meio, que um deles compra por um soma considerável. O diálogo é magnífico e o drama instala-se até ao fim.
Cá foi posta em cena e interpretada por António Feio, Miguel Guilherme e outro que não me lembro e tb teve muito sucesso.

Beauty lies in the eye of the beholder.

Mas é preciso haver beleza.

Dalma disse...

A Manuea de que fala é uma das que não receia dizer "o Rei vai nú"!

Anónimo disse...

E a escultura - O homem que anda,de Alberto Giacometti,vendido por 75 milhões.Vale?!
Hmmm!!! Arte... :-)

:-)

Anónimo disse...

E como eu gostava de ser arquitecto aqui fica a minha escultura para si. O homem que dá música.

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Ghost

Maria do Porto disse...

Ah, ah!
Já vivi situações semelhantes :D
Conheço alguns pseudo-intelectuais que pensam o mesmo quando veêm algo semelhante, mas inventam umas palavras eruditas , que leram não sei onde, mas nada entenderam. Infelizmente a nossa sociedade está cheia deles!
O melhor que ouvi de uma pessoa ao ver um quadro, dito abstracto, foi o Pai de uma amiga minha:
-Eu, com os "copos" fazia melhor!
Bjs

Anónimo disse...

.... e depois se dizemos, como Umberto Eco, que o idiota da aldeia é o detentor da verdade e que as redes sociais dão voz aos imbecis, chamam-nos xenófobos. Nunca como agora foram tão legitimadas as Natálias de Andrade. Tudo é cultura. Tudo é "muito bom". E eu e aqueles como eu que têm sentido crítico têm de meter a viola no saco. Deixemos os sapateiros tocar rabecāo.
E bem haja a Helena com a sua voz de ouro !
Luísa

Anónimo disse...

🌷

Anónimo disse...

Disseram-lhe que tinha de ir ao concerto, que a música dodecafónica era belíssima. Manuela que ambicionava ser uma mulher culta, foi. Quando entrou na sala, esta já estava cheia e, no palco, os músicos afinavam os instrumentos.
Como o concerto nunca mais começava, Manuela saiu e perguntou ao empregado se faltava muito para começar. E o empregado disse-lhe que já tinha começado há cerca de 15 minutos. Manuela educadamente agradeceu e sorriu. Estava mais culta...

Anónimo disse...

Sra Dra, a sua amiga Manuela deveria ter feito aquilo que compete a quem não sabe: perguntar a quem sabe. Não procurar explicações, em casos como o que conta, é um belo caminho na senda da ignorância. É que só depois de conhecer e de saber ajuizar, poderá então dizer que gostou ou não gostou. Foi com esse desprezo irónico que os fauvistas, os modernistas e outros que tais foram recebidos. Hoje são clássicos. E a senhora tem cultura suficiente para perceber isso, mas escreve para um público que não a tem, não é assim? Perfeitamente compreendido ...

Correia da Silva disse...

Para quem classifica "assustadoras", as obras de Paula Rego, não me parece que a Senhora Maria Isabel, tenha legitimidade para afirmar, que sabe o que diz.

M,Franco disse...

https://youtu.be/0KHmIfl8Inw

A propósito deste tema, recebi por mail este video,
que acho interessante e partilho.
Boa semana.

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 14:01
Para si a arte é apenas para os elitistas, para quem teve a possibilidade de "conhecer". Só estes podem, na sua opinião, ajuizar. É um pouco limitativo...
E esquece que continua a haver quem não aprecie certos movimentos artisticos como os fauvistas. Como no outro extremo há quem não aprecie os impressionistas.
A arte, do meu ponto de vista, é para todos. Como os livros. Mas há quem continue a pensar que uma e outros são só para os que estudaram.
" Perfeitamente compreendido"...

Anónimo disse...

maria franco
Gostei do vídeo que é de facto interessante.Obrigado.E volto a afirmar que há "obras de arte" que não valem um caracol,quanto mais milhões.E dito por um ignorante a quem as aulas que teve de piano,cenografia e história da arte e da dança ensinaram alguma coisita.Prefiro os clássicos,modernos muito poucos.E pinto também como muitos...quanto mais não seja,a macaca.
Bom domingo.
António



Anónimo disse...

Portugal teve um grande Joaquim Machado de Castro que cresci a apreciar e depois vejo numas das rotundas da parque Expo uma obra de homenagem a D.João 1,um abstrato,que me deixa obtuso.
Ferros ao monte é uma arte genial de eruditos.Ainda levo tempo a chegar lá,se chegar...
Francisco

Anónimo disse...

Cara Dra HElena como tem um lado germânico talvez goste de apreciar Lukas Duwenhögger.O recente bule de Joana Vasconcelos fez-me lembrar o do alemão.Obras de arte em grande e á" alemãtuguesa".
Bom domingo.
Um leitor que gosta do que escreve e também gosta muito de futebol.Já Somos dois a gostar de arte.


maria isabel disse...

Tenho legitimidade porque não gosto dos quadros da Paula Rego.
E não gosto de arte moderna quando não a entendo.
A tudo se chama arte.Estou no meu direito de não gostar.
Também há muita gente que gosta do Tony Carreira e eu não gosto.Mas gosto de musica clássica.
Gosto daquilo que percebo.E não me parece que sou a única a pensar assim.
E assim é que está bem
Maria Isabel

maria isabel disse...

Tenho legitimidade porque não gosto dos quadros da Paula Rego.
E não gosto de arte moderna quando não a entendo.
A tudo se chama arte.Estou no meu direito de não gostar.
Também há muita gente que gosta do Tony Carreira e eu não gosto.Mas gosto de musica clássica.
Gosto daquilo que percebo.E não me parece que sou a única a pensar assim.
E assim é que está bem
Maria Isabel

Anónimo disse...

O que devia ser para todos, era o ENSINO ARTÍSTICO, desde o 1º nível de ensino, desde a pré-primária, não para que todos venham a ser artistas, mas para que alguns tenham as condições para o ser, caso o desejem, e para que outros possam vir a ser públicos informados, que possam RECONHECER E APRECIAR as grandes obras de arte que existem em todas épocas, ontem como hoje. Para que saibam distinguir o trigo do joio, tanto um como outro sempre existiram e continuarão a existir. Há portas de que, se não tivermos as chaves, não as conseguimos abrir.
Hoje é mais difícil a orientação relativamente às artes, porque na nossa época tudo se tornou mercadoria, e as artes também não escaparam.
E, como para qualquer mercadoria, existe especulação e sensacionalismo relativamente à arte.
Não podemos ficar pelas análises lineares e simplistas relativamente a um universo tão complexo.
Não chega dizer 'gosto' ou 'não gosto', nem dizer que 'o que eu não gosto não presta'.
Já agora, simpatizo com a MANUELA, porque ela gostaria de entender o mundo das artes e VAI, mesmo quando não compreende.
Mas Manuela, no caso da instalação, o caminho que seguiu só podia conduzi-la ao desfecho a que conduziu. Mas NÃO DESISTA, fale com outras pessoas, com professores, com artistas, participe em debates, leia, veja, fale consigo mesma, vá construindo o seu saber pessoal (tanto emocional, como racional) sobre as artes. NÃO DESISTA!

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 13:51
Sempre apreciei o humor e dei uma gargalhada com a sua piada à música dodecafónica de que eu tanto gosto.
Mas ninguem me ensinou. Ouvi, um dia, Schonberg e gostei. Passei a ouvir sempre que podia. É claro que os intelectuais que conheço "gostam" todos muito...mas ouvem pouco!
E creio saber porque é que os dodecafónicos me interessam tanto. É porque as artes e as letras dessa época acompanham muito daquilo que sou!

rmg disse...


Anónimo das 20.59

Tenha lá paciência mas chega dizer "gosto" ou "não gosto" desde que se tenha "provado", antes disso é que não, como em tudo na vida.

O que não se pode dizer é "o que eu não gosto não presta", de facto, mas não faço ideia onde foi buscar essa ideia, dizer isso só de um cretino/a chapado e eu nunca ouvi ninguém dizer tamanha barbaridade.

Há coisas certas e outras bonitas no seu post mas a superioridade intelectual cheia de simpática compreensão que não resistiu a manifestar perante "as limitações" da Manuela (e não só...) no último parágrafo falam por si, na dupla acepção do "por si".

RuiMG

PS- Posso saber em que trabalha?

Anónimo disse...

You make me feel alright with art,so ...

http://youtu.be/6wnDU8WzglA

Ghost

Anónimo disse...


http://youtu.be/OmbX8Kq31j8

:-)

Anónimo disse...

Polidor de esquinas.

Anónimo disse...

Limito-me a dizer que eu ao contrário da Manuela, não me sentiria mais culta mas daria uma bela gargalhada, por não ter entendido que afinal "aquele monte de ferros" era uma instalação belíssima!
Beijinho
FL

Anónimo disse...

As instalações nasceram para ser efémeras, como forma de transgressão, protesto e critica da arte como mercadoria.
Mas, na maior parte dos casos, acabaram sendo recuperadas pelos mercados, e perderam sua espontaneidade.

https://www.youtube.com/watch?v=TX1y7kAptEo

Adriane

Anónimo disse...

Quem sabe separar o trigo do joio tem valor.
Dário Gonçalves

Anónimo disse...

A arte e os livros são para todos. Mas se uma pessoa não souber ler...

Helena Sacadura Cabral disse...

Anónimo das 12:21
Pior é se não souber ver...

Anónimo disse...

Boa resposta a que me dá!
Aliás admiro a sua capacidade de dar respostas certeiras em poucas palavras.
A resposta deu-me que pensar.
Há uns anos, fora de Portugal, participei em actividades com adolescentes com deficiências, em que também participavam alguns adolescentes cegos.
E percebi que eles não 'viam' todos da mesma maneira, tal como os que não são cegos.
Penso que, à partida existem diferentes aptidões pessoais, tanto para 'saber ver' como para 'saber ler', e que 'saber ver' exige ainda uma aprendizagem mais longa.
Realmente acredito na importância do ensino, como alguém aqui comentou, embora não seja dessa área.

Anónimo disse...

Eis como um título mal escolhido para uma entrevista a Umberto Eco sobre o seu último livro 'Número Zero', se tornou numa espécie de fórmula deturpada que aqueles que só leram o título, aplicam segundo as suas conveniências.

O título da entrevista é 'No momento em que todos têm direito à palavra na Internet, damo-la aos idiotas'

Mas Eco não se refere à arte, nem aos artistas (tema em dabate neste post) refere-se ao mau jornalismo e à má política, que usam a manipulação através do boato e da maledicência intencionais.

O livro, cuja ação decorre nos anos 90, refere-se ao (fictício) jornal 'Amanhã' criado para desinformar, lançar boatos, difamar e manipular, ao estilo do corrupto magnata dos media e ex-primeiro Berlusconi.

E agora entra a Internet: o que U.Eco diz é que a Internet e as redes sociais vieram ampliar de forma monstruosa, toda esta máquina de difamar, deturpar e desinformar.

Anónimo disse...

Os críticos em Itália, sem que isso os impeça de admirar e acarinhar Umberto Eco, autor de importante e vasta obra, e especialista na área da comunicação, não deixam de pôr os pontos nos ís, quanto à opinião de Eco de que deveria existir uma censura prévia na internet e nas redes sociais, para que a palavra não seja dada aos'imbecis'(a tal desinformação do mau jornalismo, a calúnia e o boato, como aqui já foi escrito por um comentador).
O que Eco mais critica é o facto de ninguém se preocupar com a reposição da verdade, tudo entra por um ouvido a 100 e sai pelo outro a 200.
Na verdade, Eco refere-se a situações que se passaram consigo mesmo.
Os críticos justificam esta reação de Eco com a sua 'estranheza perante um mundo muito novo e muito diferente daquele em que construiu as suas grandes competências'.
Mas sublinham a sua discordância total relativamente a uma censura prévia e afirmam que a desinformação e a difamação só podem ser combatidas com uma sólida formação cultural e digital, que crie os anticorpos contra as 'imbecilidades' tanto nos jornais e nos media (de onde em geral partem), como na internet e nas redes sociais.
Ao contrário de Eco, afirmam que a internet, veio permitir conhecer e desmentir factos que antes dela, não saíam do segredo dos deuses.
Já em Portugal, a frase tornou-se acriticamente usada por muitos (que nem leram a entrevista, muito menos conhecem a obra de Eco) como se fosse um dogma inquestionável, possibilitando-lhes chamar imbecis, a quem não pensa como eles, mas de forma 'erudita', em estilo, pois então.